quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Governo desmarca leilão de usina no rio Tapajós após acusação de indígenas




Do UOL, em São Paulo

A usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no Pará, não vai mais ser leiloada na data prevista, segundo uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) publicada nesta quarta-feira (17) no Diário Oficial.

A medida revoga a portaria anterior, que marcava o leilão para 15 de dezembro deste ano e definia as condições para a operação.

"A revogação da portaria foi motivada pela necessidade de adequações aos estudos associados ao tema do componente indígena", informou o MME em nota.

Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Altino Ventura, com este adiamento, o leilão deve ficar para o ano que vem.

Índios mundurucus acusam governo de descumprir acordos

O consórcio desenvolvedor do projeto apresentou os estudos de viabilidade técnica e econômica e o relatório de impacto ambiental dentro do prazo, informou o MME.

No entanto, na terça-feira, os índios mundurucus acusaram o governo de ter descumprido o acordo de consultar a tribo antes de ordenar a construção de uma nova usina hidrelétrica na floresta amazônica.

Representantes do governo se reuniram com os mundurucus há duas semanas, uma vez que a obra da usina afetaria as terras da nação indígena. Um novo encontro sobre o tema foi marcado para o início de novembro.

Os índios acusaram o governo de "descumprir suas palavras" e de "não agir de boa fé". Além disso, exigiram que a convocação da licitação fosse cancelada até que eles tomem uma decisão a respeito.

Governo planeja duas usinas no rio Tapajós

A usina é o primeiro grande empreendimento hidrelétrico programado para ser construído dentro do Complexo do Rio Tapajós, os últimos grandes aproveitamentos hidrelétricos previstos em médio prazo no país.

A ideia do governo federal é construir no rio Tapajós pelo menos duas grandes usinas, a de São Luiz do Tapajós (cerca de 6,1 mil MW), para entrar em operação em 2019, e a de Jatobá (cerca de 2,3 mil MW), para começar a gerar em 2020.

(Com agências de notícias)
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Índios protestam contra barragem da hidrelétrica de São Luís do Tapajós

Indígenas do povo Munduruku saíram em passeata da aldeia Sai Cinza, onde estavam reunidos, até as ruas da cidade de Jacareacanga (PA), para protestar nesta sexta-feira (26) contra a construção da barragem no rio Tapajós, que faz parte da obra da usina hidrelétrica de São Luís do Tapajós. Segundo os índios, a barragem afetaria diretamente seu território e modo de vida Eliza Capai/Greenpeace

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