FOLHA DE S.PAULO
Datafolha revela também o crescimento da rejeição à Copa do Mundo no
Brasil. Brasileiros contrários às passeatas pelo país somam 42%;
percentual era de 15% em junho do ano passado.
52% apoiam os atos,
índice mais baixo desde o início das manifestações, quando 81% eram
favoráveis
A onda de protestos pelo país iniciada em junho atingiu o índice mais
baixo de apoio entre os brasileiros, aponta pesquisa Datafolha.
De
acordo com o levantamento, 52% dos entrevistados são favoráveis às
manifestações. No final de junho, mês em que os protestos reuniram cerca
de 1 milhão de pessoas em 25 capitais do país, o percentual de
aprovação alcançou 81%.
Por outro lado, os que se declararam contra os protestos aumentaram
de 15% para 42% no mesmo período.
O apoio é menor quando a pergunta
aborda especificamente a realização de manifestações durante a Copa do
Mundo.
Apenas 32% dão o aval, enquanto 63% rechaçam a iniciativa. A
região com maior respaldo aos protestos é a Sul, com 60%, enquanto o
menor apoio está no Nordeste, 46%. O Sudeste registrou 55%.
Há uma variedade ainda maior quando se considera a divisão por
escolaridade: 72% dos entrevistados com curso superior apoiam os
protestos, contra 37% dos que possuem apenas ensino fundamental.
No que diz respeito às preferências políticas, os mais favoráveis às
manifestações são os que pretendem votar no governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB) e no senador Aécio Neves (PSDB): 59% e 58%,
respectivamente. Entre os que preferem a presidente Dilma Rousseff (PT),
47% dão o aval.
No cenário em que Marina Silva é a candidata do PSB no lugar de Campos, 64% dos seus potenciais eleitores apoiam os protestos.
A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 19 e 20 deste mês.
Poucos
dias antes, em 10 de fevereiro, morreu o cinegrafista da TV Band
Santiago Andrade. Ele foi atingido por um rojão durante uma manifestação
contra o reajuste das passagens de ônibus.
Para especialistas, reivindicações mais específicas, como tarifa e
contra a Copa, reduziram o apoio popular. “Isso limita a parcela da
população que se identifica com essas demandas”, afirma o professor da
Universidade Federal do Rio Grande do sul Marcelo Kunrath.
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