A fulminante queda de Aécio Neves faz lembrar a história do Engenheiro que Virou Suco – a célebre lanchonete da Avenida Paulista que se tornou símbolo, nos anos 80, do que a recessão econômica pode fazer com a classe média e seus planos de ascensão. O nome do estabelecimento foi inspirado no filme O Homem que Virou Suco, de João Batista de Andrade.
A expressão passou a ser utilizada para batizar projetos sumariamente pulverizados por uma circunstância maior e incontrolável. Trinta anos depois de ter sido criada, a mesma expressão serve agora à definição da condição política a que foi reduzido Aécio Neves.
Até 13 de agosto, o tucano nunca havia chegado tão perto de vencer a petista Dilma Rousseff. Confortável na posição de segundo colocado, imaginou que sua principal tarefa seria tornar-se conhecido. Afinal, o próximo da fila era um obscuro governador nordestino do qual a imensa maioria dos brasileiros sequer tinha ouvido falar.
Diante de Marina Silva, a celebridade internacional com aura de santa e um recall quase do tamanho de Dilma, o bem apessoado candidato do PSDB virou suco. Terá breves seis semanas para reverter essa condição. E para administrar a novidade que virou de ponta-cabeça o cenário eleitoral.
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