sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Ex-delegado da PF diz que Dilma não tem mérito nenhum pela atuação do órgão. Muito antes pelo contrário.


Diretor da Interpol no Brasil entre 2007 a 2009, o delegado aposentado da Polícia Federal Jorge Barbosa Pontes acusou o Ministério da Justiça de interferir indevidamente nas operações de investigação da PF. Pontes disse ter ouvido de colegas que a PF vive a pior crise da história e que há uma exploração política do trabalho do órgão por parte da campanha de Dilma. 
Pontes era adido militar na França e chefiava o escritório da PF em Paris. Ele retornou ao Brasil em 2012 e, segundo diz, decidiu se aposentar em protesto contra a ingerência do ministério no trabalho dos policiais. — Quando voltei da França, percebi que a PF não era mais a mesma. Resolvi me aposentar quase como num rompante. Digo brincando aos meus colegas que minha aposentadoria foi de protesto — afirmou Pontes, que publicou artigo ontem no GLOBO com críticas ao ministério. 
Para o delegado, as operações da PF só vão adiante graças a dedicação de colegas. Pontes critica o fato de o ministério dar a palavra final sobre a concessão de diárias para servidores em missões. Ele afirmou que um decreto de 2012 impôs essa prévia autorização e que, assim, as operações são indiretamente monitoradas: — Acho que essa desconstrução, esse apequenamento que sofremos, foi de cabeça pensada. Entre 2004 e 2007, alcançamos andares da criminalidade de uma forma que não estava sendo esperada. Atingimos o coração do crime institucionalizado que tomou conta do país.
O delegado aposentado Jorge Pontes criticou o uso político da instituição na campanha. — Isso causa um desconforto aos policiais federais. Nós somos do Estado brasileiro. Não gostamos de ver nenhum candidato se vangloriando de algo sobre o qual não guarda mérito algum — disse o delegado aposentado. ( O Globo )
 

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