Petrobras
VEJA
Obras ainda estão inacabadas, apesar de a produção ter começado em dezembro. Investimentos totais do projeto chegam a 18,8 bilhões de dólares
Refinaria Abreu e Lima demorou quase dez anos para ficar pronta
(Bobby Fabisak/Exame/VEJA)
Refinaria Abreu e Lima até hoje ainda não tem análise de viabilidade econômica atualizada
No novo esforço para demonstrar ao mercado sua solidez operacional, a estatal anunciou a primeira venda de óleo da refinaria em 17 de dezembro. Com "grande satisfação" e esmorecido entusiasmo, a presidente da companhia, Graça Foster, comemorou a primeira venda de 1.600 metros cúbicos (m³) de diesel - apenas 1% do volume possível, considerando a carga de 227 mil metros cúbicos de óleo que circulam em Abreu e Lima desde setembro (70% de todo o processamento da unidade é de diesel).
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O início da operação, no dia 6 de dezembro, seria a redentora vitrine de uma gestão assolada pelo forte constrangimento financeiro, pelo inédito adiamento de balanço contábil, pela desvalorização recorde das ações de mais de 40% - sem contar a "inequívoca" corrupção que "adentrou" a cúpula da estatal, nas palavras de Graça Foster. Mas a ínfima produção evidencia a disparidade entre o discurso e a realidade da refinaria.
Segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo, do alto é possível ver unidades operacionais e prédios administrativos abandonados, além de tanques de armazenamento inacabados e depósitos de equipamentos inutilizados. Há vigas e fundações expostas, além de guindastes, andaimes, sanitários químicos, lonas e estruturas temporárias ao lado de unidades em plena operação de refino de petróleo em altíssimas temperaturas.
A fumaça branca da produção se confunde com a poeira das caçambas que percorrem as áreas internas da refinaria recolhendo entulhos.
Quase todo o terreno de 6,2 mil quilômetros quadrados está ainda em chão de terra batida.
Segundo os operários, foram pavimentadas apenas as vias por onde passaram os técnicos da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) na fiscalização anterior à autorização de funcionamento da refinaria.
O projeto é o que melhor evidencia o prejuízo causado pela corrupção e que até hoje não tem análise de viabilidade econômica atualizada.
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