Diretor da Interpol no Brasil entre 2007 a 2009, o delegado
aposentado da Polícia Federal Jorge Barbosa Pontes acusou o Ministério
da Justiça de interferir indevidamente nas operações de investigação da
PF. Pontes disse ter ouvido de colegas que a PF vive a pior crise da
história e que há uma exploração política do trabalho do órgão por parte
da campanha de Dilma.
Pontes era adido militar na França e chefiava o escritório da PF em
Paris. Ele retornou ao Brasil em 2012 e, segundo diz, decidiu se
aposentar em protesto contra a ingerência do ministério no trabalho dos
policiais. — Quando voltei da França, percebi que a PF não era mais a mesma.
Resolvi me aposentar quase como num rompante. Digo brincando aos meus
colegas que minha aposentadoria foi de protesto — afirmou Pontes, que
publicou artigo ontem no GLOBO com críticas ao ministério.
Para o delegado, as operações da PF só vão adiante graças a dedicação
de colegas. Pontes critica o fato de o ministério dar a palavra final
sobre a concessão de diárias para servidores em missões. Ele afirmou que
um decreto de 2012 impôs essa prévia autorização e que, assim, as
operações são indiretamente monitoradas: — Acho que essa desconstrução, esse apequenamento que sofremos, foi
de cabeça pensada. Entre 2004 e 2007, alcançamos andares da
criminalidade de uma forma que não estava sendo esperada. Atingimos o
coração do crime institucionalizado que tomou conta do país.
O delegado aposentado Jorge Pontes criticou o uso político da
instituição na campanha. — Isso causa um desconforto aos policiais
federais. Nós somos do
Estado brasileiro. Não gostamos de ver nenhum candidato se vangloriando
de algo sobre o qual não guarda mérito algum — disse o delegado
aposentado. ( O Globo )
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