Fotos: Jack Dumbacher/Divulgação
Débora Spitzcovsky
Planeta Sustentável-
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Tratava-se de uma das espécies do gênero Pitohui, primeiro pássaro venenoso a ser cientificamente documentado. A descoberta foi feita pelo próprio Dumbacher, que sentiu na pele os efeitos da toxina do Pitohui. Ao ser arranhado na mão, o pesquisador sentiu dor e, por reflexo, chupou o dedo. Foi quando começou a perceber a boca formigar e queimar e foi avisado por nativos da região de que se tratava de uma ave venenosa - desconhecida pela ciência. Isso é que é transformar azar em sorte, não?!
Segundo os cientistas, o veneno do Pitohui está localizado em sua pele e penas. Trata-se de uma toxina chamada de homobatracotoxina, que tem a capacidade de provocar paralisia no corpo dos seres vivos - inclusive nos músculos do coração, podendo causar a morte.
O Pitohui usa a substância para se defender de predadores ou, então, para caçar. O envenenamento acontece quando a toxina entra em contato com a boca, os olhos, as mucosas nasais ou a pele machucada da vítima - que, quase instantaneamente, começa a sentir dormência e paralisia no local.
O mais curioso é que essa característica incomum do pássaro, provavelmente, é resultado da sua alimentação. Os Pitohuis se alimentam, principalmente, de besouros da família Melyridae, que são uma poderosa fonte da toxina homobatracotoxina. O mesmo fenômeno acontece com os sapos Dendrobatidae que comem o inseto - mas sapos venenosos são bem mais comuns, não é mesmo?
Os cientistas avisam que nem todas as espécies de Pitohuis são venenosas - normalmente, as que tem cores mais escuras são mais perigosas. Mas, na dúvida, se encontrar um pássaro desses em uma aventura por Nova Guiné, mantenha distância. Afinal, bobeou, paralisou!
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