(Estadão) O ministro dos Transportes, Antonio Carlos
Rodrigues (PR), admitiu
nesta quarta-feira, 29, que obras no País podem ser paralisadas por
falta de recursos. Em audiência pública na Comissão de Serviços de
Infraestrutura (CI) no Senado, ele disse que tem recebido reclamações de
empreiteiros cobrando quando o ministério vai pagá-los pelas obras. "É
notório para todos que, ontem, recebi o recurso... Estou
acabando de pagar ainda dezembro e iniciando janeiro. Então, vai haver
várias reclamações dos senhores sobre paralisação de obras. Parou, sim!
Eu não vim aqui, não há cortina de fumaça, eu não posso esconder o que
está acontecendo no Ministério", disse ele.
Rodrigues afirmou que o ministério, juntamente com o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Valec,
tem sido cobrado pelas construtoras sobre o cronograma de pagamento do
governo e o que será pago. Ele disse que vai se reunir com os
empreiteiros quando souber e tiver um cronograma para saber como tocará
as obras. "Assusta receber um telefonema falando: 'Ou você me paga hoje -
e eu não tenho - ou vai parar a obra tal'", afirmou, ressaltando que
tem recebido telefonemas e visitas nos últimos quatro meses.
O ministro disse que espera o aporte, previsto para o ano de
2015, de R$ 13,6 bilhões em investimentos para começar a discutir as
prioridades da área. Ele afirmou que, até o início do mês, terá uma
previsão da equipe econômica de quanto a pasta que comanda terá para
usar. Rodrigues e os senadores defenderam a necessidade de
sensibilizar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para liberar recursos
para o setor. O governo tem feito um forte ajuste fiscal este ano,
segurando despesas. O ministro pediu aos senadores desculpas por não
poder afirmar, até o momento, quais são as prioridades.
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