Afundado no Petrolão, de onde recebeu centenas de milhões, o PT
trabalhou nos bastidores para que o financiamento privado fosse mantido,
mesmo que tenha feito campanha pelo financiamento público. Agora alguns
deputados, sem apoio dos arrecadadores, querem entrar no STF para
defender o financiamento público. E vai para o Congresso do PT, em
junho, tentar fazer valer o que está escrito nas resoluções internos. As
duas caras do PT vão ficar escancaradas para o país.
(Estadão) Parte da bancada do PT da Câmara anunciou nesta quinta-feira, 28, que
vai apresentar no Supremo Tribunal Federal mandado de segurança contra a
aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o
financiamento de empresas a partidos. Como a cúpula do partido resiste à
ideia de levar o assunto para os tribunais, esses petistas buscaram
apoio em outras siglas.
As reações contrárias à ação ocorrem a menos de duas semanas do Congresso Nacional da PT. Na ocasião, será votada resolução que proíbe o partido de receber doações de empresas.
OAB. Sem apoio das lideranças do partido, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) recorreu a integrantes de outras legendas para coletar assinaturas a favor da mandado. Ao longo do dia, angariou apoio de 63 parlamentares do PC do B, PSB, PPS, PROS, PSOL e PT. Desse contingente, 36 são petistas. O grupo vai entregar uma procuração à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que a entidade protocole o mandado no STF. “O que aconteceu no plenário foi inconstitucional”, disse Molon.
A tese do deputado se baseia no argumento de que o PRB, autor do PEC, e o PTB, apoiador da proposta, não tinham número necessário de parlamentares para subscrever a emenda. O regimento da Câmara exige o apoiamento de 171 deputados para a apresentação de PECs – as duas siglas têm, juntas, 45 parlamentares.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou as reações contrárias à emenda. “Já tem uns 50 (mandados de segurança) que eles (PT) entraram lá e vai ser o 51.º. Não faz muita diferença.”
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