BLOG do TAMBOSI
sábado, 31 de janeiro de 2015
Le Monde diz que Petrobras simboliza todos os males do Brasil
Esta foi
pescada pelo meu amigo diplomata Paulo Roberto de Almeida. Concordo
também com a observação que ele fez: há muito males além da Petrobras.
Toda a estrutura do Estado está carcomida. Basta investigar a fundo a
ação dos gafanhotos e cupins petistas em 13 anos de assalto ao poder:
A
corrupção e os maus resultados do balanço da Petrobras são tema de duas
reportagens na grande imprensa francesa nesta quinta-feira (29). O
diário econômico Les Echos diz que o Brasil “se afunda no escândalo”,
enquanto o verspertino Le Monde, em uma chamada de capa, afirma que “a
Petrobras simboliza todos os males do Brasil”.
Ilustrada
com uma foto da presidente Dilma Rousseff levando aos mãos ao rosto, o
artigo do correspondente no Rio de Janeiro afirma que a multinacional
pagou propinas durante 10 anos, “principalmente para a coalizão que está
no poder”, notadamente o PT, o PMDB e o PP. “Nenhum grupo industrial
personificou tanto a ascensão do Brasil, e nenhum se viu no coração de
um escândalo. Atingido pela revelação de um sistema de corrupção e de
propinas generalizado, o gigante petroleiro se tornou em alguns meses o
símbolo de todos os males do Brasil”, afirma o repórter Nicolas
Bourcier.
O artigo
de página inteira faz um resumo da trajetória da empresa nos últimos
anos, a partir do seu auge, no final dos anos 2000, com a descoberta do
pré-sal – quando a presidente Dilma Rousseff chegou a afirmar que “Deus
era brasileiro” –, até o atual estado, com a divulgação de um balanço,
na última quarta-feira (28), revelando a deterioração das contas da
empresa. O balanço omite os custos da corrupção e não contou com
auditoria da consultoria PwC, que se recusou a avalizar o documento.
O Le
Monde reproduz os três cenários possíveis para o futuro da empresa
elencados pela revista brasileira Exame. No cenário otimista, o preço do
barril do petróleo sobe, a empresa reconhece a corrupção e suas ações
sobem 60%. No cenário intermediário, o preço sobe menos, o ritmo das
construções de plataformas diminui, mas a produção de petróleo aumenta.
No cenário pessimista, o valor do barril se aproxima dos US$ 75 e a
empresa precisará pagar uma multa de R$ 340 milhões, contando com o
BNDES para se salvar. “O risco de um desmantelamento da empresa ou de
uma divisão das atividades com vistas em uma privatização parcial é
evocado”, diz o Le Monde.
Les Echos: "Brasil afunda"
A
publicação do balanço financeiro do terceiro trimestre de 2014 da
Petrobras ganhou destaque no diário econômico francês Les Echos, que não
poupa críticas à situação da empresa e suas repercussões para a imagem
do país. O escândalo é revelador do nível de corrupção praticado no
Brasil, diz o texto da reportagem publicada na edição desta quinta-feira
(29).
"O Brasil
se afunda no escândalo político financeiro da Petrobras" é o título de
uma reportagem ilustrada com uma foto da presidente Dilma Rousseff e da
presidente da Petrobras, Graça Foster, vestidas com o macacão da empresa
durante a campanha presidencial, em setembro do ano passado.
“Foi
durante a noite, quase na clandestinidade que o gigante brasileiro do
petróleo publicou seu balanço... do terceiro trimestre de 2014!”,
exclama o jornal, lembrando que a divulgação dos dados era aguardada desde novembro e havia sido adiada duas vezes.
No
entanto, o balanço ainda é oficioso porque ainda não passou pelo crivo
de auditores externos, informa o jornal. A presidente da empresa admitiu
que ainda não é possível avaliar com precisão a extensão dos estragos
provocados pela corrupção e sua depreciação nos ativos da empresa.
E não foi
por falta de procurar, ironiza Les Echos. Os especialistas adotaram um
método que identificou um buraco de R$61,4 bilhões, mas a empresa
preferiu usar as regras e exigências das comissões de regulação das
bolsas de valores do Brasil e dos Estados Unidos para exibir dados mais
confiáveis. Nada disso deu garantias e resgatou a confiança dos
investidores, constata o artigo.
O choque
na Bolsa de São Paulo foi tão violento que o anúncio de que o lucro
líquido da Petrobras caiu 38% em relação ao segundo trimestre do ano, e
registrou queda de 9% na comparação com o terceiro trimestre de 2013,
quase passou despercebido.
Situação desconfortável
Apesar do
otimismo apresentado por Graça Foster com a chegada do executivo João
Elek para pilotar o comitê de Governança, Risco e Conformidade da
empresa, a situação atual da Petrobras não é nada confortável.
“Sem
balanço oficial e muito endividada, a Petrobras não tem mais acesso aos
mercados financeiros”, lembra Les Echos, que cita ainda o impacto
negativo sobre os planos de investimentos e o abandono de vários
projetos como a construção polêmica de duas refinarias.
Les Echos
também destaca o pedido da presidente Dilma Roussef para que os
envolvidos no escândalo de corrupção sejam punidos, “mas sem que a
empresa saia prejudicada”. Descoberto há pouco menos de um ano, o
escândalo da Petrobras continua provocando estragos e sua extensão se
amplia a cada dia, enfraquecendo a maior empresa do país. “O caso
Petrobras é revelador do alto grau da corrupção que persiste no Brasil”,
afirma Les Echos. (RFI).
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