domingo, dezembro 28, 2014
Sinara Polycarpo, na ação, cita a perseguição de Lula e a subserviência do Banco Santander ao PT. |
Inconformada
com sua demissão da Superintendência de Consultoria de Investimentos
Select (clientes de alta renda) do Banco Santander - medida que atribui a
uma suposta perseguição política por parte do PT e do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva -, Sinara Polycarpo Figueiredo entrou com ação
na Justiça do Trabalho.
Ela pede declaração de nulidade da rescisão
contratual e sua recontratação no cargo "com todas as vantagens e
benefícios", além de pagamento de indenização por danos materiais e
morais estimada em 200 vezes o salário integral que recebia - cerca de
R$ 50 mil mensais.
Sinara
foi demitida em 30 de julho em meio à polêmica criada em torno de uma
correspondência enviada aos clientes do Santander com renda superior a
R$ 10 mil, informando-os sobre "os riscos da reeleição" da presidente
Dilma Rousseff para a economia do País. A carta circulou no primeiro mês
de campanha oficial.
Na ação
distribuída para a 78.ª Vara do Trabalho de São Paulo, a
ex-superintendente afirma que não tinha conhecimento da mensagem e que o
texto não foi submetido à sua revisão, tendo sido encaminhado por uma
analista financeira "diretamente ao Departamento de Marketing, que
providenciou a remessa aos clientes". Além de Sinara, outros dois
funcionários foram demitidos.
Ela
sustenta que teve ciência da carta "somente 15 dias após, quando um dos
clientes reclamou do teor da opinião do banco". Sinara ressalta que "o
PT, através de seus máximos dirigentes, inclusive o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, exigiu em manifestações públicas, em entrevistas
para toda imprensa do País, a demissão de empregados do Santander".
'Subserviência'.
"Houve imediata subserviência do banco às forças políticas, ao clamor
político partidário", assinalam os advogados Rubens Tavares Aidar e
Paulo Alves Esteves, constituídos por Sinara. Para eles, o banco "cedeu o
poder de comando do empregador ao PT, de modo tão servil que o próprio
presidente do partido foi o arauto para a imprensa de que os empregados
do setor seriam demitidos".
"Agrava-se
a discriminação quando se sabe que ela (Sinara) não praticou, não
concorreu, nem tinha o menor conhecimento dos fatos, sendo execrada e
covardemente despedida", destacam os advogados.
Admitida
em 4 de abril de 2006 como assessora de investimentos, Sinara foi
despedida "sem justa causa, abruptamente, por meio de telegrama, com
aviso prévio indenizado". Seu último salário fixo foi de R$ 32.785,74 -
acrescidos de bônus anual de valor variável, perfazia média de R$ 50 mil
mensais.
O
Santander não se pronunciou. "O Santander informa que não se manifesta
em casos sob o exame da Justiça", anotou a instituição, por meio de sua
vice-presidência de Comunicação e Marketing. O PT, por sua assessoria de
imprensa, informou que "não vai se pronunciar sobre o assunto". Do site
do Estadão
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