sábado, 3 de maio de 2014

Alunos do Ciência sem Fronteiras (ou Baladas Sem Fronteiras) foram orientados a racionar alimentos



Um grupo de estudantes brasileiros que foram selecionados pelo programa federal Ciência sem Fronteiras para estudar no Canadá e tiveram as bolsas cortadas começou a retornar nesta semana ao Brasil, reclamando do tratamento recebido. Sem dinheiro, contam que foram orientados a "racionar alimentos".

Luana Monteiro Leite, 27, e Rondinelly Guimarães, 23, estavam entre os 80 estudantes do Ciência sem Fronteiras que estavam no Canadá -há mais deles 30 na Austrália- e que foram chamados de volta ao Brasil por não terem atingido o nível de proficiência no inglês necessário para serem aceitos pela universidade de sua escolha. Os estudantes começaram a chegar no Brasil nesta semana.
Esses alunos foram selecionados pelo programa para cursar um período de sua graduação em uma universidade de Portugal. Mas o edital foi cancelado e eles foram transferidos para o Canadá, onde chegaram em setembro, para realizar seus estudos.




Rondinelly Guimarães, 23, bolsista do Ciência Sem Fronteiras, que retornou ao país
Rondinelly Guimarães, 23, bolsista do Ciência Sem Fronteiras, que retornou ao país



Como o nível de inglês desses estudantes era insuficiente para ingressar diretamente em uma universidade do Canadá, foi estabelecido, inicialmente, que eles fariam um curso de inglês até janeiro, quando realizariam testes. Os que não obtivessem a nota necessária continuariam o curso e fariam novo teste em março ou abril.


Os estudantes contam que houve apenas o primeiro teste, em meados de janeiro, e que aqueles que não obtiveram a nota tiveram a bolsa cortada e receberam a ordem de voltar ao Brasil.
"No começo foi um sonho, mas, depois de todas as injustiças, é como se tivéssemos recebido uma punhalada nas costas", diz Luana.


O momento mais tenso ocorreu em dezembro de 2013, quando a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) atrasou por quase um mês o pagamento das bolsas.
Após relatarem dificuldades financeiras, os estudantes receberam, em 4 de dezembro, um e-mail de Nathalí Rosado, coordenadora do CBIE, órgão que gerencia o programa no Canadá, dizendo: "Racionem a sua alimentação, mas não excessivamente (isto é, não cessem de comer)".

No mesmo e-mail, Rosado recomendou que os estudantes fossem ao banco de roupas e alimentos da Universidade de Toronto para receberem uma cesta de comida gratuita.

"Foi um período em que tivemos de racionar comida mesmo", diz Rondinelly. Luana e Rondinelly recorreram ao banco de alimentos mais de uma vez.

CRITÉRIO DE RETORNO
 
Ela conta que alunos da mesma turma que obtiveram notas idênticas àqueles que estão voltando continuarão no Canadá, estudando inglês até setembro.

Os estudantes questionam também a falta de critério para decidir sobre quem ficaria ou voltaria.
Documentos obtidos pela Folha mostram dois resultados dos testes realizados em janeiro, uma aluna que obteve a nota 56 no teste TOEFL IBT foi convocada pela Capes para retornar, enquanto um aluno que obteve a nota 45 no mesmo teste recebeu o aceite da Universidade de Toronto. A Capes disse que não discute casos de alunos específicos.

Rondinelly e Luana dizem considerar o programa positivo, apesar de tudo. "Mas não podemos ficar calados diante da falta de planejamento e de compromisso", diz Rondinelly.

Eles tentarão retomar a vida universitária no Brasil, mas como o semestre letivo já iniciou há dois meses, só devem conseguir retornas às aulas em agosto.

COMENTARIOS


Fato Irrefutável (699)

Q B-A-I-X-A-R-I-A so podia ser na gestão do P T mandar estudante para exterior sem o minimo de conhecimento de outra língua. Eh de ficar p-a-s-m-a-d-o, o único interesse na verdade da gestão de D-I- L-M-A era garantir v0t0s! Que se d-a-n-e o r-e-s-t0 Não eh P-e-t-r-al-h-a-d-a! EH assim q vc veem o futuro, d-e-s-t-r-u-i-n-do as novas gerações guiando estes para M-e-d-i-o-c-r-i-d-a-d-e. Mas o q esperar de uma pessoa q M-e-n-t-i-u que disse q tinha Mestrado e Doutorado! Não é D I L M I N H A

ibraga (43)


Mas o grande absurdo dessa história, a grande piada, é o programa em si, apelidado entre os próprios bolsistas de baladas sem fronteiras!!! Nenhum país do mundo faz uma coisa dessas, dar bolsas de estudo do outro lado do mundo, sem contrapartida, pagando tudo e ainda dando dinheiro - no caso, mais escandaloso ainda, pra fazer cursinho de língua! Só podia ser ideia da "genial" presidenta. Enquanto isso, as escolas do nível fundamental, base para o desenvolvimento do País, caindo aos pedaços.

Peter J. (3333)


Todo este programa é um engodo com finalidade de propaganda política. O Brasil precisa, sim, de cientistas. E muito. Para isto deveria enviar ao estrangeiro somente candidatos altamente qualificados (do ponto de vista idioma e conhecimento) limitando as bolsas a Univeridades top 50 no ranking mundial.


Um comentário:

Gustavo disse...

A ignorância do cidadão comum brasileiro em relação ao Programa Ciência sem Fronteiras é assustadora.

Cunhagem de termos como Balada sem Fronteiras só exemplifica o quanto brasileiro gosta de criticar sem sequer se inteirar do que acontece por dentro do programa.

Não é balada, não é turismo. É educação num nível que brasileiro nenhum sonhará em ver no nosso país.