quinta-feira, 6 de novembro de 2014
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, terá que
apresentar explicações ao TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a
compra de duas refinarias de biodiesel no sul do país pelo preço de R$
200 milhões. A aquisição foi feita pela Petrobras Biocombustível no período em que
Rosseto dirigia a companhia. Para o TCU, há indícios de irregularidades
na aquisição por ela ter sido comprada descumprindo normas da estatal e
por quase o dobro do valor que a proprietária anterior havia pago meses
antes. A denúncia partiu da Comissão de Agricultura da Câmara.
O relator do processo no TCU, ministro José Jorge, considera que o
processo é semelhante ao da compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA,
pela Petrobras. Rosseto participou da equipe de coordenação da campanha
de reeleição da
presidente Dilma Rousseff. Ele é cotado para se manter no ministério,
mas em pasta de maior importância. As usinas de biocombustíveis são em
Marialva (PR) e Passo Fundo (RS). Elas foram adquiridas entre 2009 e
2011 da empresa BSBios.
Segundo o relatório, valores de ativos para mensurar o preço das usinas
foram muito maiores que os preços que a própria Petrobras considerava
para alguns produtos. O valor usado para estimar o custo da glicerina,
por exemplo, era o triplo do que a estatal pagava na época. Segundo o
relatório, só nesse item o preço da usina subiu R$ 20 milhões.
Outra suspeita do TCU é que o valor da Usina de Marialva estaria
estimado na época em não mais que R$ 48 milhões, mas acabou adquirida
por R$ 110 milhões. O relator deu prazo de dez dias para que a Petrobras, Rosseto e Ricardo
Castello Branco, também ex-dirigente da Petrobras Biocombustível,
apresentem as justificativas para os problemas apontados pelos
auditores. A Folha não conseguiu contato com o ministro. (Folha Poder)
Nenhum comentário:
Postar um comentário