terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Caminhoneiros prometem resistir à intransigência burra do governo e “incendiar” as rodovias do País

UCHO

caminhoneiros_01Freio puxado – Que o empresário Abílio Diniz sempre foi um simpatizante da administração petista todos sabem, mas a decisão do Palácio do Planalto de incluir o nome do presidente da Brasil Foods (Perdigão+Sadia) na agenda de Dilma Rousseff teve efeito devastador no Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que desde a manhã de segunda-feira (23) bloqueia estradas em pelo menos sete estados.


Marcado para as 9h30 desta terça-feira (24), o encontro entre Diniz e a presidente da República aparentemente não tem pauta definida, mas a conversa pode englobar a paralisação das rodovias, que estaria comprometendo a distribuição dos produtos da BR Foods, assim como de outras empresas. A liderança do MUBC optou pela paralisação depois que o Palácio do Planalto ignorou seguidos apelos dos caminhoneiros, que pleiteiam reunião com o governo para apresentar reivindicações, como repactuação das dívidas decorrentes dos financiamentos de caminhões, reajuste da tabela de frete e redução do preço do óleo diesel.


Informação repassada ao UCHO.INFO na noite de segunda-feira, não confirmada com a Justiça, dá conta que a empresa teria conseguido liminar para desbloquear as rodovias, decisão que não foi bem recebida pelo MUBC e pode complicar ainda mais o cenário. Um interlocutor dos líderes do movimento informou que os caminhoneiros decidiram resistir ao eventual cumprimento da liminar, prometendo inclusive incendiar as estradas brasileiras.


Se confirmada a liminar, não será a primeira vez que esse expediente jurídico é utilizado para desbloquear rodovias, como forma de garantir o transporte e a distribuição de produtos em todo o País. A grande questão está na falta de disposição do governo do PT de não dialogar com os caminhoneiros, que caso resistam podem parar o Brasil do Oiapoque ao Chuí, principalmente por causa da interrupção do transporte de combustíveis.


A confirmação do encontro entre Abílio Diniz e a presidente Dilma Rousseff acirrou os ânimos dos integrantes do MUBC, principalmente porque a Advocacia-Geral da União (AGU) trabalhou intensamente ao longo das últimas horas para encontrar uma saída jurídica que garantisse o desbloqueio das rodovias. A AGU protocolou diversas ações na Justiça para liberar as estradas, mas apenas Dilma, se tiver dose mínima de bom senso, pode evitar o pior, chamando os líderes dos caminhoneiros para uma conversa em palácio. O movimento já bloqueia estradas em sete estados, mas a paralisação pode se espalhar por todo o País.


Se optar pela manutenção das ações judiciais, confirmando seu comportamento truculento e intransigente, Dilma mostrará ao País que reuniões com lideres de movimentos só ocorrem de acordo com o interesse do governo. Quando manifestantes começaram a depredar o patrimônio público e privado em diversas cidades brasileiras, em junho de 2013, a assessoria presidencial rapidamente organizou um encontro com os representantes dos baderneiros. Caso não ceda no caso dos caminhoneiros, Dilma poderá dar um doloroso tiro no pé.

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