(Folha) Quase dois terços dos brasileiros (63%) afirmam que,
considerando tudo o
que se sabe até agora a respeito da Operação Lava Jato, deveria ser
aberto um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O
desconhecimento a respeito do que aconteceria depois disso, porém, é
grande. No grupo dos que defendem a abertura de um processo que, no fim,
poderia
resultar na cassação da petista, só 37% sabem que o cargo de presidente
ficaria com o vice. Quando instados a mencionar o nome do vice, metade
desse subgrupo erra.
Conclusão: só 12% dos eleitores brasileiros são a favor de um processo
de impeachment contra Dilma, estão conscientes de que o vice assumiria o
cargo e sabem que o vice é Michel Temer (PMDB). Os números são de pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira (10),
dois dias antes das manifestações programadas contra a presidente para
este domingo. O instituto ouviu 2.834 pessoas. A margem de erro é de
dois pontos.
O apoio aos protestos contra a presidente é alto (75%), assim como a
taxa de eleitores que associam Dilma ao escândalo de corrupção na
Petrobras, objeto da investigação da Operação Lava Jato. Para 57%, Dilma
sabia da corrupção na estatal e deixou acontecer. Outros
26% opinam que ela sabia, mas nada poderia fazer para impedir.
A pesquisa mostra também que a Lava Jato pode estar alterando a
percepção dos brasileiros a respeito dos problemas do país. Pela
primeira vez, o tema corrupção aparece empatado com saúde na liderança
do ranking de maiores preocupações. Para 23%, o maior problema é a
saúde. Para 22%, corrupção.
O instituto apurou um empate também --este no limite da margem de erro--
ao simular uma nova eleição presidencial. Se Dilma fosse cassada e
novas eleições fossem convocadas hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
alcançaria 33% das intenções de voto contra 29% do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
Nenhum comentário:
Postar um comentário