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Contribuição da leitora Liziê Moz Correia, estudante de Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS.
É difícil aceitar a derrota do nosso país. Não, não me
refiro aos 7 x 1. É triste perceber que venceu, consolidando-se ainda
mais, um nefasto projeto de poder, que utiliza aquele que talvez seja o
mais baixo dos artifícios para se perpetuar no comando: fomenta o ódio
entre cidadãos de uma mesma nação, divide, separa, conhecedor que é de
que somente a união fortalece e de que só unidos os brasileiros saberão
refletir sobre o que se passa nas altas esferas do poder do seu país.
O
Brasil de hoje foi levado a crer que é Norte contra Sul, laicos contra
religiosos, pobres contra ricos, preconceituosos contra minorias.
Enquanto os donos do poder distribuem pechas e papéis neste grande
circo, que guarda mais semelhanças com o inferno de Dante do que com
qualquer evento lúdico, as animosidades artificialmente promovidas vão
cegando os brasileiros para tudo que aí está.
A obsessão da igualdade
forçada, eterno delírio socialista, vai se consolidando pelo incentivo
aos ódios e rivalidades. Entramos todos nesta roda viva perversa. E
quantos se apercebem disto?
Milhares de brasileiros, cansados de amar este país com
seus erros, pecados e vícios, já cogitam deixá-lo o mais breve possível.
Não suportam mais viver num país no qual o empresário que produz
emprego e renda é demonizado e o manifestante que quebra tudo é
aplaudido – caso se torne “intelequitual” (sic) poderá até ser
beatificado. Não conseguem compreender como é possível que seja
considerado o mais vil dos crimes que um investidor privado, que dedicou
seus estudos e sua vida profissional ao mercado financeiro, adquira a
maior parte dos papéis de uma estatal ou preste um serviço público.
Enquanto isso, as empresas públicas inchadas, deficitárias e
incompetentes na prestação de serviços seguem firmes e fortes, servindo
de reduto partidário, cheias de funcionários sem nenhum conhecimento
técnico, perfeitas para o desvio de recursos e sempre onerando o (cada
vez mais) pobre consumidor, que paga para mantê-las, paga caro por
péssimos serviços e paga mais um absurdo para socorrê-las quando as
contas fecham no vermelho.
A máquina pública está completamente aparelhada, as
nossas instituições sobrevivem à míngua, até o Judiciário respira por
aparelhos. A doutrinação nas escolas forma cada vez mais militantes e
menos cidadãos. A cultura da corrupção já chegou às ruas, invadiu os
lares e ameaça as famílias. Dá a impressão de que o Brasil apodreceu.
Mas, ainda há esperança. Nem tudo está perdido. Ainda
contamos com milhões de brasileiros honestos, divididos entre os que
percebem o que está acontecendo e os que dormem em berço esplêndido,
entorpecidos.
Que não seja eternamente. Despertemos a estes últimos, nós
a quem ainda resta lucidez, e esforcemo-nos por não perdê-la. Guardemos
a nossa honestidade e que a campanha pelas divisões e rancores não nos
atinja. Da minha parte, garanto que não me deixarei recrutar para este
exército fratricida.
Cabe-nos o esforço por sermos, nós, a mudança que a
maioria não escolheu nas urnas. E, um dia – sim, ele sempre chega! – os
muros caem, as cortinas de ferro vêm abaixo, os caudilhos populistas
desabam dos cavalos. Podem apostar nisto. Só é preciso que não
desistamos do Brasil.
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