segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

( O melhor desse texto tendencioso são os comentarios)A inadiável alvorada de uma quarta-feira de cinzas

Lula Miranda
LULA MIRANDA
Nem tucano nem petista. Não houve “mensalão” tucano. Assim como não houve “mensalão” petista. Não se pode negar um sem negar o outro. Ou condenar um e inocentar o outro, como fazem alguns hipócritas
Nem tucano nem petista.

Não houve “mensalão” tucano. Assim como não houve “mensalão” petista. Não se pode negar um sem negar o outro. Ou condenar um e inocentar o outro, como fazem alguns hipócritas, jornalistas e juízes que, desgraçada e despudoradamente, assumiram inconfessáveis preferências partidárias; abandonaram os fatos e os autos para macular a toga, a magistratura e o jornalismo. Para, assim procedendo, estuprar a verdade e a Justiça.

Tá certo que, no salve geral do “jornobanditismo” organizado brasileiro, o caixa dois do PT tornou-se o “mensalão” petista”. Isso todos sabemos. Já o tucano foi eufemisticamente batizado de “mensalão mineiro”. Notou a “sutil” e conveniente  distinção? Um é “petista”; o outro é “mineiro”. Sei...

 Mais: o do PT foi “compra” de deputados; o do PSDB foi “financiamento de campanha”. Simples assim. 

Somos todos incautos?! Ou somos todos hipócritas?

Ora! Sejamos honestos! Basta de parcialismo e/ou hipocrisia! Ambos são clássicos casos de caixa dois para financiamento centralizado de campanhas de partidos aliados!

É um absurdo condenar Eduardo Azeredo a vinte e poucos anos de prisão? Concordo. Mas não se preocupe, pois este dificilmente será julgado ou condenado – muito menos sofrerá achincalhes e linchamentos públicos diuturnos, cotidianos no horário nobre das TVs ou nas capas e nas manchetes dos jornais e revistas.

Porém, este importante político tucano de Minas terá que ser julgado pelo Supremo. Da mesma forma como foram julgados os petistas. Mas com direito à TV, teatral indignação e espalhafato? Convém duvidar.

O Supremo, na primeira e interminável etapa do julgamento da AP 470, desgraçadamente, fez “chacrinha”, mas não fez justiça. 

Transformou suas herméticas e áridas sessões num triste e esdrúxulo espetáculo de auditório, para uma classe média conservadora, de duvidoso senso (e gosto) e cultura mediana, refestelar-se, inculta e bela, nas suas macias poltronas e cômodos sofás. “Tão somente” para condenar “exemplarmente” os líderes petistas.

Deplorável exemplo e “espetáculo” deu o STF na ocasião. Nobres e provectos juristas escandalizaram-se.

É um absurdo condenar Azeredo à prisão?! Assim como foi um absurdo condenar José Dirceu, Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha, cada qual com seu crime e castigo, por peculato, lavagem de dinheiro e... FORMAÇÃO DE QUADRILHA!!!

 Esta última condenação então é o absurdo dos absurdos! Chega a ser inacreditável. Inaceitável! Remete-nos à obra de Franz Kafka, mas sem o aviso prévio e tranquilizador de que estamos diante de uma obra de ficção do gênio humano.

Absurdo! Reitero, com necessária e indignada ênfase. ABSURDO!

Condenar históricos líderes e referências do petismo e da política brasileira por peculato e lavagem de dinheiro pode até ser considerado, com muito boa vontade, vá lá, um viés de interpretação do magistrado, para uns; ou um suposto erro de avaliação/julgamento, para outros. 

Ou – por que não? – até mesmo um excesso de rigor dos ministros da Corte que, na condição de juízes, viram crime onde delito havia.

 Mas, cá entre nós, condenar por formação de quadrilha, repito, é ABSURDO, e, mais que isso, é gritante e aviltante injustiça, visto que, além de corromper os autos e os fatos, foge à lógica elementar e ao bom senso.

Quadrilha?! Faça-me um favor!!!

Vivemos num mudo de rábulas e verdugos?

A classe média, despolitizada, gorda e burra, bela e inculta terá conhecido finalmente o seu  paraíso?
Vivemos num reinado de hipócritas?

Cabe-nos perguntar.

Cabe-nos perguntar ainda e por último: o que é afinal o Supremo?!

O Supremo é uma “muralha inexpugnável” que serve para zelar pela interpretação e aplicação dos ditames da Carta Magna; que serve para proteger os direitos dos indivíduos do arbítrio e desmandos do Estado e do poder econômico?

 Ou é apenas uma canhestra cidadela do establishment, com suas masmorras inacessíveis e ar lúgubre, infecto, inacessível, incompreensível, cheio de sombras, onde se escondem vilezas, torpezas, hipocrisias e dosimetrias que utilizam pesos e medidas de flagrante incongruência, ao gosto do freguês da ocasião?

O Supremo terá, na próxima semana, portanto bem antes da tão esperada “folia momesca”, a oportunidade de se redimir de fragoroso e ignominioso erro histórico; de fragorosa e ignominiosa injustiça e, por que não dizer, maldade.

E assim, quem sabe, mostrar, para a sociedade brasileira, não somente para os correligionários do partido “x” ou “y”, que seus ministros, ao menos os mais honrados, virtuosos e humanos, não devem servir como heróis caricatos, como “Chacrinhas” e ou “chacretes” para desfrute e entretenimento de uma sociedade hipócrita, ou, tampouco, como meras máscaras a serem utilizadas pelos falsos virtuosos, os hipócritas, que pululam por aí, em eternos carnavais, nessa nossa sociedade farsesca, de duas faces e pouca moral. 

Para que estes “heróis” de um triste e catártico espetáculo não mais se esbaldem em sua débil e fugaz alegria, que não mais se assumam e celebrem a sua mediocridade foliã apenas no carnaval – de qualquer maneira, a qualquer tempo. 

Quem sabe um ou outro ministro, de preferência um dos mais novos, imune aos vícios e pretensas virtudes dos velhos, traga um pouco de luz àquela Corte de sombras?

Quem sabe um destes não diga para a sociedade toda ouvir, agora, para valer, em caráter definitivo, em alto e bom, a verdade que já não pode calar: que o país necessita de uma reforma política URGENTE; que o financiamento privado de campanhas manieta e criminaliza a política – pois as instituições, os políticos, a mídia, os jornalistas, os promotores,  o Judiciário inclusive, são, muitas vezes, tratados como meros títeres do poder econômico.

Pois a realidade, a verdade tarda, mas chega. Algum dia. Por vezes, logo depois de breve “desconforto”, ou mesmo ressaca de um “porre” de civismo, como nas Diretas Já. 
 
Mas vem acompanhada/seguida de irrefreável e libertadora alegria.
 
Pode até tardar, demorar aos olhos e expectativas dos mais impacientes, mas sempre há de vir o sol, por mais longa e tenebrosa que tenha sido a noite.

E, com ele, sempre chega a luz, que a tudo ilumina, esclarece, redime.
 
Como a inadiável, inconveniente e inexorável alvorada de uma quarta-feira de cinzas.

Comentários

Comentários em "A inadiável alvorada de uma quarta-feira de cinzas"
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  1. Diadema - ainda tenho que pagar esta conta 23.02.2014 às 23:04
    OK - entao vamos traduzir para o portugues o que este senhor fala. 
    Primeiro ficar comparando dois crimes nao leva a lugar nenhum. 

    So reforca que dois bandidos da mesma familia deveriam estar presos. Como acusacao perfeito, mas se a intencao era defender alguem ... 

    Segundo, antes da politica vem a moral. Politica sem moral eh tirania. 

    Ou tudo vale desde que seja para o bem do partido? Pelo que vemos na Venezuela, apoiada pelo Foro de Sao Paulo, jah sabemos a resposta. 

    Terceiro, artigo 288 do codigo penal, afirma que uma comprovação de vinculo associativo estável de mais de tres pessoas para cometer crimes caracteriza o crime de formacao de quadrilha. 

    Quarto, o próprio estatuto do PT pune com a expulsão do partido quem for condenado e o partido preferiu ser conivente com o crime ao invés de seguir o estatuto, elevando a formação de quadrilha para o nivel institucional

  2. max r. bijos 23.02.2014 às 17:02
    Tem gente ofendendo os animais por aqui. Calma pessoal, o Lula ainda não decidiu se voltará ou não.

  3. Araponga Ponga 23.02.2014 às 13:24
    Lula Miranda é irmão do Daniel Dantas.

  4. Albino 23.02.2014 às 09:53
    Tambem acho que "foi um absurdo condenar José Dirceu, Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha por ... FORMAÇÃO DE QUADRILHA!!!", pois esqueceram o chefe, Lula! É um absurdo que paguem sozinhos...

  5. James Cameron 23.02.2014 às 09:26
    Enquanto cheira o rabo da dilma e estica a lingua pra lamber o cu do Rui Falcao este "colunista" e obrigado a puxar o saco de Lula com apenas uma mao, visto que a outra esta esticada para receber o capile da bolsa-blogueiro-sujo, diretamente da cota de caixa 2 do Franklin Martins. Todos farinha do mesmo saco. Todos ninguens, penas compradas, consciencias de aluguel, fingindo que sao burros (o problema do mensalao petista nao foi o caixa 2, esse ate a vovozinha pratica, o problema foi tentar comprar o legislativo, mas eles continuam fingindo que nao entenderam) quando sao apenas corruptos, canalhas e picaretas baratos. Nao duvido que essa cavalgadura tenha adotado esse apelido para puxar o saco do patrao ate quando esta dormindo. Vergonha.

  6. Zbgniew Brzezinski 23.02.2014 às 09:11
    [BABA OVO DE] LULA MIRANDA: DE FATO, EU TAMBÉM PENSO QUE NÃO SE PODE ADMITIR A EXISTÊNCIA DE UM MENSALÃO E A DO OUTRO. É POR ISSO QUE ESTOU CONTANDO AS HORAS PARA VER EDUARDO AZEREDO IR FAZER COMPANHIA A JOSÉ DIRCEU E DELÚBIO SOARES.

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