Josias de Souza
Em
movimento estudado, Dilma Rousseff esquivou-se de mencionar a oposição
no seu discurso de posse, neste 1º de janeiro de 2015. Abandonou a
intenção de construir “pontes”. Em outubro, depois de sacramentado o
resultado da disputa que travara com o tucano Aécio Neves no segundo
turno da campanha presidencial, Dilma afirmara, em timbre enfático: “Essa presidente está disposta ao diálogo, e esse é meu primeiro compromisso no segundo mandato: o diálogo.”
Decorridos pouco mais de dois meses, Dilma enumerou no discurso de posse (íntegra) as pessoas e grupos políticos que, segundo acredita, irão ajudá-la a “encarar os desafios” do novo ciclo. Citou quase todo mundo, até a militância do PT. Mas não retomou a ideia do diálogo.
“ …Sei que conto com o apoio do meu querido vice-presidente Michel Temer, parceiro de todas as horas.
Sei que conto com o esforço dos homens e mulheres do Judiciário.
Sei que conto com o forte apoio da minha base aliada, de cada liderança partidária de nossa base e com os ministros e as ministras que estarão, a partir de hoje, trabalhando ao meu lado pelo Brasil.
Sei que conto com o apoio de cada militante do meu partido, o PT, e da militância de cada partido da base aliada, representados aqui pelo mais destacado militante e maior líder popular da nossa história, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
Não disse nada que aquela evocasse a Dilma de outubro, que derrotou Aécio por uma diferença de pouco mais de 3 milhões de votos. “Em lugar de ampliar divergências, de criar um fosso, tenho forte esperança que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção e pontes”, discursara a presidente. “O calor liberado no fragor da disputa pode e deve agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil”
Ouvido pelo repórter, um auxiliar de Dilma atribuiu ao PSDB de Aécio Neves o sepultamento do diálogo. Ecoou um raciocínio da própria presidente, segundo o qual “a oposição ainda não desceu do palanque”. Recordou que o tucanato pediu a recontagem dos votos. Lembrou, de resto, que a coligação derrotada tentou impedir, sem “base legal”, a diplomação de Dilma na Justiça Eleitoral.
Repete-se agora um fenômeno que convulsiona todos os governos liderados pelo PSDB (oito anos de FHC) e pelo PT (a caminho dos 16 anos com Dilma). Os dois partidos brigam entre si e trocam apoio congressual por pedaços do Orçamento da União. Nesse modelo, movimentos como o que Dilma acabou de realizar não podem ser chamados de reforma ministerial. Em alguns casos, o governo apenas trocou de cúmplices. É o que Marina Silva -ou o que restou da terceira via- chama de “ganhar perdendo''.
Decorridos pouco mais de dois meses, Dilma enumerou no discurso de posse (íntegra) as pessoas e grupos políticos que, segundo acredita, irão ajudá-la a “encarar os desafios” do novo ciclo. Citou quase todo mundo, até a militância do PT. Mas não retomou a ideia do diálogo.
1º.jan.2015
- A presidente Dilma Rousseff se dirige ao parlatório durante cerimônia
de posse para seu segundo mandato, no Palácio do Planalto, ao lado do
vice-presidente Michel Temer, nesta quinta-feira (1º) Leia mais Pedro Ladeira/Folhapress
“ …Sei que conto com o apoio do meu querido vice-presidente Michel Temer, parceiro de todas as horas.
Sei que conto com o esforço dos homens e mulheres do Judiciário.
Sei que conto com o forte apoio da minha base aliada, de cada liderança partidária de nossa base e com os ministros e as ministras que estarão, a partir de hoje, trabalhando ao meu lado pelo Brasil.
Sei que conto com o apoio de cada militante do meu partido, o PT, e da militância de cada partido da base aliada, representados aqui pelo mais destacado militante e maior líder popular da nossa história, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
Não disse nada que aquela evocasse a Dilma de outubro, que derrotou Aécio por uma diferença de pouco mais de 3 milhões de votos. “Em lugar de ampliar divergências, de criar um fosso, tenho forte esperança que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção e pontes”, discursara a presidente. “O calor liberado no fragor da disputa pode e deve agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil”
Ouvido pelo repórter, um auxiliar de Dilma atribuiu ao PSDB de Aécio Neves o sepultamento do diálogo. Ecoou um raciocínio da própria presidente, segundo o qual “a oposição ainda não desceu do palanque”. Recordou que o tucanato pediu a recontagem dos votos. Lembrou, de resto, que a coligação derrotada tentou impedir, sem “base legal”, a diplomação de Dilma na Justiça Eleitoral.
Repete-se agora um fenômeno que convulsiona todos os governos liderados pelo PSDB (oito anos de FHC) e pelo PT (a caminho dos 16 anos com Dilma). Os dois partidos brigam entre si e trocam apoio congressual por pedaços do Orçamento da União. Nesse modelo, movimentos como o que Dilma acabou de realizar não podem ser chamados de reforma ministerial. Em alguns casos, o governo apenas trocou de cúmplices. É o que Marina Silva -ou o que restou da terceira via- chama de “ganhar perdendo''.
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