Mario Cesar Carvalho
Folha
A Odebrecht contratou advogados na Suíça para tentar bloquear a remessa de documentos daquele país que possam incriminar a empreiteira nas investigações da Operação Lava Jato. Maior empreiteira do país, a Odebrecht foi citada por dois delatores como integrante do grupo de empresas que pagava propina a executivos da estatal para obter contratos: o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o ex-gerente Pedro Barusco.
Costa disse aos procuradores que recebeu US$ 23 milhões (R$ 64 milhões hoje) da empreiteira, em contas que abriu na Suíça. O relato consta dos depoimentos feitos após acordo de delação premiada. O dinheiro que está na Suíça foi incluído no pacote de R$ 80 milhões que Costa se comprometeu a devolver. A Odebrecht nega que tenha pago suborno e que tente obstruir a vinda de documentos.
Os procuradores aguardam a vinda dessa documentação da Suíça para pedir à Justiça medidas contra a empresa.
FORÇA-TAREFA
Os integrantes da força- tarefa que atuam na Lava Jato priorizaram a investigação em torno da Odebrecht depois que ganharam força rumores de que a empreiteira estava sendo poupada por pressões políticas. A operação foi desencadeada em março do ano passado, mas até agora não houve buscas nem prisões de diretores da empresa.
Medidas como essa, segundo a Folha apurou, dependem do envio da documentação suíça. A papelada deve mostrar o caminho que o dinheiro percorreu até chegar às contas de Costa naquele país.
Segundo ele, foi um diretor da Odebrecht Plantas Industriais chamado Rogério Araújo quem orientou-o a abrir as contas naquele país. As transferências ocorreram entre 2008 e 2009, ainda de acordo com Costa.
O ex-gerente Pedro Barusco citou a Odebrecht e o diretor Rogério Araújo em sua delação e detalhou em uma planilha em quais obras da Petrobras a empreiteira teria pago suborno. Numa lista dos 89 dos maiores contratos da Petrobras em que houve pagamento de suborno, a Odebrecht aparece em 11 obras, sozinha ou em consórcio.
PROPINA DE R$ 50 MILHÕES
Só num dos contratos da Odebrechet, na refinaria Abreu e Lima (PE), Barusco cita uma propina de R$ 50 milhões, em valores atualizados. A obra foi feita em consórcio com a UTC e OAS. Barusco também contou ter recebido cerca de US$ 1 milhão da empreiteira no Panamá.
A estratégia de tentar brecar o envio de documentos suíços já foi usada pelo tucano Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas paulista acusado de ter recebido suborno da Alstom. A medida retardou o envio de provas por três anos. Como o Brasil tem um tratado de cooperação com a Suíça, os papéis chegariam em 60 dias se não houvesse contestação.
Folha
A Odebrecht contratou advogados na Suíça para tentar bloquear a remessa de documentos daquele país que possam incriminar a empreiteira nas investigações da Operação Lava Jato. Maior empreiteira do país, a Odebrecht foi citada por dois delatores como integrante do grupo de empresas que pagava propina a executivos da estatal para obter contratos: o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o ex-gerente Pedro Barusco.
Costa disse aos procuradores que recebeu US$ 23 milhões (R$ 64 milhões hoje) da empreiteira, em contas que abriu na Suíça. O relato consta dos depoimentos feitos após acordo de delação premiada. O dinheiro que está na Suíça foi incluído no pacote de R$ 80 milhões que Costa se comprometeu a devolver. A Odebrecht nega que tenha pago suborno e que tente obstruir a vinda de documentos.
Os procuradores aguardam a vinda dessa documentação da Suíça para pedir à Justiça medidas contra a empresa.
FORÇA-TAREFA
Os integrantes da força- tarefa que atuam na Lava Jato priorizaram a investigação em torno da Odebrecht depois que ganharam força rumores de que a empreiteira estava sendo poupada por pressões políticas. A operação foi desencadeada em março do ano passado, mas até agora não houve buscas nem prisões de diretores da empresa.
Medidas como essa, segundo a Folha apurou, dependem do envio da documentação suíça. A papelada deve mostrar o caminho que o dinheiro percorreu até chegar às contas de Costa naquele país.
Segundo ele, foi um diretor da Odebrecht Plantas Industriais chamado Rogério Araújo quem orientou-o a abrir as contas naquele país. As transferências ocorreram entre 2008 e 2009, ainda de acordo com Costa.
O ex-gerente Pedro Barusco citou a Odebrecht e o diretor Rogério Araújo em sua delação e detalhou em uma planilha em quais obras da Petrobras a empreiteira teria pago suborno. Numa lista dos 89 dos maiores contratos da Petrobras em que houve pagamento de suborno, a Odebrecht aparece em 11 obras, sozinha ou em consórcio.
PROPINA DE R$ 50 MILHÕES
Só num dos contratos da Odebrechet, na refinaria Abreu e Lima (PE), Barusco cita uma propina de R$ 50 milhões, em valores atualizados. A obra foi feita em consórcio com a UTC e OAS. Barusco também contou ter recebido cerca de US$ 1 milhão da empreiteira no Panamá.
A estratégia de tentar brecar o envio de documentos suíços já foi usada pelo tucano Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas paulista acusado de ter recebido suborno da Alstom. A medida retardou o envio de provas por três anos. Como o Brasil tem um tratado de cooperação com a Suíça, os papéis chegariam em 60 dias se não houvesse contestação.
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