March 27, 2014
Por Douglas Cavalheiro
Após quase 20 anos do
vazio de representações políticas de direita, liberais ou conservadores,
estamos presenciando uma nova fase dessa crise nesse atual processo
eleitoral: o oportunismo. Depois das destacadas indignações populares
pela falta de representação legítima da direta, não vão faltar o
surgimento de antigos políticos de carreira plenamente esquerdista, que
sem fazer nenhum mea culpa pelo caos causado no país, advogaram as
bandeiras conservadoras e liberais da maneira mais cínica, como se
jamais tivesse feito mal nenhum ao país com seus patrocínios as
correntes da esquerda revolucionária. O primeiro caso que pretendemos
desmascarar é o atual pré-candidato a presidência do Brasil: O Pastor
Everaldo Dias Ferreira, do Partido Social Cristão (PSC).
Profissão: Carreirismo político profissional
Pouco se tem sobre as
realizações profissionais do Pastor Everaldo. Apesar de formando em
ciências atuarias. Nada existe em seu curriculum vitae sobre as
iniciativas no mercado ou no empreendedorismo, bandeiras ideológicas que
atualmente se diz defensor. O que se tem uma notícia sobre sua
carreira, além de pastor, é a política. Nesse campo se tem uma atuação
quase de um profissional revolucionário. Pastor Everaldo começo como
cabo eleitoral do socialismo nacionalista de Leonel Brizola do PDT nas
eleições para governador do Rio de Janeiro de 1982 do Rio de Janeiro.
Como muitos seguidores das correntes pentecostais da década de oitenta,
ele aderiu ao socialismo, literalmente, de corpo e alma. Trabalhou para
campanha de Lula, organizando o seu último comício no Rio de Janeiro em 1989.
Pastor Everaldo esteve próximo da corrente protestante assim como
Anthony Garotinho, que foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1999
com a coligação do PT, PDT, PCdoB e PSB. Porém, incomodados com a linha
do ateísmo materialista de Brizola, a corrente dos protestantes rompe a
partir de 2000, indo integrar as demais legendas socialistas que
possuíam maior acolhimento aos protestantes, devido a histórica adesão
ligação com teologia da libertação os partidos como: o PSB foi destino
de Garotinho, e o PT foi destino do Everaldo. Ele passou a integrar o governo do Estado de Benedita da Silva (PT) quando ela foi governadora do Rio de Janeiro, fazendo parte do seu gabinete civil.
Escândalos do Cheque-Cidadão
Em uma entrevista para Band News,
em janeiro de 2014, Pastor Everaldo se diz um dos mentores do “bolsa
família”. Isso remonta sua época quando ainda trabalhava junto o PT.
Distribuindo cheques-cidadãos, ele foi acusado de fazer tráfico de influência com uso do dinheiro público. Essa crítica foi proveniente pelo seu antigo mentor: Brizola.
Lulista? Sim! Dilmista? Talvez...
Outro comentário, na
mesma entrevista, Pastor Everaldo foi a nota 9 que ele deu para Lula
(talvez lhe faltasse um dedo para dar uma nota maior). Limitando-se
apenas a criticar a atual presidente Dilma. Porém qual seria a real
causa do seu rompimento com o Partido dos Trabalhadores?
Nas eleições de 1994 e
1998, o PSC lançou candidato próprio sem êxito. Porém, apoiou o PT desde
sua eleição em 2002. Contudo, em 2010, ameaçou apoiar Serra, recebeu um valor de 4,7 milhões de reais, dessa forma, o PSC foi literalmente comprado pelo PT,
passando a apoiar a Dilma. Todavia, o partido esperava mais com o
acordo. Com o crescimento da legenda nas eleições de 2010 o partido
desejava compor a base dos ministérios.
Porém, o PT sempre teve maior
proximidade com os neopentecostais, principalmente com a teologia da
prosperidade da Igreja Universal, que é representada pelo PRB. Durante o
governo Lula a legenda tinha a vice-presidência com Jose Alencar.
Com
Dilma, esse espaço foi retomado pelo PMDB, em março de 2011 o PRB foi
contemplado com Ministério da Pesca e da Aquicultura com senador Marcelo
Crivella. O PRB é um partido minoritário, e de menor força que o PSC. A
administração do partido interpretou isso como uma traição, e inicio o
desejo de lançar um candidato próprio para as próximas eleições
presidenciais, passando a pensar numa estratégia para possivelmente
lançar uma candidatura a presidente. Talvez por isso na avaliação do
Pastor Everaldo o governo Dilma encontre-se com a nota 4.
PSC abraça o PseudoB
Em 2012 nas eleições municipais o Pastor Everaldo apoiou a candidata do PCdoB Manuela D'Avila em Porto Alegre, em favor de acordo com apoio para campanha de Ratinho Jr (PSC), em Curitiba. Tony Reis, líder LGBT Nacional, apoiou a candidatura do filho do Ratinho.
Essa aliança PCdoB, PT e PSC se efetivou em algumas outras cidades. Em
fevereiro de 2013, na Bahia, a Tribuna da Bahia noticiou a dificuldade
de Jacques Wagner (PT) de obter o apoio dos socialistas cristãos do PSC, porém, louvou o feito conquistado pelo governador da Bahia Mas,
tudo parecia mais apaziguado, principalmente com a negociação do PT com
o PSC para ocupar a Comissão de Direitos Humanos em 2013, que foi
ocupada pelo então desconhecido, pastor Marco Feliciano.
Dormiu Socialista Cristão, acordou Conservador-Liberal Cristão
Com os holofotes virados
para Marco Feliciano, em março do mesmo ano, logo após as explosões, o
Pastor Everaldo novamente não perdeu a chance de aparecer, tornou-se pré candidato a presidente em maio de 2013. Em novembro do mesmo ano de campanha fora de época, o pastor aparece na Folha de São Paulo, já como “conservador” e em março de 2014 na Caros Amigos (onde talvez ele ainda tenha alguns amigos), como um reacionário.
CONSIDERAÇÕES
Por toda sua carreira, o Pastor Everaldo esteve ligado com as esquerdas, PCdoB,
PDT, PSB. Todos partidos abortistas, feministas que são favoráveis ao
casamento gay, e contra os direitos da propriedade individual. Porém, em
apenas 9 meses, ele teve a capacidade majestosa de torna-se um
fiel reacionário, defensor da livre iniciativa da família, esquecendo de
todo seu passado. Toda essa bandeira foi notíciada, de início, pela
mídia progressista, o que levanta mais suspeitas para candidatura do
pastor. Everaldo conta com apoio em peso da Assembleia de Deus, e por meio disso, já realiza campanha presidencial fora de época.
Por isso é necessário
todos estarmos atentos ao oportunismo, ou até mesmo, estrategia da
esquerda de dividir o público da direita, retirando deles o apoio
militânte protestante, tão importante para o quase fracasso de Dilma em
2010, e das conturbadas ações sobre a PL-122 e o fator Marco Feliciano.
Para o Pastor Everaldo, Feliciano, seu colega de partido, não foi
perseguido, ele ameniza com um eufemismo "ele foi mal interpretado".
Nem
para defender os seus colega de base Everaldo não tem coragem. Quando
perguntado se é de direita, conservador, ele titubeia, "não sei... se
você classifica o que eu pensa como conservador... tudo bem." A nota
alta 9 vai para seu, ainda, grande ídolo, o X-9, Lula.
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