O Coyote
March 29, 2014
Por: Junior Martins
Os fatos não oferecem nenhuma conclusão ou julgamento, são apenas consequências do contínuo movimento e mutabilidade do mundo em que vivemos. Tudo que ocorre é, por definição, um fato. A própria concepção deste conceito e a análise da aglutinação de diversos ocorridos diferentes para se chegar numa conclusão é uma tarefa unicamente humana.
Aristóteles postulou na
lógica os aspectos matemáticos da análise dos fatos, estabelecendo as
conclusões válidas e as falaciosas de acordo com a observação da
realidade. Assim como as demais ciências, a lógica está submetida a
regras que não se reduzem à mera racionalidade humana, se manifestando
mais absolutamente ainda na própria existência material que nos cerca.
Em outras palavras, a verdade está na harmonia do pensamento com a
realidade objetiva do mundo. Tudo o que é provado como verdadeiro já
existe e não depende da consciência humana para se exercer como força
imutável, o papel dos filósofos, físicos, matemáticos, químicos,
economistas e todos esses é apenas identificar quais são as forças que
movem a existência e transcrevê-las para o plano das ideias humanas, de
modo que sejam utilizadas na ação humana para atingir os objetivos
desejados.
A fim de compreender o
que existe a sua volta e tirar proveito disso, o homem necessita de
princípios universais factualmente comprovados que ofereçam a
possibilidade de antecipar os desdobramentos das suas ações.
A
compreensão da ordem natural permitiu que Isaac Newton desenvolvesse a
Lei da Gravidade, que Mises conceituasse a Ação Humana por intermédio do
método da praxeologia e que Adam Smith apreendesse a Lei da Oferta e da
Procura.
O exercício intelectual só é possível subir em ombros de gigantes, admitindo a veracidade e a validade geral de princípios como esses, que oferecem os pilares necessários para a construção teórica mais complexa.
O exercício intelectual só é possível subir em ombros de gigantes, admitindo a veracidade e a validade geral de princípios como esses, que oferecem os pilares necessários para a construção teórica mais complexa.
O problema do brasileiro é
o apedeutismo retumbante que assombra o país desde as suas origens. Em
nenhuma época fomos capazes, como povo, de apreender os princípios das
ações políticas para atacar as raízes do subdesenvolvimento e da falta
de liberdade no país.
O exemplo mais claro disso foi que, após a
ditadura militar, o mesmo povo que gritava contra a tirania apoiou sem
pestanejar uma constituição grotesca, digna de um país ditatorial, que
regula absolutamente tudo e dá poderes gigantescos ao Estado.
Toda a tradição intelectual, toda a história dos Estados violando os indivíduos em todas as épocas - principalmente no século passado, que ficou marcado pelos Gulags, Holodomor, Khmer Rouge, Holocausto e a ditadura tupiniquim que fez crescer o poder estatal - foram jogadas no lixo quando a oportunidade era de criar um país livre.
Toda a tradição intelectual, toda a história dos Estados violando os indivíduos em todas as épocas - principalmente no século passado, que ficou marcado pelos Gulags, Holodomor, Khmer Rouge, Holocausto e a ditadura tupiniquim que fez crescer o poder estatal - foram jogadas no lixo quando a oportunidade era de criar um país livre.
Mussolini definiu o
fascismo como "Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o
Estado" e, por aqui, isso é ser livre, como apregoam os defensores do
Marco Civil da Internet.
Há quem diga que o
brasileiro não tem memória, mas isso não é verdade. A memória é bem
viva, mas ninguém é capaz de entender nada, o Zeitgeist é a confusão
mental.
A mudança que tanto se fala não está nas urnas, em alguém, em
uma lei ou num programa governamental: está na busca individual da
verdade, da elevação intelectual e do apreço pela liberdade. Enquanto
isso, a cada troca de governo, golpe e novo regime o Brasil se repete
como o tragicômico país do futuro, onde até o lepo lepo é contra o
capital.
Nenhum comentário:
Postar um comentário