Os planos de Maurício Bumlai para o ano de 2010 eram ambiciosos. Ele queria obter 108 milhões de reais em empréstimos, faturar pesado no esquema de corrupção na Petrobras e contava com a eleição de Dilma Rousseff presidente
Veja
Lista na integra dentro da matéria… A família do pecuarista José Carlos
Bumlai tinha planos ambiciosos para 2010, ano da eleição da presidente
Dilma Rousseff. Nas palavras de um de seus filhos, Maurício Bumlai, a
despedida de Lula da Presidência seria “Um ano dourado”. Esse é o título
de uma carta apreendida pelos investigadores da Operação Lava-Jato no
dia em que Bumlai foi preso por envolvimento no petrolão.
No endereço de
Maurício Bumlai, em São Paulo, os agentes localizaram uma carta,
escrita a mão por ele, que demonstra os motivos de tanto otimismo dos
Bumlai. Datada de 1 de janeiro de 2010, a carta é uma espécie de roteiro
dos investimentos e ambições do amigo do ex-presidente Lula e de seus
filhos ao longo daquele ano.
Escrito em tópicos e códigos, o texto
revela que os Bumlai esperavam muito da presidente Dilma Rousseff. Logo
depois de anotar o nome “Dilma”, o filho de Bumlai escreve “Petrobras”,
cita a empresa Estre, do banqueiro André Esteves, e duas cifras: 1
bilhão seguido de 25 milhões.
Analisado aos olhos de 2015, esse trecho
da carta mostra que o filho de Bumlai, que atuava como representante da
Estre, tinha motivos para ser otimista. Envolvida até o pescoço no
petrolão, a “Estre” faturou em “2010” e ao longo de todo o primeiro
governo “Dilma” quase 1 bilhão de reais em contratos com a… “Petrobras”.
Outro sonho dourado dos Bumlai se
confirmou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Maurício anotou “BNDES 108 000 000” logo nas primeiras linhas.
Era o grande plano. Os Bumlai esperavam embolsar uma bolada de 108
milhões de reais do BNDES para viabilizar a Usina São Fernando Açúcar e
Álcool, que então agonizava por falta de recursos. O banco, mesmo sem
qualquer garantia ante o alto risco de investir nos negócios da família
Bumlai, realizou o sonho de Maurício.
Investimentos na área de produção de
carvão, a conquista de concessões de rodovias e de saneamento, a
celebração de contratos de coleta de lixo em capitais como Manaus e até
negócios de 2,5 bilhões de dólares em Angola, que poderiam render 50
milhões de dólares em propina. A operação descrita na planilha dourada
foi confirmada mês passado pelo ex-diretor da área internacional da
Petrobras Nestor Cerveró, em reportagem publicada pela revista VEJA. Até as cifras são as mesmas.
(Via agências)
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