quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A luta dos rinocerontes pela sobrevivência no planeta



Suzana Camargo - Planeta Sustentável - 10/12/2014
Érico Hiller
Cenas que se repetem há anos e continuam chocando quem as vê. Enormes animais sendo abatidos para que caçadores retirem seus chifres. O produto ilegal é comercializado por altíssimos valores no mercado negro e cobiçado pelo seu suposto poder medicinal, nunca comprovado pela ciência.

Os rinocerontes tentam resistir, mas estão perdendo a batalha. Este fabuloso animal que vaga pelo planeta há 50 milhões de anos pode entrar em extinção. As futuras gerações talvez só conheçam esta espécie que vive em savanas e florestas tropicais da África e Ásia através dos livros.

Sensibilizado com a questão, o fotógrafo documental Érico Hiller dedicou-se a fotografar a grave situação dos rinocerontes na África ao longo de 2014. "Mal consigo crer que este ser tão fascinante pode ter sua jornada interrompida na nossa geração", diz. "Acho que diante de uma tragédia tão perturbadora como esta, temos que nos posicionar como indivíduos, comunidades e governos".

O resultado deste trabalho chega agora a São Paulo. A exposição de fotos "A Jornada do Rinoceronte" retrata a caça ilegal dos animais na África. Com sua câmera, Hiller percorreu quatro países africanos: Zimbabwe, Moçambique, África do Sul e Quênia. A mostra, que contará com palestras e debates sobre a importância da vida animal, será realizada na Praça Victor Civita, em Pinheiros, de 12/12 a 01/02.

O intenção do documentário fotográfico é promover o diálogo e reflexão sobre a situação alarmante que ocorre na África. As imagens de Hiller revelam a extraordinária beleza dos rinocerontes e as dificuldades de organizações que combatem e lutam contra o extermínio desses animais.

O fotógrafo brasileiro é colaborador de diversas publicações brasileiras, entre elas, a National Geographic Brasil. Já realizou grande ensaio documental sobre as tensões sociais e ambientais em cidades da Argentina, Brasil, China, Índia, México e Rússia e publicou projeto sobre locais ameaçados como Ártico, Kilimanjaro e Maldivas.

Érico Hiller foi um dos últimos a fotografar Suni, o rinoceronte branco do norte que morreu em outubro, causando uma enorme comoção global. Depois da Praça Victor Civita, a exposição seguirá por shopping centers, locais públicos e galerias do Brasil e da África.

Confira algumas das imagens da mostra nesta Galeria de Fotos do Planeta Sustentável.

EXPOSIÇÃO "A JORNADA DO RINOCERONTE"
Data: 12/12 a 01/02/15
Horário: 8h00 às 18h00
Local: Praça Victor Civita
Endereço: Rua Sumidouro, 580 - Pinheiros - SP
Entrada gratuita, a praça fica aberta diariamente


O esforço para preservar os últimos rinocerontes brancos do norte José Eduardo Mendonça - 10/12/2014 às 15:45

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Só ciência pode salvar sobreviventes incapazes de reproduzir



Os mantenedores de três dos últimos seis rinocerontes brancos do norte do mundo disseram hoje ser improvável que os animais se reproduzam naturalmente. O Ol Pejeta Conservancy, santuário desta e de outras espécies ameaçadas, no Quênia, afirmou que exames médicos recentes mostraram que a espécie está fadada à extinção, a menos que a ciência possa ajudar.
Segundo um funcionário do parque, estão sendo consideradas a fertilização in vitro e ciência baseada em genética.


Há cinco anos, cinco dos animais foram envidos para o Quênia de um zoológico em Praga. Esperava-se que o habitat natural levaria à reprodução. Um dos machos morreu no começo deste ano, de causas desconhecidas. Embora esta espécie esteja à beira da extinção, o mesmo não acontece com os rinocerontes brancos do sul e os negros.


As caixas que os levaram de Nairobi a Ol Pejeta tinham tarjas com a inscrição “última chance de sobrevivência”. Alguns especialistas disseram à época que os esforços tinham sido poucos e chegado muito tarde, e que o orçamento teria sido melhor gasto com outros projetos de conservação.


Ol Pejeta fica numa planície elevada com vista para o imponente Monte Quênia. O local tem 104 rinocerones negros e 26 brancos, a maioria da variedade do sul. Os animais têm de ser severamente vigiados por causa da crescente demanda por seus chifres no Vietnã, um fenômeno que resultou na morte de 3 mil deles na África do Sul, lembra o US News and World Report.


Foto: Franco Pecchio/Creative Commons

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