(Veja) Documentos constantes do inquérito da Operação Acrônimo mostram que
vai muito além da amizade a relação do empresário Benedito Oliveira
Neto, operador do PT preso nesta sexta-feira, com o governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel. Obtidos com exclusividade por VEJA, os
documentos levantam a suspeita de que Bené operava uma espécie de caixa
paralelo na campanha de Pimentel ao governo. Além disso, indicam que a
mulher de Pimentel, Caroline Oliveira, seria dona de uma empresa
fantasma utilizada pela organização criminosa.
A PF investiga se dinheiro proveniente de contratos públicos foi
desviado, como no escândalo do petrolão, para campanhas políticas. Há a
suspeita de que as empresas de Bené, que receberam cerca de meio bilhão
de reais do governo federal desde 2005, tenham bancado gastos de
campanhas eleitorais petistas. O termo de busca e apreensão da PF lista
documentos que ligam Bené a um suposto esquema de caixa dois na campanha
do petista ao governo de Minas.
Bené, como se sabe, é um generoso pagador de contas do PT. Em 2010,
bancou as despesas de uma casa que era usada como comitê de campanha da
candidata Dilma Rousseff. Também financiou o grupo de arapongas
arregimentado para produzir dossiês contra os adversários políticos dos
petistas. Naquela ocasião, o empresário lidava diretamente com Pimentel,
que era um dos coordenadores da campanha de Dilma.
Quem abriu as portas do PT para o empresário foi o ex-deputado
federal Virgílio Guimarães, o mesmo que apresentou Marcos Valério, o
notório operador do mensalão, ao partido. Segundo os investigadores,
Virgílio mantém uma "sociedade dissimulada" com Bené e recebeu pelo
menos 750 000 reais do parceiro.
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