Ao exigir o afastamento de Sergio Machado da presidência da
Transpetro como condição para auditar o balanço da Petrobras, a
PriceWaterhouseCoopers contribuiu para o avanço da democracia no
Brasil.A avaliação é do auditor Francisco Eduardo Ribeiro, diretor do
Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado do Rio. Para ele,
a imposição à estatal estimula outras auditorias a fazer o mesmo,
servindo de exemplo de independência.
Essa exigência, explica Antônio Ranha, vice-presidente de Controle
Interno do Conselho Regional de Contabilidade, é a única maneira de
deixar “o trabalho dos auditores correr à vontade”. Os responsáveis pela
análise do balanço, segundo ele, não podem ter qualquer restrição de
acesso a documentos e instalações da Transpetro. A presença de Machado
na empresa, neste caso, poderia colocar o trabalho em risco.
— A pressão do honorário é forte. O cliente das auditorias,
geralmente, quer um resultado bonito, mas nem sempre isso é possível —
concorda Francisco Ribeiro. As denúncias de corrupção reveladas por Paulo Roberto Costa,
ex-diretor de Abastecimento da estatal, devem levar a Price a aprofundar
os testes nas contas da Petrobras, um trabalho que pode durar de dois a
três meses, na avaliação de Antônio Ranha. Ele estima que a auditoria
comece com um levantamento de tudo o que está acontecendo no momento,
para compará-lo à situação anterior. Ele não descarta a intenção da
Price de ter acesso ao conteúdo da delação premiada.
Outra
preocupação, destacou Francisco Ribeiro, é com a responsabilidade civil
dos auditores. Ele disse que, no mercado, existe um trauma provocado
pelo escândalo da Enron Corporation, companhia de energia americana que
quebrou, em dezembro de 2001, com uma dívida de US$ 13 bilhões e
arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria.
Na época, as investigações revelaram que a Enron havia manipulado seus
balanços financeiros com a ajuda de empresas e bancos. — Existe uma
expectativa grande com relação a esse trabalho da Price.
Portanto, ela se cercou de todos os cuidados. Deve solicitar
complementos, fazer exames que normalmente não faz. O trabalho será frio
e independente — diz Ribeiro.
Se não aceitasse a exigência da PWC, uma gigante que fatura mais de U$
30 bilhões e audita as maiores corporações do mundo, a Petrobras teria
sérios problemas na Bolsa de Nova Iorque. É vergonhoso que uma empresa
de auditoria comprove aos olhos do mundo a lama que envolve o governo
petista. Até quando este corrupto continuaria roubando com a
complacência de Dilma Rousseff, ela mesma suspeita de estar envolvida
nos escândalos da Petrobras? (Com informações de O Globo)
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