sábado, 3 de maio de 2014

Governo do Paraná alega “risco de atentado” para tirar ex-diretor da Petrobras de presídio

02/05/2014
às 20:15


Por Daniel Haidar, na VEJA.com. Volto no próximo post.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa voltou por volta de 14h desta sexta-feira para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi transferido do Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba, onde estava desde segunda-feira (28), porque a secretária de Justiça do Estado do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, alegou que Costa poderia ser alvo de um atentado praticado por outros detentos

A secretária relatou ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-diretor da estatal não estava “seguro” no convívio com outros presidiários de Piraquara. Por isso, o juiz determinou o retorno para a carceragem da PF em Curitiba. Ele ainda poderá ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, de segurança máxima. De acordo com o governo paranaense, a penitenciária possui atualmente 940 presos. Maria Tereza sugeriu na quarta-feira (30) que Costa fosse transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, o que está sob análise da Justiça. O advogado Fernando Fernandes, que defende Costa, solicitou à Justiça que Costa fosse transferido com urgência, ainda na quinta-feira. Mas o pedido foi recusado. Fernandes argumentou que Costa corria risco “iminente” de sofrer um atentado e destacou que houve “onze rebeliões nos últimos três meses no local”.

“Após vistoria na PEP II na data de hoje, os subscritores notaram que o risco relatado pela Ilma. Secretária de Estado está ainda majorado, e o clima de instabilidade dentro da Penitenciária tem crescido em razão da presença de Paulo Roberto Costa, o que constitui fato novo, urgente e de ordem pública a permitir a análise por este MM. Juízo do Plantão”, argumentaram os advogados em petição protocolada na Justiça.

Em bilhete anexado pelos advogados no processo, Costa reclama da cela “muito suja” e da ausência de vaso sanitário. Ele relata que passou “frio à noite pois foi entregue apenas uma manta”. Também se queixou da comida: “não tenho condição de comer pois é de muita baixa qualidade”. Antes de ser transferido para Piraquara, o ex-diretor ficou detido na carceragem da PF em Curitiba. Mas alegou que foi ameaçado por um agente e a Justiça decidiu pela transferência dele para um presídio estadual.
Costa foi preso no dia 20 de março porque familiares destruíram provas que seriam apreendidas na operação Lava-Jato da Polícia Federal. 

Ele é acusado de lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa e obstrução de investigação. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, o ex-diretor da Petrobras comandou, com o doleiro Alberto Youssef, um esquema de desvio de verbas da construção da refinaria Abreu e Lima. A polícia suspeita que a dupla se apropriou de pelo menos 7,9 milhões de reais desviados de contratos da estatal. Duas filhas de Costa (Shanni e Arianna Bachmann) e os genros (Márcio Lewkowicz e Humberto Mesquita) também respondem na Justiça pelo crime de obstrução de investigação, porque ocultaram os documentos que a polícia buscava.

Por Reinaldo Azevedo

02/05/2014
às 20:24

Escândalo da Petrobras é impopular também entre presidiários

Pois é… A questão da Petrobras “pegou”. Inclusive nos presídios, onde costumam estar os bandidos. Sabem como é… Mesmo num lugar em que os padrões morais e éticos não são os mais elevados, roubar dinheiro público não é uma coisa bem vista. Há práticas que o código de conduta da bandidagem não suporta.

Por isso Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras que estava preso no Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba, teve de voltar para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Privilégio? Não nesse caso. É uma questão de prudência. Ele realmente corria riscos lá onde estava. E o Brasil precisa de Paulo Roberto vivo. Precisa de tudo o que ele sabe e, até agora, não disse.

Por Reinaldo Azevedo

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