18/12/2014 10h13
Instituições estão fechadas há 16 dias; dívida é de R$ 14,5 milhões, dizem.
Governo afirma que situação será regularizada ainda nesta semana.
Chefe da segurança do Palácio do Buriti tenta negociar com manifestantes a liberação da via (Foto: Isabella Formiga/G1)
A Polícia Militar afirmou que há cerca de 150 pessoas no local. A Secretaria de Educação disse que que os repasses às creches públicas e conveniadas haviam sido iniciados no dia 10, mas o presidente do conselho, Ciro Silvano, afirmou ao G1 na última segunda (16) que nada foi depositado.
Durante o ato, os funcionários usaram faixas e cartazes e cantaram uma paródia do hit "Lepo Lepo". "Não tenho teto, e se trabalho não é só porque gosto. Eu quero, quero, quero, quero, quero, quero, quero meu salário", entoavam.
Por volta de 9h42, funcionárias da creche Cantinho do Girassol decidiram se sentar no chão. O trânsito era desviado para o Parque da Cidade, na altura do Tribunal de Contas.
Professora da creche São Lucas, Cleuza Maria de Oliveira disse que o estabelecimento de Ceilândia Sul está em greve há mais de uma semana. "Ja passamos três meses sem salário. Pagar as contas, não paga. Como é que você vai planejar Natal, Ano Novo? Como paga aluguel? Cartão de crédito está atrasado. Como é que vai fazer? Fica difícil. E as crianças, que nem temos mais como receber? Não tem mantimento, não tem nada. É uma falta de consideração com as pessoas de baixa renda. Você trabalha, é salário digno de receber."
Funcionárias
da creche Cantinho de Girassol, conveniada ao governo do DF, sentam no
Eixo Monumental em protesto contra a falta de repasses (Foto: Isabella
Formiga/G1)
O secretário de Administração, Wilmar Lacerda, afirmou nesta segunda-feira que o DF tem 45 creches conveniadas e 28 próprias. Ele afirma que apenas quatro não estariam funcionando por causa da falta de repasses. “A Secretaria de Educação vai colocar os pagamentos em dia nesta semana”, declarou .
Paralisação
Na primeira semana de paralisação, o número de creches com os serviços suspensos chegou a 23. O presidente do conselho disse que não é a primeira vez que os atrasos ocorrem, mas a situação se agravou porque o GDF conveniou 28 creches a mais nos últimos anos. "Como essas entidades são desconhecidas pela comunidade, a situação está mais grave do que ficava antes, porque não recebem doações", afirma.
"As creches têm arcado com os custos com recursos próprios. São três, quatro meses sem receber, de maneira que o primeiro mês se paga com sacríficio, assim como o segundo, mas depois chega a um ponto em que não tem mais dinheiro", afirma. "E agora tem o 13º salário, cuja primeira parcela já venceu. É um salário a mais, e a despesa continua."
Na semana passada, Silvano afirmou que muitas creches acreditaram na promessa do GDF de que os repasses seriam feitos e voltaram ao serviço, mas que a Subsecretaria de Planejamento e Avaliação informou que a pasta não tem recursos.
Crise administrativa
O GDF alega que teve uma arrecadação menor do que a esperada e que isso se refletiu no pagamento de servidores e manutenção de serviços. O Executivo afirma que vai fechar as contas e entregar o governo sem dívidas ao próximo gestor. Mas, em análise de finanças divulgada no sábado (13), Rodrigo Rollemberg (PSB) prevê outro cenário, com rombo de R$ 3,8 bilhões.
saiba mais
As dificuldades afetam várias áreas. Na saúde, o governo decidiu remanejar R$ 84 milhões de convênios com o governo federal
– incluindo o fomento a programas de combate e prevenção a doenças como
dengue e Aids, que apresentaram indicadores ruins neste ano – para
pagar dívidas com fornecedores e reabastecer a rede pública da capital
do país com medicamentos e materiais hospitalares. Um levantamento feito
por técnicos estima que o rombo da pasta seja de R$ 150 milhões.A crise também afetou os serviços de manutenção de gramados, plantio e limpeza de canteiros ornamentais, além da poda de árvores, que foram suspensos por falta de verba. Quatro empresas – Coopercam, EBF, Tria e FCB – eram responsáveis pela atividade, com aproximadamente 500 trabalhadores. Elas também eram responsáveis por fornecer equipamentos e transporte dos funcionários.
A Novacap já havia anunciado a suspensão da segunda fase do “Asfalto Novo”, programa de recapeamento em vias urbanas do Distrito Federal. O motivo apontado também foi falta de dinheiro. A companhia afirmou na ocasião que ainda restavam 2 mil quilômetros de pistas a receberem obras.
O problema também afetou o transporte público. Motoristas e cobradores de quatro das cinco empresas de ônibus cruzaram os braços por três por não receberem o 13º salário e outros benefícios. O DFTrans repassou R$ 35 milhões para as viações, para garantir a retomada dos serviços. No período, 700 mil pessoas foram prejudicadas.
16/12/2014 09h46 - Atualizado em 16/12/2014 09h47
Creches
mantêm greve no DF; dívida é de R$ 14,5 milhões, diz conselho
Organização afirma que 13
instituições estão em greve; 29 não receberam.
GDF diz que pagamentos começaram a ser feitos na semana passada.
GDF diz que pagamentos começaram a ser feitos na semana passada.
Do G1 DF
saiba mais
- Nº de creches conveniadas em greve aumenta para 23 no DF
- Creches alegam falta de repasse do GDF e não abrem nesta segunda
- Creches alegam falta de repasse do GDF e não abrem nesta segunda
O número de creches públicas paralisadas por não receberem o pagamento
devido pelo governo do Distrito Federal aumentou de dez para 13 nesta terça-feira (16). De acordo com o
Conselho das Entidades de Promoção e Assistência Social do DF, organização que
representa as instituições, 29 creches estão sem receber do GDF e a dívida
chega a R$ 14,5 milhões. Este é o 13º dia de paralisação.
O G1 procurou a Secretaria de Educação e aguarda retorno. Na
semana passada, a pasta informou que os repasses às creches públicas e
conveniadas haviam sido iniciados na quarta-feira (10), mas o presidente do
conselho, Ciro Silvano, afirmou que nada foi depositado.
De acordo com o dirigente, a organização não foi procurada pelo governo,
e as instituições só vão reabrir depois que o pagamento for feito. "Não
recebemos nenhum contato da Secretaria de Educação. Ontem visitamos o gabinete
dos deputados distritais atrás de apoio, para ver o que eles poderiam fazer
para nos ajudar", disse.
O secretário de Administração, Wilmar Lacerda, afirmou nesta
segunda-feira que o DF tem 45 creches conveniadas e 28 próprias. Ele afirma que
apenas quatro não estariam funcionando por causa da falta de repasses. “A
Secretaria de Educação vai colocar os pagamentos em dia nesta semana”, declarou
.
Paralisação
Na primeira semana de paralisação, o número de creches com os serviços suspensos chegou a 23. O presidente do conselho disse que não é a primeira vez que os atrasos ocorrem, mas a situação se agravou porque o GDF conveniou 28 creches a mais nos últimos anos. "Como essas entidades são desconhecidas pela comunidade, a situação está mais grave do que ficava antes, porque não recebem doações", afirma.
Na primeira semana de paralisação, o número de creches com os serviços suspensos chegou a 23. O presidente do conselho disse que não é a primeira vez que os atrasos ocorrem, mas a situação se agravou porque o GDF conveniou 28 creches a mais nos últimos anos. "Como essas entidades são desconhecidas pela comunidade, a situação está mais grave do que ficava antes, porque não recebem doações", afirma.
"As creches têm arcado com os custos com recursos próprios. São
três, quatro meses sem receber, de maneira que o primeiro mês se paga com
sacríficio, assim como o segundo, mas depois chega a um ponto em que não tem
mais dinheiro", afirma. "E agora tem o 13º salário, cuja primeira
parcela já venceu. É um salário a mais, e a despesa continua."
Na semana passada, Silvano afirmou que muitas creches acreditaram na
promessa do GDF de que os repasses seriam feitos e voltaram ao serviço, mas que
a Subsecretaria de Planejamento e Avaliação informou que a pasta não tem
recursos.
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