Linhas que vão de Santa Maria e Gama para o Cruzeiro, Sudoeste, Guará, Núcleo Bandeirante, W3 Norte e Sul, Lago Sul, Paranoá, SAAN, SIA e Sudoeste serão retiradas de circulação e passarão a ser operadas pelo sistema
luana.lopes@jornaldebrasilia.com.br
Desde que começou a operar em
horário comercial, em 30 de junho deste ano, o Expresso DF Sul divide
opiniões entre os moradores de Santa Maria e Gama. Enquanto alguns
reclamam da desativação de linhas diretas que seguiam para a Rodoviária
do Plano Piloto, outros acreditam que a implementação do sistema
diminuiu o tempo de trajeto. Amanhã, haverá mais mudanças no transporte
público das duas cidades: as linhas que vão de Santa Maria e Gama para o
Cruzeiro, Sudoeste, Guará, Núcleo Bandeirante, W3 Norte e Sul, Lago
Sul, Paranoá, SAAN, SIA e Sudoeste serão retiradas de circulação e
passarão a ser operadas pelo sistema.
A mudança não agrada alguns
moradores que, a partir de agora, terão que pegar três ônibus para
chegar até os destinos desejados. Para o estudante Henrique Chaves, 21, a
mudança apresenta vantagens e desvantagens, dependendo da necessidade
de cada usuário. Morador do Gama, o estudante já utiliza o Expresso DF
desde o começo e vê com bons olhos o fato de não encarar engarrafamentos
nos horários de pico. No entanto, teme que com a nova mudança o sistema
não suporte a demanda de passageiros: “São poucos ônibus para o número
de moradores. Eles estão colocando o negócio que era pra ser opcional
como obrigatório”.
O DFTrans, em contrapartida,
garante que 25 ônibus articulados vão entrar em operação a partir de
amanhã. Segundo o órgão, nos horários de pico haverá linhas saindo dos
terminais de integração do BRT, na saída das cidades para a W3 Sul e
para o Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Nos horários de menor fluxo,
porém, os passageiros terão que descer no terminal do Park Way e pegar
outro ônibus para os locais de destino.
Desconfiança
A estudante Tayane Sampaio, 22
anos, que é moradora de Santa Maria, lamenta o impacto que a mudança
trará para sua rotina. A partir de agora, ela terá de pegar três ônibus
para chegar ao trabalho, na W3 Sul. “Eu fiquei espantada quando soube
da mudança”, diz. “Acredito que a estrutura do BRT não consegue atender a
demanda de passageiros que será criada com a exclusão dessas linhas. Na
época em que estava funcionando de graça isso ficou bem visível, o
número de usuários era muito grande para a frota de ônibus”, afirmou.
Logística vai ser diferente
Com a mudança, os usuários que
utilizam as linhas que serão desativadas passarão a ter acesso a
coletivos articulados da empresa Pioneira. Mais de 50 veículos
convencionais da antiga frota saem de circulação e 25 articulados entram
em operação.
O diretor-geral do DFTrans,
Jair Tedeschi, lembra que é necessário adquirir um novo cartão para ter
acesso ao sistema e pagar apenas R$ 3 de passagem em todo o trajeto.
“Os passageiros devem adquirir um dos cartões do Sistema de Bilhetagem
Automática (SBA)”, explica.
De acordo com o DFTrans, os
passageiros que utilizam coletivos que vão para Cruzeiro, Guará, Lago
Sul, Núcleo Bandeirante, Paranoá, SAAN, SIA, Setor Militar Urbano e
Sudoeste terão pegar os ônibus que fazem as linhas alimentadoras e
desembarcar nos terminais de integração das cidades (BRT). Dali, vão
acessar as linhas que rodam nos corredores exclusivos – Expressa e
Paradora – até a Estação Park Way.
A partir dessa estação devem se
deslocar até os abrigos que estão nas margens da Estrada Parque
Indústria e Abastecimento (Epia) para acessar os ônibus que os levarão
até os respectivos destinos.
Fonte: Redação do Jornal de Brasília
sergio marcelino
Uma Única Palavra para isso MONOPÓLIO, então o trabalhador que tem o seu
emprego no sia, lago sul ou outro bairro que era atendido por essas
linhas desativadas, terao que desembolsar mas dinheiro do seu bolso.
Antes gastavam 6 reais depois disso 12 reais, que loucura e essa. QUE
VAI ARCAR COM ESSE PREJUIZO.
Renato Rocha
Só
espero que o novo governador cumpra com sua promessa e reative essas
linhas novamente. O BRT tem que ser mais uma opção e não uma obrigação
para quem precisa sair da cidade. Já está mais que óbvio que esse
sistema não funciona e quem está pagando com isso é a população do Gama e
Santa Maria. #AgneloNuncaMais
Denise Alves
Qualquer
pessoa com um minimo de bom senso sabe que obrigar a população pegar 3
onibus para ir ao trabalho e 3 para voltar é uma estupidez sem tamanho.
Espero que o Rollemberg tenha coragem de desfazer essa maldade. O BRT
tem que funcionar junto com as demais linhas, pois o sistema de
transporte do GAMA sempre foi um dos piores do DF.
3 Gostei3 Não gostei
Denise Alves
Não
entendo o porque da população do Gama e Santa Maria aceitar esta
aberração de forma tão passiva. Vocês tem que fazer algo para demonstrar
a insatisfação.
Paulo
A
maior idéia de jerico que já tiveram no DF. Um veículo que tem uma
faixa exclusiva com asfalto de qualidade, em sua maior parte formada por
retas e anda no máximo a 60 Km/h!!! Isso sem falar que a viagem ficou
mais demorada e consequentemente mais tediosa. O BRT me serviu para um
coisa, TIRAR O CARRO DA GARAGEM!!!
Lobby tenta impor tecnologia atrasada de ônibus sobre trens, metrôs e VLTs.
Quem conhece as técnicas de agendamento da mídia percebe
a existência de um lobby organizado. Um lobby em defesa da tecnologia
do ônibus, movido a diesel e com todos os problemas ambientais que
carrega face às alternativas com maior capacidade de transporte e menor
agressão ambiental
Por Chico Sant’Anna
Uma grande pressão, via
opinião pública, está sendo implementada para acelerar a execução de
obras estruturais de grande porte no Distrito Federal. Trata-se
da construção de cinco eixos de vias expressas provenientes de diversos
pontos do Distrito Federal, mas convergindo todos ao Plano Piloto.
Segundo o texto com feição de reportagem, mas elaborado pela assessoria de imprensa da entidade representativa dos interesses dos donos das empresas de ônibus de transporte coletivo -, a mobilidade urbana no Distrito Federal está à beira de um colapso, requer investimentos.
Simultaneamente, como se fosse uma estratégia de comunicação corporativa planejada, a empresa de assessoria de imprensa Ex-Libris Comunicação Integrada divulgou nota a toda imprensa, com o título “BRT é unanimidade entre especialistas em transportes”. BRT é a abreviação, em inglês, para Bus Rapid Transit. Tratam-se dos ônibus articulados, semelhantes aos utilizados há décadas em Curitiba. No texto, datado de 14/5, citando especialistas, a Ex-libris afirma que “o BRT é uma tendência mundial”.
Reportagem com conteúdo bastante similar foi publicada pelo jornal Correio Braziliense, no domingo, 20/5. A previsão do periódico é que em oito anos, as principais vias do DF tenham trânsito semelhante ao das marginais do Tietê, cujas imagens estamos acostumados a ver nos noticiários da TV.
Quem conhece as técnicas de agendamento da mídia percebe com clareza a existência de um lobby organizado. Um lobby que defende a tecnologia do ônibus, movido a diesel e todos os problemas ambientais que ele pode trazer diante de alternativas com maior capacidade de transporte e menor agressão ambiental, tais como o metrô, trem suburbano e o veículo leve sobre trilhos – VLT.
Esta ação de comunicação corporativa tem resultado, por exemplo, numa forte pressão contra a construção de uma linha de metrô na Bahia. A opção de construção do metrô teve que enfrentar os interesses de potentes empreiteiras que defendiam a opção de vias exclusivas para ônibus. É de se ressaltar, que em cada viagem, o metrô de Salvador poderá transportar cerca de 1.200 passageiros, contra uma média de 180 a200, nos ônibus articulados.
O preço de execução dos projetos viários, segundo as propostas apresentadas ao governo baiano, era igual para ambos os projetos: R$ 2,9 bilhões, conforme informou o Portal 2014 – A arena dos negócios da Copa.
Na defesa dos ônibus estão, com certeza, as empresas de transporte coletivo, as fabricantes de ônibus e empreiteiras especializadas em abrir rodovias. Do outro lado, estão ambientalistas e acadêmicos especialistas em transporte público que defendem técnicas conjugadas de transporte, priorizando outras alternativas, que ao contrário do afirmado pela Ex-libris, tem sido as opções preferenciais na Europa e mesmo aqui na América do Sul. Alternativas como o VLT, monotrilho (que será usado em São Paulo), metrô e trem.
Peguemos o caso de Brasília.
Em sua reportagem, o principal jornal local de Brasília, não revela que o GDF de Agnelo já tem projetado um verdadeiro crime ambiental para tentar aliviar parcialmente este caos no trânsito. Pelo menos do lado Norte da cidade.
O projeto prevê a construção de um novo acesso ligando Sobradinho ao Plano Piloto. Duas pontes no Lago Norte e uma verdadeira auto-estrada atravessando uma extensa área de preservação ambiental, o Parque das Nascentes, perto da recém inaugurada Torre Digital, serão necessárias para a sua consecução.
Nesta nova via, moradores de Sobradinho, Planaltina, dos condomínios do Lago Norte e até do Paranoá e São Sebastião ganhariam um novo acesso ao Plano Piloto. A chegada deste acesso dar-se-ia próximo ao Centro Olímpico da Universidade de Brasília. Entre o CO-UnB e a margem do Setor de Mansões do Lago Norte, seria construído um conjunto de duas pontes tendo a península do Lago Norte como passagem.
Há muitas décadas, a comunidade do Lago Norte se opõe à construção de pontes interligando a Península do Lago Norte e o Plano Piloto. Temiam e ainda temem o afluxo de veículos. Acreditam que mais uma porta de entrada na
Península do Lago Norte colocará em risco a segurança do bairro. Com uma única entrada e saída – próxima à ponte do Bragueto -, o local é de fácil controle policial. Basta fechar a única passagem e ninguém poderá sair ou entrar. Inclusive, estrategicamente, já existem delegacia e posto policial nas imediações.
Do lado do Plano Piloto, estaria se jogando uma massa de veículos numa área que às margens do Lago Paranoá ainda é bem virgem e, do lado urbano é afetaria diretamente o campus Darcy Ribeiro. Além disso, só com o tráfego que possuem atualmente, a Avenida das Nações Norte – a L.4 – e a L.2 Norte já não agüentam o trânsito existente Ficariam super engarrafadas com o tsunami viário que se projeta.
A proposta, que já está desenhada nos projetos viários do GDF, atravessaria a Serrinha do Paranoá, o núcleo rural Jerivá e afetaria o Parque das Nascentes. De tão importante para o ecossistema do DF, este local foi escolhido, em 2011, para se comemorar o Dia do Cerrado.
O Córrego do Jerivá é um dos afluentes que alimentam o Lago Paranoá, pelo lado Norte. Estes córregos e os Núcleos Rurais, ao longo dele, são responsáveis pela manutenção da boa qualidade da água do Lago. Os núcleos rurais localizados na Serrinha do Paranoá, bem como suas áreas adjacentes são responsáveis pelo Corredor de Biodiversidade que une as áreas protegidas do Jardim Botânico, a reserva do IBGE, e a Fazenda Água Limpa, da UnB, com o Parque Nacional, onde fica a Água Mineral.
Esta nova via de acesso, assim como a via Interbairros (projetada para ligar Taguatinga ao Plano Piloto, passando por onde está a rede de alta tensão da CEB – chegando próximo ao Parkshopping) são considerados paliativos ao já caótico trânsito em Brasília. A solução passa pela substituição do veículo particular por meios eficientes de transporte coletivo
Este novo eixo de circulação previsto pelo GDF para o Lago Norte faz parte das cinco bacias viárias projetadas pelo governo e que deverão ser alvo de construção de vias expressas para ônibus e de licitações de transporte coletivo em ônibus. Num futuro próximo, entre a DF-4 e a UnB passaria a existir algo equivalente a Estrada Parque Taguatinga – a EPTG.
Sobre o avião projetado por Lúcio Costa, chegariam cinco potentes eixos de transporte massivo: 1) EPTG, 2) a Estrutural com passageiros de Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga Norte, Águas Lindas de Goiás, etc., 3) a BR-20, proveniente do Gama, Santa Maria e Entorno Sul associada à EPNB, com os provenientes do Núcleo Bandeirantes, Riacho Fundo, Samambaia, Recanto das Emas, e municípios do Entorno Oeste; 4) a ponte JK, recebendo o afluxo do Lago Sul, Paranoá, São Sebastião e todos os condomínios existentes do Jardim Botânico a Unaí; e 5) a BR-20, com interligações para Sobradinho, condomínios do Colorado, Planaltina, Formosa, etc. Dá pra imaginar como ficará o trânsito interno na cidade.
É certo que o crescente engarrafamento do trânsito de Brasília é decorrente da falta de opção de transporte de qualidade e confiável. É verdade, também, que é igualmente decorrente de estímulos equivocados à aquisição do carro próprio, como o IPVA zero concedido por Agnelo a novos carros.
Construir bilionários estacionamentos subterrâneos também não ajudará em nada, a não ser engordar os cofres de construtoras, algumas delas financiadoras de campanhas eleitorais. O custo de transformar a Esplanada dos Ministérios em uma enorme garagem subterrânea dá para instalar no Eixo Monumental um sistema de VLT ou até de monorail, como São Paulo está executando.
Mas o GDF parece ter abandonado de vez a implantação do VLT entre o Aeroporto e o Estádio Mané Garrincha, via W.3 Sul.
O transporte público do DF está falido. É velho, mal projetado, carcomido, sem integração de linhas e sem bilhetagem única. Teria que implodir tudo e começar do zero. Primeiro, implantando-se um caixa único: todas as receitas de passagens, vale transporte, etc. iriam para um único caixa.
Este remuneraria as empresas de ônibus, o metrô, o VLT por quilômetro rodado e não por passageiro transportado. Assim, linhas rentáveis subsidiariam as não rentáveis. Viabilizar-se-ia a integração total e o bilhete único. Como está hoje, nem o GDF tem o efetivo controle do sistema, muito menos do seu caixa.
Entretanto, para resolver o caos, o GDF aposta no modelo atual de empresas de ônibus e, essencialmente na construção dos corredores expressos por onde correrão ônibus articulado. Os BRTs. Esta é uma antiga solução, nascida em Curitiba. Por meio destas vias expressas exclusivas para ônibus articulados, tentar-se-ia reduzir o afluxo de veículos para o centro da cidade. Em tese, ônibus rápido, barato e confortável fará com que o brasiliense deixe seu carro em casa.
A opção pelo ônibus, na opinião de especialistas, é equivocada e ultrapassada. Em primeiro lugar, porque eles são ambientalmente inadequados. Usam diesel como combustível. No edital de licitação, recentemente suspenso pelo TCDF, nem se cogita o uso de gás natural – que já chega a Brasília -, muito menos, ônibus com motores elétricos.
Segundo, pelo fato de transportarem bem menos gente por veículo do que potencialmente poderiam fazer outras tecnologias, tais como o VLT, o metrô e mesmo trens suburbanos. Em Curitiba, cidade pioneira no uso de sistema de ônibus em vias expressas, a fórmula está sendo substituída em algumas de suas linhas pelo metrô. Berço das tecnologias de transporte nascida na década de 80, Curitiba inspirou o sistema de transporte em cidades como Bogotá – trans-milênio – e Quito – ecovia – na Colômbia e Equador, respectivamente. Autoridades candangas realizaram diversas viagens para conhecer os sistemas de nossos vizinhos e parecem ter ignorado a realidade paranaense, que já vivencia uma nova etapa.
E não é só Curitiba que está trocando ônibus por metrô. Quito também. Com uma população semelhante à de Brasília – mas com uma frota de veículos equivalente à metade da do DF, 500 mil carros – a capital equatoriana possui três eixos de transporte coletivo paralelos entre si. Um é operado em trólebus – ônibus elétrico – os dois outros em ônibus articulados a diesel. Quem conhece a cidade, sabe que o sistema, embora transporte milhões de passageiros por dia, não dá a vazão necessária.
Os equatorianos são obrigados a se locomoverem feitos sardinhas em lata, qualquer que seja a hora do dia. E olhe que nestes eixos os ônibus circulam um atrás do outro. Os intervalos entre um carro e outro são medidos em segundos. Por isso mesmo, o governo de Rafael Corrêa já firmou convênio com a empresa do metrô de Madri, na Espanha, para projetar a primeira linha de metrô de Quito.
Em pleno século XXI, Brasília revive um dilema semelhante ao do Brasil dos anos 50. Naquela época, Juscelino Kubitscheck abandonou as ferrovias e investiu tudo nas rodovias. O resultado é o que vemos hoje, ferrovias sucateadas convivendo com a deficiência do transportes de carga e de passageiros por via rodoviária, caro e ineficiente.
Agora é Agnelo, que tem a oportunidade de dar um salto tecnológico e de qualidade e parece optar pelo o que é velho. Se Curitiba e Quito já concluíram que os ônibus, por mais articulado que sejam e que por mais privilégio de tráfego possam ter, não respondem a vazão, porque insistir nesta tecnologia.
Há quem diga que investindo na opção ônibus do BRT, a atual administração do GDF – como as anteriores – responde mais à demanda dos empreiteiros da construção civil e dos empresários dos ônibus do que realmente às necessidades da população.
Implantar um sistema todo em ônibus representa pelo menos mais vinte anos convivendo com empresários do quilate dos que administram a Viplan, a Pioneira, a Real, Lotaxi e tantas outras.
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