terça-feira, 22 de setembro de 2015

MP revela irregularidades (até!)na contratação do gramado do Mané Garrincha



O prejuízo está estimado em R$ 1,6 milhão. O estádio foi o mais caro da Copa do Mundo de 2014 e está entre os três mais onerosos do mundo. 

O gramado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha virou alvo de ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). 



Promotores desconfiam de superfaturamento na aquisição da grama e impetrou processo contra ex-gestores da Companhia Urbanizadora da Capital (Novacap) e contra a empresa Greenleaf Projetos e Serviços S/A. O órgão apontou irregularidades no contrato referente a implantação, drenagem, irrigação automatizada e manutenção, por quatro meses, do gramado da arena. O prejuízo está estimado em R$ 1,6 milhão. O estádio foi o mais caro da Copa do Mundo de 2014 e está entre os três mais onerosos do mundo.

O MPDFT concluiu que durante o processo, após a contratação da empresa, houve alterações que elevaram o custo do contrato de R$ 5,9 milhões para R$ 6,6 milhões. Além disso, segundo o documento, envolvidos alteraram elementos importantes da contratação, como o tipo de plantio e a espécie de grama. O procedimento aumentou em 663% o valor do serviço. Promotores constataram, ainda, que as mudanças ocorreram em desacordo com as orientações da Fifa. 
Iluminação cara e pagamentos antecipados


A ação protocolada na sexta-feira (18/9) revela, também, que o serviço mais caro do contrato foi de aluguel do equipamento de iluminação suplementar artificial: a Greenleaf repassou o aparato ao Clube Botafogo por R$ 36 mil mensais, mas o dispositivo acabou nas mãos da administração pública por R$ 219 mil mensais. O custo total de mais de R$ 1 milhão.


Promotores ainda constataram ainda antecipação de pagamentos por material posto na obra, falta de planejamento e gestão ineficiente da Novacap em relação aos contratos relativos ao Estádio e a falta de capacitação de funcionários para a manutenção do gramado.


Na ação, os promotores de Justiça destacam estudo comparativo desenvolvido pelos auditores do Tribunal de Contas do DF (TCDF) que aponta a disparidade entre os valores no contrato do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e os firmados pela empresa Greenleaf nas demais arenas construídas para a Copa do Mundo. 


O estudo demonstra que os preços praticados na arena da Amazônia (Amazonas) e no Maracanã (Rio de janeiro) correspondem, respectivamente, a 58% e 69%, do preço praticado em Brasília.  O Correio Braziliense procurou a Novacap, mas não obteve retorno até a publicação desta nota. A reportagem também telefonou e mandou e-mail para a empresa, mas não conseguiu contato.

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