Sra Flávia,
Meu nome é Ítalo (75 anos,
militar da reserva do Exército) e também tenho um rancho no Park Way, onde
minha esposa planta roça, enquanto eu leio livros, Veja, Seleções do Reader’s
Digest e outras revistas. Li e reli, pausadamente, todo o texto sobre a
interação vegetação/água. É excelente, verdadeiro e muito oportuno.
Infelizmente, incorre numa teoria (quisera que fosse teoria) do escritor Luiz
Fernando Veríssimo, que diz: “O brasileiro não lê crônica com mais de duas
páginas.”
Sou fã incondicional da natureza. Preocupo-me e sofro
com o desrespeito às nossas fauna, flora e recursos hídricos em geral. Nosso
imenso e querido Brasil é tão bem dotado desses bens, como tão mal dotado de
educação para nossa gente,infelizmente!
Vivenciei quatro situações que me proporcionaram
observar a natureza: pescarias, juntamente com minha esposa, da juventude até o
início da tal terceira idade; curso de Guerra na Selva, na floresta amazônica;
viagens, sem que fossem em excursão, para 20 países e, principalmente, viagens
pelo Brasil afora, de ônibus, avião de carreira e avião particular de meu
compadre, o cantor José Rico, que infelizmente veio a falecer em 03.03.2015.
Em todas essas situações, sempre observei o
desrespeito à natureza:
1. Certa feita,
nas imediações de meu rancho de pescaria, lá no rio São Marcos, eu ensinava
minha esposa a atirar, com um rifle calibre 22. Colocava a latinha de cerveja a
certa distância e atirávamos nela. Um roceiro da área, que assistia a tudo,
expressou-se assim: “o ideal seria atirar nos passarinhos; de que vale atirar
em latas...”
2. Ao preparar
o terreno para a roça de subsistência (hoje pouco praticada), o roceiro
empurrava, com o trator, a vegetação ciliar para dentro do rio.
3. Nas rodovias
do Brasil, mesmo nas federais, não há a menor preocupação com a segurança dos
animais, e nem sequer das pessoas, porque um animal de grande porte, ao ser
atropelado, pode matar muita gente. Nos Estados Unidos da América, observei em
novembro passado e também em outras situações, que as estradas são ladeadas por
cercas, evitando, assim, que os animais adentrem à rodovia.
4. Quando voava
com meu compadre José Rico, em sua aeronave Sêneca III, observava a devastação
nas margens dos rios (das Mortes, Xingu, Cuiabá, Piquiri e muitos outros).
5. Também me
causou surpresa, há algum tempo, quando da votação do Código Florestal. O
deputado ou ministro, que coordenava os estudos, sugeria uma largura de 15
metros para a mata ciliar. Mal sabia ele que qualquer árvore da margem dos rios
pode ter muito mais de 15 metros, no diâmetro de sua copa.
Mês de novembro passado, tive uma sensação, imagino,
semelhante à de Charles Darwim, quando de sua chegada à ilha de Ascensión, em
19/07/1836. Trata-se de uma visita que fiz ao Parque Nacional das Sequoias, na
Sierra Nevada, Califórnia (EUA). Quando deparei com a árvore maior e mais
antiga do mundo, a General Sherman, fiquei extasiado, locupletado.
Para não incorrer na teoria do Luiz Veríssimo, termino
por aqui parabenizando a senhora pelo seu interesse em defender nossos
mananciais, animais, a vegetação em geral e também a nós mesmos.
Aproveito o ensejo para encaminhar-lhe uma crônica
sobre as Sequoias.
Respeitosamente.
Italo Pasini.
(Prezados, devido à excelência das fotografias, realmente magnificas e à péssima qualidade da INTERNET serei obrigada a publicar a cronica em três partes)
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