02/05/2014
às 20:15
Por Daniel Haidar, na VEJA.com. Volto no próximo post.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa voltou por volta de 14h desta sexta-feira para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi transferido do Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba, onde estava desde segunda-feira (28), porque a secretária de Justiça do Estado do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, alegou que Costa poderia ser alvo de um atentado praticado por outros detentos
A
secretária relatou ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-diretor da
estatal não estava “seguro” no convívio com outros presidiários de
Piraquara. Por isso, o juiz determinou o retorno para a carceragem da PF
em Curitiba. Ele ainda poderá ser transferido para a Penitenciária
Federal de Catanduvas, de segurança máxima. De acordo com o governo
paranaense, a penitenciária possui atualmente 940 presos. Maria Tereza
sugeriu na quarta-feira (30) que Costa fosse transferido para o Presídio
Federal de Catanduvas, o que está sob análise da Justiça. O advogado
Fernando Fernandes, que defende Costa, solicitou à Justiça que Costa
fosse transferido com urgência, ainda na quinta-feira. Mas o pedido foi
recusado. Fernandes argumentou que Costa corria risco “iminente” de
sofrer um atentado e destacou que houve “onze rebeliões nos últimos três
meses no local”.
“Após
vistoria na PEP II na data de hoje, os subscritores notaram que o risco
relatado pela Ilma. Secretária de Estado está ainda majorado, e o clima
de instabilidade dentro da Penitenciária tem crescido em razão da
presença de Paulo Roberto Costa, o que constitui fato novo, urgente e de
ordem pública a permitir a análise por este MM. Juízo do Plantão”,
argumentaram os advogados em petição protocolada na Justiça.
Em bilhete
anexado pelos advogados no processo, Costa reclama da cela “muito suja”
e da ausência de vaso sanitário. Ele relata que passou “frio à noite
pois foi entregue apenas uma manta”. Também se queixou da comida: “não
tenho condição de comer pois é de muita baixa qualidade”. Antes de ser
transferido para Piraquara, o ex-diretor ficou detido na carceragem da
PF em Curitiba. Mas alegou que foi ameaçado por um agente e a Justiça
decidiu pela transferência dele para um presídio estadual.
Costa foi
preso no dia 20 de março porque familiares destruíram provas que seriam
apreendidas na operação Lava-Jato da Polícia Federal.
Ele é acusado de
lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa e obstrução
de investigação. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério
Público Federal, o ex-diretor da Petrobras comandou, com o doleiro
Alberto Youssef, um esquema de desvio de verbas da construção da
refinaria Abreu e Lima. A polícia suspeita que a dupla se apropriou de
pelo menos 7,9 milhões de reais desviados de contratos da estatal. Duas
filhas de Costa (Shanni e Arianna Bachmann) e os genros (Márcio
Lewkowicz e Humberto Mesquita) também respondem na Justiça pelo crime de
obstrução de investigação, porque ocultaram os documentos que a polícia
buscava.
02/05/2014
às 20:24Escândalo da Petrobras é impopular também entre presidiários
Pois
é… A questão da Petrobras “pegou”. Inclusive nos presídios, onde
costumam estar os bandidos. Sabem como é… Mesmo num lugar em que os
padrões morais e éticos não são os mais elevados, roubar dinheiro
público não é uma coisa bem vista. Há práticas que o código de conduta
da bandidagem não suporta.
Por isso
Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras que estava preso no
Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba,
teve de voltar para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Privilégio? Não nesse caso. É uma questão de prudência. Ele realmente
corria riscos lá onde estava. E o Brasil precisa de Paulo Roberto vivo.
Precisa de tudo o que ele sabe e, até agora, não disse.
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