Quanto custaria se o Brasil pagasse para preservar a mata atlântica?
Aproximadamente US$ 198 milhões (R$ 443,4 milhões) por ano, segundo um trabalho publicado na revista cientifica "Science".
Isso equivale a menos de 0,01% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, ou cerca de um terço do valor gasto na reforma do Maracanã para a Copa do Mundo (R$ 1,3 bi).
Esse valor seria usado no reflorestamento e no chamado pagamento por serviços florestais –quando proprietários são pagos pela preservação ambiental.
A estratégia de remuneração para manter a floresta de pé tem evitado o desmatamento em várias partes do mundo e em algumas iniciativas localizadas no Brasil. Mas os pesquisadores afirmam que, para fazer a diferença, é preciso uma ação bem mais ampla.
Para chegar ao valor, eles esmiuçaram questões econômicas e usaram dados sobre animais e plantas colhidos em mais de dez anos de pesquisa de campo.
Enquanto prejudica algumas espécies, o desmatamento acaba favorecendo outras, que se espalham muitas vezes fora de controle e podem virar praga. Os cientistas viram que é necessário conservar pelo menos 30% da mata manter o equilíbrio.
Como hoje resta menos de 15% da cobertura original, não bastaria deixar de desmatar, também seria preciso recuperar a mata.
"Nós mapeamos áreas que são estratégicas para a conservação, que fazem sentido num projeto amplo. Não é para achar que nós estamos querendo reflorestar a avenida Paulista em São Paulo", brinca Cristina Banks-Leite, bióloga brasileira que chefiou o trabalho e é professora no Imperial College de Londres.
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