Escândalo
do Dossiê
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Se procura o caso do dossiê falsificado no Brasil em 1998,
consulte Dossiê Cayman.
Aloízio
Mercadante era o candidato do PT à
sucessão estadual em São Paulo cujos assessores são acusados de forjar o
dossiê, numa tentativa de prejudicar os candidatos do PSDB : José Serra e
Geraldo Alckmin.
O Escândalo do Dossiê ou Escândalo dos Aloprados, entre
outros nomes, são as alcunhas pelas quais se chama a repercussão da prisão
em flagrante, a 15 de setembro de 2006, de
alguns integrantes do PT acusados de comprar um falso dossiê, de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, com fundos de origem desconhecida. O dossiê acusaria o candidato ao
governo do estado
de São Paulo pelo PSDB, José Serra, de ter relação com o escândalo das sanguessugas.
O
suposto plano seria prejudicar Serra na disputa ao governo de São Paulo, no
qual seu principal adversário na disputa era o senador Aloizio Mercadante.
Supostamente, não só Serra era alvo, pois também haveria acusações contra o candidato
à presidência Geraldo Alckmin. As investigações e depoimentos dos suspeitos demonstraram que o
conteúdo do dossiê contra políticos do PSDB era falso. A expressão usada por Lula da Silva para designar os acusados de comprar o dossiê, "aloprados",
notabilizou-se.
Histórico
Escândalo ocorrido
durante o Governo de Lula (PT). O escândalo tem ligação direta com o
Escândalo dos Sanguessugas.
O novo escândalo é 4º o mais grave enfrentado do governo
Lula. O 1º foi o Escândalo
dos Bingos (também conhecido como
caso Waldomiro Diniz), ocorrida em 13 de fevereiro de 2004 e também
é a primeira crise política do Lula; o 2º foi o Escândalo
dos Correios (também conhecido como
caso Maurício
Marinho), ocorrida em 14 de maio de 2005, que
gerou o Escândalo
do Mensalão no mês seguinte, em 6 de junho, com as denúncias do então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ao jornal Folha de S. Paulo; o 3º foi Escândalo das Ambulâncias, que gerou o Escândalo dos Sanguessugas,
deflagrada pela Polícia Federal na "Operação Sanguessuga" em 4 de maio de 2006.
Segundo a imprensa, este escândalo relembra o caso Dossiê Cayman, uma tentativa de prejudicar o então candidato à reeleição ao estado de
São Paulo, Mário Covas e outros políticos do PSDB em 1998. O caso
seriam supostas contas não-declaradas no exterior pelos candidatos e que seria
financiada nas campanhas, mas investigações demonstraram que o dossiê era falso
e era armado por adversários políticos em véspera eleitoral.
Em 24 de abril de 2007,
julgando uma ação movida pela coligação PSDB-Democratas, o TSE decidiu, por unanimidade,
não haver qualquer prova concreta relacionando o Partido dos Trabalhadores ou o
Presidente Lula ao chamado "Escândalo do Dossiê".
Antecedentes
José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo que teria sua candidatura
atingida pelo dossiê falso.
Nos dias 8 e 9 de agosto, Luiz Antônio Trevisan Vedoin fez o último depoimento à CPI dos
Sanguessugas, antes da negociação do dossiê. No depoimento do dia 8, apontou
mais 5 deputados envolvidos, mas contradiz o que deu o depoimento à PF em
julho, chegando ter risco perder "delação premiada", termo dado para
quem denunciar em troca da prisão, o que volta das contradições.
No depoimento
reservado à CPI no dia 9, ele inocentou mais 10 parlamentares. Só no dia 10 de agosto, a CPI pedia a cassação dos 69 parlamentares e inocentava outros 18
deputados.
No dia 15 de agosto de 2006, enquanto
começava a propaganda eleitoral dos parlamentares, governadores e presidentes
em rádio e TV, iniciavam os contatos entre os sete integrantes do PT (Valdebran Padilha, Gedimar Passos, Freud Godoy, Jorge Lorenzetti, Ricardo Bezoini, Osvaldo Bargas, Expedito Veloso e Hamilton Lacerda) e a família Vedoin,
segundo a PF.
Dela surge nos dias seguintes, um oferecimento de Darci Vedoin e
Luiz Vedoin, um dossiê contra políticos do PSDB, contra o então o candidato o
governo do estado de São
Paulo, José Serra e também contra o candidato à Presidência da República, do mesmo
partido Geraldo Alckmin. Ao mesmo tempo, já estava auge o escândalo dos sanguessugas, que são
os parlamentares acusados de envolvimento de emendas com ambulâncias.
Até a véspera da eleição (30 de setembro), dos 69 parlamentares (66 deputados e 3 senadores) acusados de
sanguessugas, só 56 tentam a reeleição (a maioria desistiu só 2 renunciaram,
enquanto outros partidos expulsaram os deputados) ao longo do mês. Os senadores
Magno Malta (PL-ES) e a Serys
Slhessarenko (PT-MT) foram eleitos em
2002 com mandatos de 8 anos e ela tentava concorrer para governadora do Mato Grosso e não consegue, mesmo assim, fica no cargo como senadora. Só apenas o
senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que
tentava concorrer à reeleição (foi eleito em 1998) é derrotado. Inclusive dos
55 deputados que tentaram concorrer à reeleição por mais 4 anos só cinco
conseguem em 1 de outubro.
Na manhã do dia 14 de setembro, o jornal "Correio
Braziliense", de Brasília (DF) divulga mais um envolvido no Escândalo das
Sanguessugas: o ex-ministro da Saúde e candidato pelo PSDB ao governo do
estado de São Paulo, José Serra, que lidera preferência de mais de 50% dos
eleitores.
De acordo com a reportagem, o ex-secretário-executivo do Ministério
da Saúde, Barjas Negri, que substituiu Serra quando deixou o cargo para disputar a
Presidência, teria determinado em dezembro de 2001 ao Fundo Nacional de Saúde "empenho e elaboração do convênio"
para uma emenda no valor de R$ 88 mil que beneficiava o município de Nossa Senhora do Livramento (MT).
Essa ambulância foi fornecida por duas empresas de fachada do grupo Planam, acusada de liderar o
esquema sanguessuga. Horas depois, Serra desmente a denúncia do jornal sobre
suposta participação no esquema da compra superfaturada das ambulâncias
investigada pela CPI
dos Sanguessugas. Segundo ele, denúncias
como essa serão comuns nesta reta final da campanha eleitoral, durante evento
de campanha na Vila Natal, zona sul de São Paulo.
"Nós estamos agora na
reta final da campanha e este tipo de denúncia ainda vai surgir muito" e
minimiza a denúncia. "É uma questão burocrática, puramente burocrática,
não tem nada de mais", disse Serra. O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio
Mercadante, que na manhã pediu
cautela pelas novas denúncias contra José Serra, critica a resposta feita horas
depois dele. Mercadante criticou o candidato depois saber a afirmação do Serra
de que a denúncia do jornal é o "kit PT de baixaria".
Estopim
Na noite entre os dias 14 e 15 de setembro, a 15 dias das eleições, são presos na noite pela Polícia Federal em Cuiabá, Mato Grosso, o primo Paulo Roberto Trevisan (dia 14 em São Paulo) e Luiz Antônio
Verdoin (dia 15 em Cuiabá) acusados por chantagem e ocultação de documentos.
Paulo Trevisan foi preso pela PF, com provas da fita de vídeo VHS e
documentos que poderiam ser usados contra políticos. Já o Vedoin foi preso por
duas acusações. A Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato
do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
São presos no Hotel Íbis, na cidade de São Paulo, o empresário e
tesoureiro de campanha do PT em Mato Grosso em 2004, filiado ao partido desde
agosto de 2004, Valdebran Padilha da Silva e o ex-agente da Polícia Federal e advogado do PT, Gedimar Pereira
Passos, junto com dinheiro vivo de R$ 1,7 milhões reais. Eles estavam no hotel
aguardando por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o
tucano. O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan.
A
pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e
Gedimar. O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio
Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, ao Gedimar Pereira Passos,
advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do
Mato Grosso.
Horas depois das prisões, a revista Isto É, nº. 1926, datada do dia 20
de setembro, traz a capa na manhã "Os Vedoin Acusam Serra" os donos da Planam, o pai e filho Vedoin, acusam o ex-ministro José
Serra de está envolvido com a máfia das ambulâncias e entregam à revista novos
documentos sobre a distribuição de propinas.
Eles dizem que em 2002 foi o
melhor ano em que a empresa Planan foi beneficiada na gestão. Segundo eles,
Barjas Negri, ex-secretário executivo e ministro sucessor no Ministério da
Saúde, também está envolvido no caso. Os Vedoin acusam o empresário Abel
Pereira de agir em nome do então ministro Barjas Negri e de receber propina por
meio de cheques e em depósitos nas empresas Império e Kanguru.
Eles afirmam que
Geraldo Alckmin também está envolvido, junto com Serra, no esquema. Horas
depois, Alckmin e Serra reagem e negam as acusações deles e atribuem em
"véspera de eleição". Eles afirmam que isto já havia sido divulgado
pela imprensa naquela época, mas nada de irregularidade.
Chegou a se afirmar que a denúncia dos Vedoin à revista IstoÉ foi
estopim para a prisão, mas a Polícia Federal negou a ligação e também foi desmentido
em apenas um dia, devido aos desdobramentos dos fatos do dia. Surpreendido com
nova denúncia da revista, o ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Jorge Hage, chegou a dizer que há mais provas contra Serra além de denúncia dos
Vedoin.
Horas depois da denúncia da Isto É, a propaganda política no estado de São Paulo de Orestes Quércia (PMDB), que tem apoio de Lula, põe no ar, numa rapidez sem precedentes, que José Serra é o mais um político envolvido do escândalo das sanguessugas sem mesmo esperar das investigações sérias, mas na prática tem um significado: qualquer denúncia contra políticos do PSDB-PFL seria melhor para PT e a ala do PMDB governista, para destruir em nível nacional, o PSDB, mas a propaganda é suspensa pelo TSE-SP. Devido a repercussão nacional da reportagem, a revista IstoÉ negou suposta compra da reportagem.
Horas depois da denúncia da Isto É, a propaganda política no estado de São Paulo de Orestes Quércia (PMDB), que tem apoio de Lula, põe no ar, numa rapidez sem precedentes, que José Serra é o mais um político envolvido do escândalo das sanguessugas sem mesmo esperar das investigações sérias, mas na prática tem um significado: qualquer denúncia contra políticos do PSDB-PFL seria melhor para PT e a ala do PMDB governista, para destruir em nível nacional, o PSDB, mas a propaganda é suspensa pelo TSE-SP. Devido a repercussão nacional da reportagem, a revista IstoÉ negou suposta compra da reportagem.
Segundo a polícia, seriam "os emissários do PT" usados para a
compra de um dossiê contra os candidatos do PSDB, Geraldo Alckmin e José Serra.
As fotos e o vídeo conteriam o material contra o então ministro da Saúde, José
Serra, numa cerimônia de entrega de ambulâncias na Planan em 2002. A polícia
afirma que só falta a investigação da origem dinheiro apreendida. Um dos
presos, Gedimar Pereira Passos, recebeu na tarde, a visita do advogado de
defesa, que veio a pedido da família, mas saiu na PF sem dizer se vai aceitar o
caso. O advogado de Gedimar Passos, diz à PF que dinheiro "veio do
PT".
Em nota oficial, a PF em Mato Grosso informou que a operação policial começou na noite do dia 14, no aeroporto de Várzea Grande. O aeroporto fica na "(…) região metropolitana de Cuiabá, quando localizou na bagagem de Paulo Roberto Trevisan uma fita de vídeo, um DVD, uma agenda e seis fotografias que vinculariam políticos ao esquema de superfaturamento [na compra de ambulância pelo Ministério da Saúde] investigado na Operação Sanguessuga". "No vídeo aparece José Serra.
Tem fotos do Alckmin e do [senador] Antero [Paes de Barros (PSDB-MT)] e deputados daqui".
De acordo com as investigações, na capital paulista, o dossiê seria
comprado por dois homens, que também foram presos. Valdebran Padilha é filiado
ao PT do Mato Grosso e atuou como arrecadador de
recursos na campanha do partido à prefeitura de Cuiabá em 2004. Gedimar Pereira
Passos, agente da Polícia Federal aposentado, se apresentou como advogado do PT. Com eles, foram apreendidos mais de R$ 1,7 milhões de reais,
dinheiro segundo a polícia seria usado na compra do dossiê oferecido pelo
Vedoin.
Valdebran e Gedimar vão ficar presos pelo menos 5 dias,
que é o fim de prazo para a prisão temporária. Os dois prestaram o depoimento à Polícia Federal em São Paulo e podem
ser ouvidos novamente pela justiça em Mato Grosso. A Polícia Federal afirma que
poderá solicitar a prorrogação da prisão de suspeitos de negociar dossiê.No mesmo dia 16, o jornal Folha de S. Paulo, traz entrevista com os integrantes do PSDB-SP, afirmando que o PMDB-SP
esteja ligado em suposta operação montada para acusar o candidato José Serra de
envolvimento com a máfia dos sanguessugas, já que ontem, na propaganda do PMDB,
foi exibida horas depois da denúncia da capa da revista "IstoÉ".
Na manhã, em campanha eleitoral em Aracaju, Sergipe, o
presidente Lula condena a venda do dossiê contra Serra e defende o candidato pelo "passado conjunto". Os candidatos
à sucessão estadual de São Paulo, José Serra e Aloizio Mercadante, da
presidência como Geraldo Alckmin, diversos políticos governistas e oposição,
condenam a compra nos dias seguintes, que ambos lados pedem a investigação do
caso e fazem duras críticas ao caso.
O caso do dossiê é usado pelo PSDB e PT pela propaganda eleitoral
política nos dias seguintes.
Dossiê e outros escândalos
Após o estouro do novo escândalo e depoimento dos sete integrantes do
PT, entre setembro e outubro, revela que eles estão ligadas às figuras acusadas
de escândalos que abalaram o "Governo
Lula" desde 2004: os casos Toninho do PT e Celso Daniel e os escândalos do
Mensalão e dos Sanguessugas. Os acusados seriam
pertencentes à chamada "Republica do ABC" (Santo André, São Bernardo
do Campo e São Caetano), devido aos endereços em que moram ou também
trabalharam nos locais.
Envolvimento e queda dos
integrantes do PT
Ricardo Berzoini foi afastado da presidência do PT e da campanha à presidência de Lula da Silva após o escândalo. Ele era o superior de alguns "aloprados" do
PT.
No dia 16 de setembro, em nota assinada pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini no site oficial do Partido dos Trabalhadores às
15h59min, divulgada na imprensa, afirmando que o "PT sempre rejeitou (…) a
produção ilegal de dossiês (…)". Na nota, Berzoini considera graves as
novas acusações relativas ao escândalo dos sanguessugas publicadas pela revista
"Isto É" e que envolvem o governo anterior. Segundo a nota, diz que
“o PT sempre rejeitou o denuncismo eleitoral e a produção ilegal de dossiês” e
confia “na apuração da Polícia Federal”, em que o partido encaminhou ao
diretório nacional, o pedido de suspensão do filiado envolvido no episódio,
Gedimar Pereira Passos.
Berzoini atribui o suposto dossiê à tentativa de desestabilizar PT e
Lula e nega que PT tenha pagado por dossiê. As prisões da dupla petista, provoca a queda de Passos, torna o
primeiro ligado ao PT a cair.
Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados
ao dossiê na semana seguinte. A Polícia Federal divulga no dia 17 de setembro, partes dos depoimentos do empresário Valdebran Padilha e ex-agente
Gedimar Passos. Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela
Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de
um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando
Serra de envolvimento na máfia. Ele disse ainda que seu contato no PT era
alguém de nome "Froud ou Freud".
Os Vedoin, de acordo com Gedimar, pediram inicialmente R$ 20
milhões de reais por “informações graves” que envolveriam “não só políticos de
outros partidos, mas também do próprio PT”, mas o valor cobrado “estava fora do
alcance do partido”. A negociação teria prosseguido, para R$ 10 milhões, até
baixar a R$ 2 milhões. Como mesmo essa quantia foi considerada elevada, o PT,
segundo Gedimar, ofereceu “uma importante revista de circulação nacional
sociedade na compra das informações”. Ele disse não saber se a revista seria
“IstoÉ”, “Época” “ou mesmo um grande jornal de São Paulo”. Gedimar contou à PF
que “houve um acordo entre o PT e o órgão de imprensa e que chegaram a reunir
pouco menos de R$ 2 milhões”.
No dia 18 de setembro, antes de depor, Freud Godoy concede entrevista exclusiva à TV Globo na manhã (os telejornais Jornal Hoje, Jornal Nacional e Jornal da Globo exibem a entrevista de Godoy) em que admite reunião com Gedimar Passos.
Ele afirma que se encontrou com ele 4 vezes, mas só tratar de assuntos
relacionados à segurança do comitê de campanha de Lula e nega o envolvimento
com o dossiê. Após o depoimento de 20 minutos no início da tarde, Godoy afirma
à imprensa que anunciou ao governo “que deixa temporariamente o cargo” e que
foi aceito de imediato pelo Lula.
Ele disponibilizou à PF o sigilo telefônico e admite que a quebra
revelará “4 ou 5 conversas com Gedimar Pereira Passos”, que é “poucas” na
opinião dele. Negou as afirmações de Gedimar ter afirmado na PF que teria
encomendado a compra do dossiê. Houve uma tentativa de acareação entre Godoy e
Gedimar Passos, mas Gedimar afirmou direito constitucional e ficou calado. O
advogado de Godoy afirma que acusações contra ele são falsas.Só no dia seguinte que a exoneração de Godoy é publicada no Diário
Oficial. Godoy é o segundo integrante do PT a cair.
Consultado pelas imprensas ao site do governo federal, mostra de fato um
novo nome: Freud Godoy, Assessor Especial da Presidência da República, do
presidente Lula. O anúncio de que um assessor próximo ao presidente Lula suscita
suspeitas de mais um envolvimento de pessoas próximas ao presidente Lula.
O Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, Ricardo Berzoini (SP), declara que o PT é vítima de armação no caso do dossiê, ao negar
os rumores nos últimos dias que o dinheiro teria vindo do próprio partido.
A revista IstoÉ divulga a nota em que nega que a matéria sobre a
acusação de Serra teria sido comprada e afirma que a matéria escrita foi apenas jornalística.
Surge novo nome do escândalo: Simone Godoy, que é casada com o ex-assessor Freud Godoy. A empresa de segurança dela possui vínculos comerciais com as principais instâncias partidárias e campanhas eleitorais do PT, faz a vigilância e o controle da portaria da sede do Diretório Nacional do PT em São Paulo (ver Empresas Envolvidas).
Por conta do novo escândalo, os partidos da oposição PSDB-PFL, da
coligação "Por Um Brasil Mais Decente", protocolam o pedido de
investigação contra Lula e a coligação "Lula de Novo com a Força do
Povo" no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A oposição faz duras críticas contra Freud Godoy, chamando como "o
novo Waldomiro Diniz", em referência ao ex-chefe de gabinete do então ministro José
Dirceu, responsável pela primeira crise política do governo Lula em 2004.
A PF revela à imprensa o conteúdo do depoimento do agora ex-Assessor Especial da Presidência da República, Freud Godoy, que aponta mais um nome envolvido: Jorge Lorenzetti, que é amigo do presidente Lula, um dos chefes do comitê de reeleição e é uma espécie de “churrasqueiro oficial do presidente Lula”, que apresentou ao Gedimar Passos. No início da noite, o Presidente Nacional do PT e Coordenador da Campanha do presidente Lula, Ricardo Berzoini, declara à imprensa que Gedimar Passos é funcionário de Comitê de Reeleição e que tem o mesmo cargo de Jorge Lorenzetti: Analista de Risco e Mídia.
Entre a noite do dia 18 para a madrugada do dia 19 de setembro, chegam algemados em Cuiabá, Mato Grosso, Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Na manhã, o jornal Folha de S. Paulo,
afirma que Passos foi segurança da campanha de Lula em 2002. A Polícia Federal
faz acareação (mais tarde o conteúdo divulgado) dos quatro presos no caso
dossiê: Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Luiz Antônio Vedoin e Paulo Roberto
Dalcol Trevisan.
Gedimar Passos cita revista Época ter sido contratado pelo PT para
negociar um dossiê com denúncias contra o candidato José Serra. Valdebran
Padilha declara à PF que o dinheiro do dossiê "veio do PT". Logo depois, o PT de Cuiabá (MT) suspende por 60 dias o filiado
Valdebran e instaura comissão de ética para investigar sua participação na
compra de dossiê.
Horas depois, o Blog da Revista Época publica às 15:39:15 o
"Esclarecimento", afirmando que a revista foi procurada para publicar as denúncias contra
José Serra e Barjas Negri. O blog cita que Oswaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho e atual responsável pelo
capítulo de Trabalho e Emprego do programa de governo de Lula, procurou há duas
semanas o jornalista da revista, Ricardo Mendonça.
O encontro foi marcado pelo
Bargas na suíte do hotel Crowne Plaza, em São Paulo, no final da tarde do dia 6 de setembro e nessa reunião estava Jorge Lorenzetti. Bargas afirmou ter sido
procurado por alguém que tinha denúncias sérias contra políticos de renome, as
acusações, segundo ele, poderiam ser comprovadas por meio de fotos, vídeos e de
uma "farta documentação" e perguntou se havia interesse da revista em
publicá-las. O repórter queria saber do teor da denúncia, mas que Bargas não
poderia mostrar agora, mas antecipou que era contra os ex-ministros da Saúde,
Serra e Negri.
O blog afirma que o presidente Nacional do PT, Ricardo Berzoini,
sabia da reunião, mas não às denúncias e a conversa durou 30 minutos, Bargas
telefonou para avisar ao repórter que o denunciante voltara atrás e não queria
mais apresentar o material e nem dar entrevista. A página do blog recebe mais
de 300 comentários e tem forte repercussão, levando Bezoini a admitir a
reunião.
Surge mais um nome do escândalo: horas depois de que o Blog da Revista
"Época" revelar que Oswaldo Bargas teria procurado revista, surge à
informação que ele é casado com a Monica Zerbinato, secretária pessoal do
presidente Lula. Nos dias seguintes, não há evidência que ela tenha ligação ao
escândalo, mas o fato dela ser secretária do Lula aumenta mais evidência que
pessoas mais próximas do Lula estão envolvidas no escândalo.
Quase fim de tarde, o juiz federal Marcos Alves Tavares nega todos os pedidos de prisões temporárias contra Paulo Roberto
Trevisan, Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Freud Godoy, Darci Vedoin, mas a PF indicia Gedimar Passos por supressão de documentos. O pedido foi feito pela Procuradoria da República na manhã. Na
madrugada do dia seguinte, eles são soltos.
O site de Contas Abertas revela que a ONG ligada ao amigo de Lula, o churrasqueiro presidencial
Jorge Lorenzetti, a Unitrabalho, recebeu R$ 18.499.684,31
milhões do Governo Federal, ganhou 21 vezes mais do que o governo FHC, que foi entre 1998-2002 foi de R$ 840.468,53. (Ver Empresas
Envolvidas)
Um dia depois ter sido citado como envolvido, Jorge Lorenzetti anuncia
em uma carta o afastamento da campanha eleitoral pela reeleição do presidente
Lula, afirmando “que extrapolou limites de suas atribuições na campanha ao
tratar do dossiê” e "afirmo taxativamente que em momento algum autorizei o
emprenho de qualquer tipo de negociação financeira." Ele é o terceiro integrante do PT cair. Com o afastamento, ele volta a ser o Diretor Administrativo do Banco do
Estado de Santa Catarina (BESC), mas fica até o dia 28 de setembro.
O Blog de Noblat publica às 23:13, mais um envolvido no escândalo do
dossiê: Expedito Afonso Veloso, diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil,
que foi citado pelo empresário Valdebran Padilha à PF. Segundo Padilha, o diretor Expedito Veloso e Gedimar Passos, contratado
para trabalhar na campanha de Lula, o recepcionaram na semana passada no
aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que os três seguiram para o hotel Íbis,
nas vizinhanças do aeroporto. Foi nesse hotel que Valdebran e Gedimar acabaram
presos pela Polícia Federal.
Padilha confirma que no dia 6 de setembro, Oswaldo Bargas e o churrasqueiro presidencial Jorge Lorenzetti se reuniram em São Paulo com repórter da revista Época, Ricardo Mendonça, na suíte do hotel Crowne Plaza. Na ocasião, Bargas perguntou ao repórter se a revista teria interesse em publicar "denúncias fortes o suficiente para desmoralizar o candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, e o ex-ministro da Saúde Barjas Negri". A notícia recebeu quase 200 comentários.
Padilha confirma que no dia 6 de setembro, Oswaldo Bargas e o churrasqueiro presidencial Jorge Lorenzetti se reuniram em São Paulo com repórter da revista Época, Ricardo Mendonça, na suíte do hotel Crowne Plaza. Na ocasião, Bargas perguntou ao repórter se a revista teria interesse em publicar "denúncias fortes o suficiente para desmoralizar o candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, e o ex-ministro da Saúde Barjas Negri". A notícia recebeu quase 200 comentários.
No dia 20 de setembro, o consultor sindical Wagner Cinchetto, 43, afirma em entrevista à
Folha de S. Paulo, que o "PT já fazia dossiês em 2002": "Organizamos
um grupo… no sentido de antecipar alguns fatos, algumas denúncias que
adversários poderiam fazer e reunir material suficiente e capaz de não só
combater as denúncias dos adversários como também divulgar as denúncias contra
os principais adversários".
O jornal "O
Estado de S. Paulo" revela mais um nome
envolvido no escândalo: é o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Ele é
acusado de ser uns dos envolvidos no chamado "Escândalo
do Mensalão". Segundo o jornal, a
SMPB, depositou R$ 98,5 mil na conta da Caso Comércio e Serviços Ltda., de
propriedade de Freud Godoy (ver Empresas Envolvidas).
A diretoria do Banco do Brasil se reúne para discutir situação de
diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso, que
estaria envolvido em dossiê, mas horas depois, o diretor Expedito Veloso se antecipa e pede
afastamento do cargo em uma nota à imprensa. Ele é o quatro integrante do PT cair.
Um dia depois que o blog da revista Época ter publicado que um membro do
PT, o ex-secretário do Ministério do Trabalho Osvaldo Bargas, ter procurado a
revista para publicar denúncias contra Serra, o ex-secretário perde o cargo de
Trabalho e Emprego do programa de governo de Lula. Ele é o quinto integrante
ligado ao PT a cair
Surgem rumores durante a tarde, de que o presidente do PT, Ricardo
Berzoini, seria afastado da coordenação da campanha eleitoral do presidente
Lula. Berzoini foi chamado novamente pelo Lula, que exigiu explicações
imediatas sobre a origem do dinheiro, que por vez o presidente do partido
sustenta que não foi do PT, fato comprovado horas depois. Berzoini diz que fica no cargo e só sai da campanha se Lula quiser.
Mesmo assim, Lula afasta Berzoini da campanha no início da noite e nomeia o Assessor Especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia no comando e Berzoini divulga a nota da saída e é o sexto integrante do PT cair.
Mesmo assim, Lula afasta Berzoini da campanha no início da noite e nomeia o Assessor Especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia no comando e Berzoini divulga a nota da saída e é o sexto integrante do PT cair.
No meio da tarde, um site de jornalistas que trabalham na revista Isto É, divulga mais um nome que surge na história do dossiê: Hamilton Lacerda. Segundo o Redator-Chefe da revista Mário Simas Filho, diz que Lacerda foi pessoalmente à Redação da "IstoÉ" negociar a entrevista com os Vedoin. Ele esteve na Editora Três, responsável pela impressão da revista, oferecendo e negociando a entrevista com Luiz Antônio Vedoin que envolveria os políticos do PSDB com a máfia das sanguesssugas, que depois ele mesmo teria marcado essa entrevista, que foi acompanhada pelos membros do PT: Oswaldo Bargas e Expedito Afonso Veloso. Hamilton Lacerda é ex-vereador do PT e atualmente Coordenador de Comunicação da Campanha de Aloizo Mercadante para governo do estado de São Paulo.
Horas depois, Lacerda, divulga a nota em que admite fez a intermediação
da entrevista de Vedoin para a revista Isto É, mas "é importante informar
que nenhum momento houve qualquer oferta de dinheiro". Na noite, horas
depois da nota e a informação do repórter da revista, de que esteve na editora
da revista IstoÉ para intermediação da entrevista de Vedoin contra políticos do
PSDB e estar acompanhado com membros do PT, o candidato ao governo do Estado de
São Paulo, Aloizo Mercadante, diz que “houve quebra de confiança” e decide
afastar da campanha. Lacerda é o sétimo homem de cargo de confiança no PT a
perder o emprego em menos de uma semana.
Dos sete integrantes do PT que caíram, cinco mantinham relações diretas
com o Lula, revelando de fato que eles se envolveram no novo escândalo contra
adversários políticos.
O dinheiro do dossiê
No dia 18 de setembro, relatório da PF revela que as notas de dólares para pagar dossiê eram
novas, emitidas em abril. O que chama a atenção é o volume de dinheiro
apreendido (US$ 139 mil) já que o limite individual para compra de dólares para
viagens ao exterior é de US$ 10 mil. Pelo auto de apreensão, esses maços
continham US$ 10 mil (R$ 21.500), em cem notas de US$ 100. Num maço, por
exemplo, as notas traziam os números seqüenciais de FF79176001A a FF79176100A.
Num outro, a seqüência final era de 6201A a 6300A. Segundo o site da Casa da
moeda americana, essas notas integrariam um lote emitido há cinco meses, num
total de US$ 25,6 milhões produzidos. O primeiro número de série é o
FF73600001A. O último FF99200000 A.
No dia 21 de setembro, a Polícia Federal afirma ter indícios que partes dos dólares encontrados no Hotel Íbis
com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, entrou ilegalmente no Brasil. As
informações foram passadas à PF por autoridades americanas, com base o número
da série das notas. Os números do dinheiro na tentativa de compra do dossiê se
referem aos 2 maços de 10 mil dólares a cada um, de um total de 248.800 mil
dólares apreendidos. Com Valdebran Padilha estavam 109.800 mil dólares,
flagrado também com 758 mil reais. Gedimar Passos foi preso com 139 mil dólares
e mais de 400 mil reais. Ao todo foi encontrado equivalente ao 1.700.000 reais.
Os maços de dólares estavam com etiquetas iguais que se podem ler a sigla da
Casa de Moeda americana e pela conclusão da PF, as aparências das notas indica
que elas nunca circularam antes. De acordo com as investigações, os números de
séries levantados até agora, não correspondem a dólares registrados pelo Banco Central, o que indicaria que pelo menos parte do dinheiro apreendido, entrou
ilegalmente no Brasil: veio de avião ou foi parar em algum país vizinho e
cruzou a fronteira de carro. Entre o material apreendido também estão os
registros de somas feitas em máquina de calcular, onde se lê "119 Campo
Grande" e com dificuldade se pode enxergar o nome de "Cláudio Márcio
S Silva" e as palavras "arrecadação caixa Caxias 118".
De uma
relação de passageiros, em outra informação, a lista de voo de 14 de setembro,
o dia em que Gedimar Passos diz ter recebido o dinheiro para pagar o dossiê.
Naquele dia, uns dos ocupantes do avião que saiu de Brasília para São Paulo era
Jorge Lorenzetti, apontado como uns dos principais nomes em torno da negociata.
- Dinheiro apreendido:
- R$ 1.168.000,00 em notas de 50 reais.
- US$ 248.800,00 em notas de 100 dólares.
- Total de cédulas encontradas:
- 23.360 cédulas de R$ 50.
- 2.480 cédulas de R$ 100.
- Peso do dinheiro
- 24k de reais
- 2,5 de dólares
- Volume
- Três malas de 007
"O dossiê era falso"
No entanto, os desdobramentos mudam a partir do depoimento do dia 21 de setembro à Polícia Federal, Luiz Antônio Vedoin. Ele afirma que não há indícios
de ligação ou participação com a "máfia das sanguessugas", o
ex-Ministro da Saúde e candidato ao governador do estado de São Paulo, José
Serra. Vedoin disse também no depoimento que Geraldo Alckmin, candidato à
presidência, também não tem relação nenhuma com a máfia das sanguessugas.
Segundo Vedoin, a ideia do dossiê partiu de Valdebran Padilha, que devia R$
700.000 reais a ele e pretendia pagar a dívida com a venda de informações.
O dossiê que seria usado para atacar os políticos do PSDB foi descoberto
através pela escuta da PF e foi em Cuiabá em que Luiz Vedoin recebeu as
ligações monitoradas pela PF. A declaração de Luiz Vedoin à PF, contraria a
denúncia feita com o pai Darci Vedoin, à revista IstoÉ, quando foi publicada no
dia 15, datada do dia 20, já que confirma a declaração deles à CPI dos
Sanguessugas em agosto. Foi em Cuiabá em que Luiz Vedoin recebeu as ligações
monitoradas pela PF.
Os telefonemas interceptados com autorização judicial é
que revelou a tentativa dos Vedoin, de vender o dossiê contra o candidato pelo
PSDB ao governo do estado de São Paulo, José Serra, mas nas conversas
desconfiaram a negociação com os envolvidos, de receber o calote pelo PT. O
empresário Abel Pereira foi incriminado pelo Luiz Vedoin no depoimento. Ele
disse que o Abel é um dos que receberam o dinheiro para liberar recursos na
gestão de Barjas Negri no Ministério da Saúde.
Lista das autoridades
derrubadas pelo escândalo do dossiê
- Valdebran Padilha, empresário e tesoureiro de campanha do PT em Mato Grosso em 2004. Foi detido pela Polícia Federal no Hotel Íbis, na cidade de São Paulo, junto com Gerdimar Passos, acusados de tentarem pagar com dinheiro vivo, R$ 1,7 milhões reais na madrugada do dia 15 de setembro. Segundo a polícia, seriam usados para a compra de um dossiê contra os candidatos do PSDB, à presidência Geraldo Alckmin e ao governador José Serra. Foi suspenso do PT-MT em 19 de setembro.
- Gedimar Passos, ex-agente da Polícia Federal e advogado do PT. Foi preso pela Polícia Federal no início da madrugada do dia 15, junto com Valdebran Padilha, empresário e tesoureiro de campanha do PT em Mato Grosso em 2004. Gedimar Passos, era Analista de Risco e Mídia do Partido dos Trabalhadores, que perdeu o cargo de analista no dia 16 de setembro.
- Freud Godoy, Assessor Especial da Presidência da República, do presidente Lula. Foi apontado no dia 17, apenas o primeiro nome, pelo Gedimar Passos, preso no dia 15, como envolvido do dossiê contra Alckmin e Serra. Após o depoimento à PF, ele anuncia ao governo “que deixa temporariamente o cargo”, que é aceito de imediato pelo Lula no dia 18 de setembro. O Diário Oficial publicou no dia seguinte a exoneração de Godoy.
- Jorge Lorenzetti, amigo e "churrasqueiro presidencial" do Lula e uma e um dos chefes do comitê de reeleição de Analista de Risco e Mídia, anuncia o afastamento da campanha eleitoral pela reeleição do presidente Lula. Em uma carta, ele dizia “que extrapolou limites de suas atribuições na campanha ao tratar do dossiê”. Com o afastamento, ele volta a ser o Diretor Administrativo do Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), que no final de julho pediu licença ao banco para trabalhar na campanha. Depoimento do Freud Godói à Polícia Federal no dia 18, afirma que ele o apresentou ao Gedimar Passos e que teria sido o mentor da operação. No dia 28, Lorenzetti é exonerado do cargo da BESC.
- Ricardo Berzoini, Coordenador Geral da Campanha à reeleição do presidente e também presidente nacional do PT. Bezoini é afastado da campanha pelo presidente Lula devido à denúncia sobre o dossiê em que envolvia o nome, devido à reunião entre Oswaldo Bargas e Jorge Lorenzetti na sede nacional do PT, em que negociava o dossiê contra políticos do PSDB para ser publicada na revista Época. No dia 6 de outubro, Bezoini é substituído da presidência do PT pelo Marco Aurélio Garcia, Assessor Especial da Presidência. Aurélio Garcia é o 5º presidente nacional do PT desde 2002. Berzoini volta à presidência do PT em 2 de janeiro de 2007, sob protestos da oposição e de até governistas e do próprio PT.
- Expedito Veloso, diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil. Ele se afasta da direção no dia 20 de setembro, um dia depois que o blog de Noblat ter publicado o nome dele que foi citado no depoimento do empresário Valdebran Padilha à PF e também horas depois que o Banco do Brasil (BB) discutir sobre a situação de diretor. Segundo Padilha, Expedito e Gedimar Passos, contratado para trabalhar na campanha de Lula, recepcionaram no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que os três seguiram para o Hotel Íbis, nas vizinhanças do aeroporto, uma semana antes que Valdebran e Gedimar fossem presos pela PF nesse hotel. Padilha confirmou que no dia 6 de setembro, Bargas e Lorenzetti se reuniram em São Paulo com repórter da revista Época em uma suíte do hotel Crowne Plaza. Veloso divulgou nota de afastamento.
- Oswaldo Bargas, ex-Secretário do Ministério do Trabalho e responsável pelo Trabalho e Emprego do programa de governo de Lula, é afastado do cargo no dia 20 de setembro. O blog da revista Época, publicou na tarde do dia 19 que ele procurou o jornalista Ricardo Mendonça, para negociar a reportagem, junto com Jorge Lorenzetti, no hotel Crowne Plaza, em São Paulo, no final da tarde do dia 6 de setembro. Bargas foi o primeiro oferecer denúncias para serem publicada contra os candidatos do PSDB, especialmente o candidato ao governo do estado de São Paulo, José Serra. O blog da revista afirma que Ricardo Berzoini, ex-ministro de Trabalho, atual presidente nacional do PT e coordenador geral da campanha de Lula, sabia do encontro de Bargas e o repórter, embora não soubesse do conteúdo.
- Hamilton Lacerda, da campanha eleitoral de Aloíso Mercadante governo de São Paulo. Foi afastado pelo candidato ao governo do Estado de São Paulo, Aloizio Mercadante, dizendo que “houve quebra de confiança”.
Escândalo do vazamento das
fotos do dinheiro do dossiê
Até o fim de setembro, ao contrário do que vem sempre praticando nas
operações anteriores, a Polícia Federal não disponibilizou voluntariamente a
imagem do dinheiro apreendido. Porém, as seis fotos, uma pasta de documentos, VHS e DVD, que
supostamente comprometeriam José Serra e Geraldo Alckmin, foram
disponibilizadas. A Polícia Federal prossegue as investigações junto ao TSE e o
inquérito permanece com o status de SIGILO para que não influencie as eleições.
Mas no dia 29 de setembro, uma pessoa entrega na manhã aos jornalistas
em caráter sigiloso, CD que conteria as fotos do dossiê, dizendo ser de uma
"fonte graduada dentro da Polícia Federal, que não quis se
identificar". Havia 23 imagens de fotos no CD. A conversa dessa pessoa
dentro da PF com os jornalistas durou 10 minutos.
O site do "O Estado de S. Paulo" mostra quase no meio da
tarde, 23 fotos do dinheiro apreendido que foi usado para comprar o dossiê. Segundo o site, uma fonte anônima dentro da Polícia Federal, que pediu
não ser identificado, entregou a cópia das fotos num CD aos jornalistas de
manhã.
- Os maços de reais apreendidos trazem etiquetas da Caixa Econômica Federal, onde R$ 1.168.000 reais foram apreendidos. As notas de dólares aparecem com etiquetas do Banco Central de US$ 248.800. O total de dólares e reais é de cerca de R$ 1.700.000. É a primeira vez que vem ao público, o dinheiro apreendido pela Polícia Federal há 2 semanas, mas não mostrado depois da operação, o que contraria em operações anteriores, a PF mostre provas do crime para não ter dúvidas, mas a não divulgação do dinheiro suscitou suspeitas da oposição e até governistas de que poderia desmoralizar a candidatura de Lula.
O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, determina a
instalação imediata de sindicância interna na Superintendência Regional do
Órgão em São Paulo, para apurar o responsável pela divulgação das fotos, no
caso do vazamento de fotos do dinheiro do dossiê.
A Polícia Federal divulga nota à imprensa no site, sobre o vazamento de
23 fotos: "Para esclarecer o episódio da divulgação das imagens do
dinheiro apreendido, o que contraria decisão da Justiça Federal do Mato Grosso,
a PF irá instaurar um procedimento disciplinar para averiguar as circunstâncias
em que as fotos foram produzidas e divulgadas, e ainda se há algum servidor
envolvido. A PF esclarece que as fotos da apreensão realizada no dia 15 de
setembro pemanecem [sic] [permanecem] sob segredo no inquérito que apura o caso."
Existe uma suspeita que credita o vazamento ao Delegado Edmilson Pereira
Bruno que teria sido alocado para outras atividades já que o inquérito era de
alçada da PF de Mato Grosso.
O Delegado da Polícia Federal de São Paulo, Edmilson Pereira Bruno,
afirma à tarde, que foi vítima de furto, ao referir que as fotos vazadas foram
roubadas e nega que a acusação do envolvido com o vazamento das fotos do
dossiê: "Esse CD desapareceram aí e vinculou na imprensa. (…) Tão
veiculando que eu cedi esse CD. Não fui eu que cedi esse CD. (…) Eu participei
dessa perícia, vou dizer a verdade. Eu participei da mesma no Banco Central, na
Caixa Econômica Federal com de [sic] mais alguns peritos. E essas fotos sumiram
do meu arquivo. Só isso!".
Ocorre assim o vazamento das fotos para a opinião pública, o PT se
enfurece publicamente e dispara contra o PSDB e acusa-o de estar ligado ao
Delegado Edmilson Bruno. Os integrantes do PT reagem contra a divulgação: o Ministro de Relações
Institucionais, Tasso Genro, que acusou o PSDB sobre as fotos e o coordenador
de campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, chegando a acusar a oposição,
referindo o PSDB. Horas depois, presidente do PSDB, Tasso Jereissati, rebate as
acusações do partido e da Polícia Federal que estejam envolvidos e que eles
deveriam "(…) se preocupar mesmo é explicar 'da onde veio esse montão de
dinheiro que tá aí'. A imagem é muito forte. (…)".
Agripino Maia, líder do
PFL no Senado, afirma que a publicação das fotos complica a situação do PT:
"Ninguém pode agora dizer, do PT, nem do Lula, nem ninguém, que essa
armação de quem é que seja. A prova do crime está mostrada!". Os
candidatos à presidência reagiram e afirmaram que não a divulgação favoreceria
o presidente Lula. Já o próprio Lula se manifesta contra e acusou os
adversários.
A tentativa do presidente nacional do PT, Ricardo Bezoini de entrar
impedir no TSE a imprensa divulgar as imagens das fotos do dossiê no início da
noite é rejeitada pelo STF.
No dia seguinte, dia 30 de setembro, o coordenador da campanha de
reeleição do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, dá uma coletiva de imprensa
de manhã, volta a dizer que o vazamento das fotografias teve o objetivo
político e reclama da imprensa.
O delegado de superintendente PF-SP, Edmilson Pereira Bruno, durante a
coletiva por telefone na tarde, confessou que foi mesmo que distribuiu as fotos,
mas não quis gravar entrevista. Ele afirma que não há sentido de omitir o
próprio nome e que não quer prejudicar os 5 peritos que estavam com ele na
empresa de valores, enquanto tirava fotos no dia 28 e que assume toda a
responsabilidade pela divulgação das fotos do dinheiro apreendido. Alegou que
as mesmas não estavam em "segredo de justiça" por não fazerem parte
do inquérito e ressalva sua desconfiança por ter sido afastado do caso.
O Delegado Edmilson Pereira Bruno que disponibilizou a imagem do
dinheiro apreendido é submetido a um processo disciplinar. A Federação Nacional
dos Policiais Federais protesta contra o fato do processo contra o delegado
furar fila e ter sido instaurado em tempo recorde, denunciando intervenção
política no caso.
- No dia 2 de outubro, o delegado Bruno dá coletiva de imprensa num restaurante e dá uma nova versão: pela primeira vez, dizendo que divulgou as fotos para se proteger, por que os três CDs do material sumiu da sala do delegado e que era pra prejudicá-lo. Ele nega que tenha agido por motivos políticos em que esteja ligado ao PSDB e que é apartidário e também negou ter recebido dinheiro em troca da divulgação das fotos.
- Logo depois, surge mais detalhes que antecederam o vazamento das fotos do dossiê: a quinta-feira dia 28 de setembro, as fotos das pilhas de dinheiro apreendidos pela PF pelos membros do PT, para a compra de dossiê contra os políticos do PSDB, foram tiradas pelo próprio delegado durante a perícia feita na semana passada. Na sexta-feira dia 29, Bruno entregou as cópias das fotos para diversos jornalistas e em seguida, como se não soubesse de nada, deu entrevista dizendo que abriria investigação para descobrir como as fotos foram parar na imprensa, no dia seguinte, sábado dia 30, assumiu a autoria do vazamento das fotos. Ao divulgar as fotos, o delegado contrariou a ordem da cúpula da PF e por causa da divulgação, ele começou na primeira semana de outubro, respondendo ao inquérito criminal e a sindicância interna. O delegado corre risco de ser exonerado pelo cargo.
Empresas envolvidas
No dia 16 de setembro, o secretário-geral do PT em Mato Grosso, Alexandre Cesar, confirma que Valdebran
Padilha ajudou a arrecadar dinheiro a sua derrota da campanha eleitoral à
Prefeitura de Cuiabá em 2004. Na Justiça Eleitoral, consta que a Saneng
Saneamento e Construção, da família de Valdebran, doou R$ 50 mil para a
campanha de Alexandre Cesar. A Polícia Federal concluiu em fevereiro deste ano
um inquérito sobre suposto caixa dois do PT em Cuiabá na eleição de 2004,
confirmando gastos com gráficas e vídeos de ao menos R$ 3,5 milhões
não-declarados à Justiça Eleitoral. Cesar negou caixa dois e disse, na época,
que a responsabilidade era do então tesoureiro nacional do PT, Delúbio Soares,
por "um erro contábil". Embora diga não saber nada sobre o dossiê,
Cesar disse ter uma relação de amizade com Valdebran, que também seria ligado
ao deputado federal Carlos Abicalil (PT).
No dia 18, horas depois da demissão de Freud Godoy, surge novo nome do
escândalo: Simone Godoy, que é casada com ele. A
empresa de segurança faz a vigilância e o controle da portaria da sede do
Diretório Nacional do PT em São Paulo. Recentemente, foi contratada para fazer
varredura nos telefones desse departamento petista em Brasília. No papel, a
Caso Comércio de Serviços atuava no "comércio atacadista de produtos
químicos" e tinha capital social de R$ 10 mil.
Recebeu, em gastos
declarados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), R$ 101,5 mil do comitê
eleitoral presidencial. No mesmo ano, trabalhou para a campanha de José Dirceu
(PT) a deputado federal, por só declarados R$ 4.400. Em 2004, agora no nome da
mulher de Freud, a nova empresa, Caso Sistemas de Segurança, trabalhou na
campanha em que Marta Suplicy tentou a reeleição à Prefeitura de São Paulo.
Recebeu R$ 106 mil. A empresa está em nome de Simone e do irmão dela, Kléber
Michel Messeguer Pereira. Horas depois, Simone Godoy nega elo com o caso e diz que abre os
sigilos telefônico e bancário.
No dia 19, o site Contas Abertas revela que a ONG ligada ao amigo de Lula, o churrasqueiro presidencial
Jorge Lorenzetti, a Unitrabalho, recebeu R$ 18.499.684,31
milhões do Governo Federal, ganhou 21 vezes mais do que o fim do primeiro e
todo o segundo governo FHC de 1998 a 2002 foi de
R$ 840.468,53, no atual governo Lula. Segundo o site, a ONG Unitrabalho "recebeu R$ 18,5 milhões da
União desde o início do governo petista até setembro deste ano.
Coincidência ou
não, desse dinheiro, R$ 4,1 milhões foram pagos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) na
última quinta-feira (15/9), um dia [sic] antes de Gedimar Pereira Passos e
Valdebran Padilha serem presos portando R$ 1,7 milhão.", as autoras da
matéria são Aline Sá Teles e Mariana Braga. A Unitrabalho é uma rede
universitária que agrega 92 universidades e instituições de ensino superior
públicas e privadas do Brasil. Um dos convênios firmados com o Ministério do
Trabalho em 2005, no valor de R$ 6,8 milhões, se refere à "execução de
atividades inerentes à implementação do projeto de avaliação do Plano Nacional
de Qualificação do Ministério do Trabalho".
Outro convênio, firmado em
2003, e para o qual já foram pagos R$ 2,5 milhões, tinha o objetivo de
construir e implementar sistemas de planejamento, monitoramento e avaliação das
ações de qualificação do ministério.
No dia 20, o jornal "O
Estado de S. Paulo" revela mais um nome
envolvido no escândalo: é o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Ele é
acusado de ser uns dos envolvidos no chamado "Escândalo
do Mensalão". Segundo o jornal, a
SMPB, agência
de publicidade em que Marcos Valério era sócio, depositou R$ 98,5 mil na conta da Caso Comércio e Serviços Ltda., de propriedade de Freud Godoy, consta na documentação entregue por
Valério na CPI dos Correios, em 2005.
O depósito foi feito em 20 de janeiro de 2003. No
entanto, Marcos Valério não comenta depósito feito para empresa de Freud. Alegou que já prestou todas as informações sobre o mensalão a vários
órgãos de investigação.
Cronologia dos
desdobramentos do escândalo do dossiê
- Desde que o "Escândalo do Dossiê" foi descoberto pela Polícia Federal e denunciado pela imprensa, as denúncias ligadas diretamente ao escândalo, surgem quase que diariamente.
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