O Juiz Mauro Baldini, da comarca de Coruripe, determinou a venda dos
bens da massa falida do grupo Laginha Agroindustrial S/A, pertencente ao
ex-deputado federal João Lyra (PSD-AL). A decisão foi publicada no
Diário de Justiça de Alagoas na última sexta-feira (20).
As usinas
Uberaba, Laginha, Guaxuma, Vale do Paranaíba e Triálcool, localizadas em
Alagoas e Minas Gerais, o escritório Central e um aeronave, já foram
avaliados e devem ser leiloados a fim de sanar as dividas bilionárias
acumuladas pelo grupo. Baldini resume a situação do processo nº
0000707-30.2008 8.02 0042, referente à falência do grupo Laginha, como
“caos generalizado”.
“Sim, somente novos empresários tem condições de
operacionalizar o funcionamento das usinas, gerando renda e emprego, em
razão do maciço investimento necessário a ser aplicado na formação do
canavial, nos tratos culturais e no corte, transbordo e transporte, sem
falar na manutenção de todo o maquinário necessário para o funcionamento
e apontamento das usinas, providências inviáveis de serem realizadas
pela Massa Falida”, traz o documento.
A decisão prossegue, afirmando que
“Somente um vultoso aporte de capital poderá recuperar e fazer
novamente funcionar as usinas, fato que dificulta a continuação
provisória de sua atividade-fim, restando portanto uma gestão continuada
limitada à conservação do patrimônio, com vistas à sua venda nas
melhores condições possíveis diante das dificuldades encontradas. Do
contrário, seria esperar um verdadeiro milagre da Administração
Judicial, diante das limitações econômicas da Massa Falida.
Quanto mais o
tempo passa, maior a deterioração das usinas, menor o preço a ser
amealhado na venda, mais distante a possibilidade de pagamento dos
credores. Tudo isto agravado pela notória crise do setor
sucroenergético”. No ano de 2006 Lyra perdeu não só o cargo de
governador do Estado de Alagoas, mas também parte de sua fortuna
investida na campanha.
Desde então sua vida financeira só definhou. Logo
após a eleição chegou a declarar concordata em algumas de suas usinas.
Nos anos seguintes, se afogou em empréstimos de alto valor, que
atingiram quantias bilionárias, os quais nunca se preocupou em pagar.
Como os empréstimos eram em nome das suas usinas, em 2008 decretou
falência.
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