1980: fundação do partido mais corrupto da história brasileira. |
O que estão esperando os juízes do TSE para iniciar um processo de
cassação do registro do Partido Totalitário? Já passou da hora. A
corrupção foi oficial, com entrega a domicílio. Não foi só a mochila do
tesoureiro Vaccari que levou a dinheirama da corrupção:
O doleiro Alberto Youssef, peça chave da Operação Lava Jato,
reafirmou à Justiça Federal que entregou cerca de R$ 800 mil em dinheiro
vivo para o tesoureiro do PT João Vaccari Neto – metade desse valor,
segundo ele, na porta do diretório nacional do partido, localizado na
Rua Silveira Martins, coração de São Paulo.
Em novo depoimento, agora nos autos do processo sobre operações
ilícitas de câmbio realizadas pelo laboratório Labogen – empresa que ele
tentou infiltrar no Ministério da Saúde na gestão do então ministro
Alexandre Padilha (PT) -, o doleiro declarou que “a mando da Toshiba
(Infraestrutura)” fez dois pagamentos para o tesoureiro do PT.
O dinheiro, segundo Youssef, teve origem em uma contratação para
obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), entre 2009 e
2010. “O primeiro valor foi retirado no meu escritório da (rua) Renato
Paes de Barros (São Paulo) pela cunhada dele (Vaccari)”, declarou
Youssef, referindo-se à Marice Corrêa Lima, perante o juiz federal
Sérgio Moro, que conduz todas as ações penais da Lava Jato. “Eu
entreguei esse valor pessoalmente. O segundo valor foi entregue na porta
do diretório do PT nacional pelo meu funcionário Rafael Ângulo para o
funcionário da Toshiba para que ele pudesse entregar o valor para o
Vaccari.”
O sr. sabe o nome do funcionário da Toshiba?, perguntou um advogado na audiência. “Piva”, respondeu o doleiro.
É a primeira vez que o doleiro relata esse episódio à Justiça.
Anteriormente, em um depoimento prestado à força-tarefa da Lava Jato,
Youssef havia declarado que uma parte da propina foi levada ao próprio
tesoureiro em uma “sacola lacrada” em restaurante perto da Avenida
Paulista.
No dia 3 de fevereiro, porém, perante a delegada da Polícia Federal
Erika Mialik Marena e os procuradores da República Carlos Fernando
Santos Lima e Januário Palludo, o doleiro prestou depoimento
complementar no âmbito da delação premiada que firmou. Na ocasião, foi
indagado a dar mais detalhes sobre “as operações financeiras em que
destinou valores para João Vaccari Neto”.
“Houve dois pagamentos (para ele, Youssef) pela empresa Toshiba, por
conta de um contrato que esta havia conseguido com a Petrobrás”, disse o
doleiro. “Parte desses pagamentos deveria ser destinada ao Partido dos
Trabalhadores. Um primeiro recebimento por um emissário do PT foi feito
direto no meu escritório na Rua Renato Paes de Barros em São Paulo pela
pessoa identificada como Marice, sendo que somente após a minha prisão
na Operação Lava Jato vim a saber se tratar de cunhada de João Vaccari.”
Segundo ele, Marice Corrêa Lima “entrou pela garagem do prédio”.
“Quando da necessidade de efetuar um segundo pagamento por conta dos
depósitos da Toshiba, a pessoa de Piva, representante da Toshiba com
quem eu tratava, havia pedido para providenciar a entrega da parte do PT
em um restaurante no qual (Piva) se encontraria com Vaccari. Então,
Rafael Ângulo, meu empregado, foi designado para levar o dinheiro no
restaurante.”
Youssef anotou que “posteriormente tomou conhecimento que no meio do
caminho Rafael foi orientado a entregar o dinheiro diretamente na sede
do PT em São Paulo, tendo entregue os valores na porte da sede do
partido para Piva, que lá se encontrava”.
Na audiência desta terça feira, 31, na Justiça Federal do Paraná,
Youssef reiterou sua versão sobre os dois pagamentos e os locais onde
ocorreram, tendo Vaccari como destinatários. Um advogado indagou de
Youssef qual era o papel dele no esquema de pagamento de propinas e
favores a agentes públicos e políticos. “Eu era uma mera engrenagem,
totalmente descartável. A partir do momento que não cumprisse com as
obrigações, não recebesse e pagasse em tempo hábil os valores de maneira
correta, no outro dia eu estava fora. Poderiam contratar qualquer outra
pessoa para fazer esse trabalho.”
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, por meio de seu advogado, o
criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, repudia taxativamente as
acusações. D’Urso tem reiterado que o tesoureiro só arrecadou quantias
declaradas à Justiça eleitoral. O criminalista rechaça o valor dos
depoimentos prestados em regime de delação premiada. Segundo D’Urso, os
delatores “não dizem a verdade”.
O PT tem reafirmado que todos recursos arrecadados têm origem lícita. A Toshiba nega pagamento de propinas a políticos.(Fausto Macedo, Estadão).
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