A greve de funcionários e professores da USP, que completa seu 94º dia nesta sexta-feira (29), é a mais longa da história da universidade.
Editoria de Arte/Folhapress |
O movimento de maior duração na USP foi a ocupação da reitoria entre 2011 e 2012, quando alunos ficaram quatro meses sem ir às aulas.
Ao longo da semana, a Folha esteve na Cidade Universitária e constatou que, na Faculdade de Educação e na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), a paralisação é quase total.
Não há aulas, as bibliotecas estão fechadas e os poucos funcionários em atividade trabalham a portas fechadas –só atendem urgências.
O prédio da reitoria e da administração central está vazio. Na quinta (29), a reportagem encontrou apenas um funcionário, além de seguranças e terceirizados. Segundo a reitoria, os demais têm trabalhado em casa.
O reitor, Marco Antonio Zago, trabalha há cerca de cinco semanas numa sala improvisada no prédio da Fuvest (órgão responsável pelo vestibular). Ele tem peregrinado por unidades para reuniões.
Zago disse que funcionários da administração central que tentaram despachar de outros prédios foram constrangidos e ameaçados por grevistas. O Sintusp nega.
Licitações estão suspensas, como a destinada à aquisição de bombas de ventilação para a USP Leste. A construção do prédio administrativo na rua da Consolação está parada, segundo o superintendente de Espaço Físico da USP, Osvaldo Nakao.
O processo burocrático está atrasado, já que grande parte da documentação é impressa e não pode sair da administração central.
Para Zago, os prejuízos causados pela paralisação são "intangíveis". "[A greve] Passa a ideia de que a USP é um local complicado, onde há conflitos, em que as pessoas não se entendem. Me preocupa perder parte do apoio da população."
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