Palmiteiros derrubam mil palmeiras em reserva de Mata Atlântica
José Maria Tomazela - O Estado de S. Paulo
11 Janeiro 2016 | 11h 14 - Atualizado:11 Janeiro 2016 | 11h 14
Chuvas dificultaram ação
da Polícia Ambiental de Sorocaba, que durante 20 horas avançou pelas
trilhas e estradas de parque até encontrar dois homens com palmito
cortado; um deles fugiu
SOROCABA - Uma quadrilha de palmiteiros invadiu o Parque
Estadual do Jurupará, em Ibiúna, interior de São Paulo, e derrubou mais
de mil palmeiras da espécie juçara para retirar o palmito. Um dos
integrantes do bando foi preso neste domingo, 10, pela Polícia Ambiental
de Sorocaba. Uma caminhoneta e 941 unidades de palmito in natura foram
apreendidas.
Cada
unidade equivale a uma palmeira derrubada, mas a polícia acredita que
um número maior de plantas foi cortado, pois os palmitos mais finos são
deixados para trás. Depois de cortada, a palmeira não rebrota. A Polícia
Ambiental recebeu denúncia sobre a ação dos palmiteiros no interior da
reserva de 26,2 hectares cobertos pela Mata Atlântica e foi para a área
na tarde de sábado, 9. O comandante da 3ª Companhia de Sorocaba, capitão
Guilherme d'Artagnan de Carvalho, dirigiu pessoalmente a ação, que
durou mais de 20 horas.
Palmito cortado foi apreendidoA
chuva dificultou o avanço da equipe pelas trilhas e estradas de terra
do parque, com trechos alagados. Na madrugada de domingo, os policiais
se depararam com dois homens carregando a caminhoneta com feixes de
palmito cortado. Um deles conseguiu fugir. O outro recebeu voz de prisão
e foi levado à delegacia da Polícia Civil de Piedade.
Ele foi autuado
por crime ambiental e multado em R$ 564,6 mil. De acordo com a polícia,
provavelmente os homens tinham montado um acampamento no interior da
reserva e agiam durante a noite, quando a vigilância é menor.
O dono do veículo será ouvido e a polícia trabalha para
identificar outros integrantes da quadrilha. O parque integra o conjunto
de reservas da Mata Atlântica paulista, considerada Reserva da Biosfera
pela Unesco. A palmeira juçara é considera árvore símbolo dessa
floresta e está na base da cadeia alimentar de espécies de aves e
mamíferos ameaçadas de extinção.
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