Devidamente amaciada sob o termo "democratização da mídia", a ideia parece de fato ser a principal prioridade do partido nestes próximos anos.
Politicamente falando, “hegemonia”
implica na dominação completa de um povo sobre outro, seja cultural ou
politicamente (através da força). Em resolução interna
do partido tornada pública na noite de ontem, o PT defende que a
“construção” de uma no Brasil, o que contradiz todo o discurso de
diálogo pregado por Dilma ao confirmar o segundo mandato.
É urgente construir hegemonia na sociedade, promover reformas estruturais, com destaque para a reforma política e a democratização da mídia.(grifos nossos)
A censura aos órgãos imprensa,
cuidadosamente amaciada sob o termo “democratização da mídia”, não só é
citada como caminho para se chegar a essa hegemonia, mas também é
reforçada em outros três momentos neste mesmo documento:
Por isso, propomos: (…) 4. Relançar a campanha pela reforma política e pela mídia democrática, contribuindo para que o governo possa tomar medidas avançadas nestas áreas e para sustentar a batalha que travaremos a respeito no Congresso Nacional.(…) b) democracia na comunicação, com uma Lei da Mídia Democrática;(…) O PT deve buscar participar ativamente das decisões acerca das primeiras medidas do segundo mandato, em particular sugerir medidas claras no debate sobre a política econômica, sobre a reforma política e em defesa da democracia nos meios de comunicação.(grifos nossos)
Essa intenção já havia ficado clara quando Rui Falcão, presidente partido, uma vez confirmada a reeleição de Dilma, defendeu publicamente a prioridade ao projeto do que chamam de “controle social da mídia”:
É “um bom ponto de partida” começar por ele disse o presidente do PT Rui Falcão. Controlar a mídia é um desejo antigo do PT e nesta segunda era da Dilma será implementado. O partido considera o plano tão importante que o equipara à reforma política. Encabeça a lista de prioridades.(grifos nossos)
O assunto ganhou urgência na agenda do
governo quando a Veja estampou em capa, a três dias da votação para o
segundo turno, a denúncia de que os dois últimos presidentes do país
estariam envolvidos nos desvios do Petrolão. Em seu penúltimo programa
eleitoral, Dilma aproveitou a ocasião para fazer ameaças à publicação. O perfil oficial da presidente no Twitter repercutiu a fala:
O PT nunca olhou para a liberdade de
expressão com os olhos mais amistosos. Essa pauta sempre esteve pairando
a agenda do partido desde antes de sua chegada ao poder. Há a nítida
sensação interna de que a imprensa livre só serve a seus opositores,
mesmo com tantos casos já provando que há todo um exército de assessores
de imprensa petistas disfarçados de jornalistas até nas maiores
redações. Priorizar o controle à informação é só mais um passo rumo à
ampliação do próprio poder. Lutar contra isso é papel de qualquer
opositor. E também da imprensa. Mas esta já dá mostras de cansaço.
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