Em
festinha de comunistas - onde jamais será vaiada - Dilma andou vendo
coisas: "há um conservadorismo muito perigoso na sociedade brasileira".
Ora, senhora presidente reincidente, mais conservadores que os petistas,
não há. Não largam o osso, recusam-se à democrática alternância de
poder, encaram os adversários como inimigos etc. Não há partido mais
conservador que o PT. Conservador é quem quer se manter no poder a
qualquer preço. Os democratas querem mudança. Perigoso é um governo que
elogia partidos antidemocráticos como o PCdoB:
Em
evento do PCdoB na noite desta sexta-feira, 29, em São Paulo, na qual
foi a estrela principal, a presidente Dilma Rousseff (PT) advertiu que
há um conservadorismo muito perigoso na sociedade brasileira. E se
posicionou novamente contra a maioridade penal. "Penalize o adulto, mas
resolver a questão da violência do menor com internação em prisões, não
resolve."
No discurso de pouco mais de uma hora, a presidente lamentou a queda
da CPMF, derrubada no Congresso Nacional, na gestão do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio dos parlamentares do PSDB. E
disse que a destinação de 25% do fundo do pré-sal para a saúde não dá
para muita coisa. Neste momento, alguém da plateia gritou: "CPMF neles!"
e ela riu e disse: "Não sou eu quem está dizendo."
Ao criticar o conservadorismo presente no País, voltou a elogiar o
PCdoB, dizendo que eles sabem o que é prioridade. E defendeu sua gestão:
"Posso garantir que a agenda do meu governo é popular, inclusiva, e
tenho discutido o ajuste fiscal de forma equilibrada, com justiça. Tenho
certeza que posso continuar contando com o PCdoB, quero a militância ao
meu lado."
Cela. No
final do discurso, disse que não se sente sozinha no Palácio do
Planalto. "Sozinha me sinto dentro de uma cela", emendou, em resposta a
algumas críticas de que vive 'encastelada' na sede do executivo federal.
A vinda de Dilma para o evento do PCdoB não estava na agenda prévia
do Palácio do Planalto e foi decidida na tarde desta sexta-feira, 29. No
início do discurso, ela disse que ficou muito honrada e comovida pelo
convite. "Neste convite tem toda confiança recíproca que eu tenho em
vocês e queria muito que vocês tenham em mim."
Dilma falou que o Brasil tem uma trajetória política na qual, o
PCdoB, com 90 anos, passou por muitas lutas. "Muitos partidos ficaram
para trás e o PCdoB, sem abrir mão de seus ideais e bandeiras, da cor
vermelha, de seus compromissos e socialismo, tornou-se um País
democrático. E se transformou sem abandonar suas crenças ou suas
convicções." E lembrou de João Amazonas e falou de Renato Rabelo.
Dilma chamou Rabelo de irmão de luta. "Podemos ter, em vários
momentos, alguns erros. Sempre respondo que devemos ter orgulho de
muitos erros e deste orgulho eu compartilho com Rabelo, quando lutei no
Brasil, num período muito difícil de lutar." E disse que um dos motivos
que motivaram sua vinda à conferência da legenda foi a homenagem a
Rabelo, que está deixando a presidência do PCdoB.
Crise. Durante
seu discurso, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez
críticas ao projeto de terceirização, conseguindo arrancar aplausos da
presidente, mas também defendeu "o grande esforço do governo Dilma em
proteger a economia nacional em tal situação de crise". "A presidente
começou a procurar saída com medidas estruturantes", disse.
Rabelo criticou também o papel da oposição de trabalhar "para o
quanto pior, melhor" e disse que é preciso evitar medidas
antidemocráticas. Segundo ele, é preciso trabalhar pela defesa do
mandato legítimo e constitucional da presidente Dilma. "Eles querem
derrubar a presidenta, nós queremos sustentá-la", afirmou.
Apesar das críticas em relação a terceirização, Rabelo defendeu que o
ajuste proposto pelo governo é necessário por conta de um período de
crise internacional. "Acredito que a presidente tenha nitidez quanto
alternativa a seguir", afirmou. Segundo ele, o apoio ao ajuste está
ligado ao compromisso do governo em manter seus compromissos sociais. "É
preciso de um ajuste que permita a retomada do crescimento, voltado
para o progresso social", afirmou.
Filiação. O
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em breve discurso na 10ª
Conferência Nacional do PCdoB, brincou com a presidente Dilma Rousseff,
dizendo que assim que ela terminasse o mandato, iria convidá-la para se
filiar ao seu partido. O governador disse acreditar que Dilma levará o
País a um porto seguro depois dessa crise e garantiu que seu partido
está ao lado da petista em todos os momentos, mesmo os mais difíceis.
A próxima presidente do PCdoB, Luciana Santos, que assume no lugar de
Rabelo, disse em seu discurso que a presidente Dilma se tornou um
exemplo para gerações de mulheres, com coragem para enfrentar as
adversidades. "Sua trajetória política de coração valente pode nos
conduzir a uma saída que garanta o desenvolvimento do País e os
investimentos sociais." (Estadão).
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