O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou nesta
quarta-feira a criação da comissão parlamentar de inquérito que irá
investigar as denúncias de corrupção no Conselho Administrativo de
Recursos Federais (Carf).
A
chamada CPI do Carf, ou CPI da Operação Zelotes - em alusão à operação
da Polícia Federal que investigou as irregularidades - recebeu 42
assinaturas de senadores, muito acima do mínimo necessário de 27 para
ser instalada.
"Já foi
lido o requerimento. Estamos aguardando que os líderes indiquem os
nomes que comporão a comissão. No prazo do regimento, na forma do que o
Supremo Tribunal Federal decidiu, se os líderes não indicarem, nós vamos
indicar rapidamente para que essa CPI comece a trabalhar.Já pedi ontem
a indicação, são cinco dias (de prazo)", disse Renan, na chegada ao
Senado.
Com a
leitura, houve prazo até a meia-noite de terça-feira para que os
senadores que se arrependessem e retirassem suas assinaturas de apoio. A
CPI vai investigar a existência de esquema de corrupção no qual
escritórios de advocacia e de contabilidade, bem como grandes empresas,
pagavam propinas a conselheiros do Carf e servidores públicos para
anularem autuações fiscais milionárias e reduzir o valor dos tributos a
serem pagos.
A
partir desta quarta começará a contar o prazo para que os partidos
políticos indiquem seus representantes para compor a comissão. Quando
isso for feito, ela poderá ser instalada e definir presidente e relator.
Na
justificativa ao requerimento da CPI feito na terça-feira, o senador
Ataídes Oliveira (PSDB-TO) disse que o escândalo de fraude, corrupção e
crimes pode ter causado prejuízos superiores a 19 bilhões de reais,
valor estimado pela operação da Polícia Federal. Oliveira havia
apresentado o pedido da comissão no dia 7 de abril, data em que contava
com o apoio de 32 parlamentares, cinco a mais do que o mínimo
necessário.
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