segunda-feira, 11 de julho de 2016
A poluição na Baía de Guanabara não é o único problema da cidade.
Ao se candidatar para ser sede dos jogos olímpicos de 2016, o Rio de
Janeiro elaborou um dossiê com uma série de metas ambientais que seriam
deixadas na cidade após o evento esportivo. A pouco menos de um mês para
o início dos jogos, a cidade não conseguiu cumprir nenhum dos
compromissos pré-estabelecidos.
O assunto foi tema e uma reportagem especial do jornal Folha de S.
Paulo, que detalhou a situação do saneamento básico e da recuperação
ambiental na capital fluminense. A Baía de Guanabara, que tem sido um
dos principais assuntos quando se fala em áreas inapropriadas para as
atividades náuticas, não é o único problema da cidade.
Durante a candidatura, o dossiê com compromissos para os jogos exaltou o
legado que seria deixado à população e isso foi um dos grandes motivos
que colaboraram para a escolha da cidade-sede. No entanto, o que se viu
foram promessas não cumpridas e uma série de incertezas.
A Lagoa de Jacarepaguá, por exemplo, que está ao lado do Parque Olímpico
tem sido usada há décadas para o despejo de esgoto sem tratamento. Nem o
saneamento usado na Vila Olímpica está finalizado. A Cedae, empresa
carioca de saneamento básico, promete concluir o sistema que abrangerá a
área olímpica até 15 de julho. Mesmo assim, outras cem mil pessoas que
moram na região continuarão tendo seu esgoto indo direto para a lagoa.
Baía de Guanabara
Na Baía de Guanabara a situação é ainda pior. O local receberá as
competições de vela e é um dos principais símbolos do fracasso do
planejamento ambiental da Rio 2016. A intenção era conseguir limpar 80%
do esgoto emitido pelas 9 milhões de pessoas que dependem da Baía. No
entanto, o sistema de saneamento só foi de 16% para 48%.
De acordo com a Secretaria Ambiental, seriam necessários R$ 12 bilhões
para universalizar o saneamento básico dos 15 municípios no entorno do
Rio, mas a verba é inviável para o governo, que passa por uma grave
crise financeira.
Rodrigo de Freitas
O projeto era deixar a Lagoa Rodrigo de Freitas em condições ideais para
banho. Apesar de ter conseguido melhorar as condições da água na lagoa,
o objetivo foi abandonado, já que a avaliação ambiental é de que isso é
inviável.
Compensação Ambiental
De acordo com a Secretaria Ambiental do Rio de Janeiro, foram
recuperados 3.275 hectares de Mata Atlântica, o equivalente a 69% do
total necessário para a compensação das emissões de gases poluentes
ligadas às obras públicas.
Fonte: Ciclo Vivo
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