29/08/2014 08h59
- Atualizado em
29/08/2014 11h44
Dado do 1º tri foi revisado para recuo de 0,2%, configurando recessão técnica.
Queda nos investimentos teve forte impacto no resultado.
Em valores correntes (em reais), o Produto Interno Bruto (PIB) no período chegou a R$ 1,27 trilhão. Ele é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para medir a evolução da economia. Esse cálculo pode ser feito tanto do lado da produção (riquezas) quanto dos gastos (demanda) – os dois valores são iguais.
Os principais impactos no PIB entre abril e junho vieram do recuo nos investimentos (5,3%) e na indústria (1,5%). Para analistas ouvidos pelo G1, a Copa e a crise na indústria foram decisivos para o resultado.
"A principal causa foi a queda dos investimentos. Já tem algum tempo que eles estão caindo, mas a queda foi forte nesse trimestre", analisa Rebeca de La Rocque Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
Recessão técnica
O dado do primeiro trimestre de 2014 – que, ao ser divulgado, em maio deste ano, indicava expansão de 0,2% – foi revisado para queda de 0,2%.
Com a sequência de dois trimestres seguidos de queda, configura-se um quadro que os economistas chamam de recessão técnica. A última vez que o Brasil registrou uma recessão técnica foi no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial.
Mas o instituto diz considerar que houve estabilidade na economia no primeiro trimestre. "A gente considera queda e crescimento quando o numero é de 0,5 pra cima e queda de -0,5 para baixo", explica Rebeca.
Os investimentos sofreram forte queda de 5,3% em relação ao trimestre anterior (1º trimestre de 2014), puxando o resultado negativo do PIB.
Na comparação com igual período do ano passado a baixa chega a 11,2%.
"O destaque negativo são realmente os investimentos, que já têm quatro trimestres com taxas negativas e a taxa ainda mais negativa nesse trimestre”, afirma Rebeca. "O menor resultado antes desse foi no primeiro trimestre de 2009, quando (os investimentos) caíram 11,8%."
Segundo a analista, a queda forte é influenciada por outros componentes do investimento, como construção civil e produção de máquinas e equipamentos.
Gastos do governo
Os gastos do governo recuaram 0,7% em relação ao trimestre anterior. "O consumo do governo [nesse trimestre] foi o menor desde o terceiro trimestre de 2012, quando teve queda de 0,8%”, completou Rebeca.
Na comparação com igual período de 2013, houve expansão de 0,9%.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu a uma taxa de 0,3%, e, em relação ao 2º trimestre do ano anterior, a expansão foi de 1,2%.
"A gente vê menos (crescimento) do que o que tinha ocorrido no primeiro trimestre, mas continuou crescendo", avalia a gerente. O IBGE só considerou as quatro regiões que foram divulgadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife), e não considerou Salvador e Porto Alegre na conta.
Exportações
Quanto ao setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 2,8%, enquanto as importações apresentaram queda de 2,1%, em relação ao primeiro trimestre de 2014.
Na comparação anual, as vendas para o exterior tiveram alta de 1,9%, enquanto as importações recuaram 2,4%, de acordo com o IBGE.
Indústria
Dos três setores analisados pelo IBGE para o cálculo do PIB, apenas um mostrou variação positiva, o de agropecuária, que teve ligeira alta, de 0,2% no segundo trimestre ante o trimestre anterior.
“A indústria como um todo teve queda de 1,5%, foi a taxa mais baixa desde o segundo [trimestre] de 2012, que também caiu 1,5%", afirma a gerente de Contas Nacionais.
O IBGE destacou o desempenho ruim da indústria automotiva, que teve férias coletivas no perioodo e baixa exportação. "Argentina e Venezuela estão passando por problemas, e nós exportamos para lá, não está havendo renovação interna da frota (de veículos)", analisa Rebeca, "E teve aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados, no início do ano), que recai sobre vários produtos da indústria automotiva”.
Na contramão, as indústrias de alimentos e bebidas, perfumaria e indústria farmacêutica cresceram no segundo trimestre.
O setor de serviços teve queda de 0,5%. "Foi a menor taxa desde o quatro trimestre de 2008, que foi 2,8%", diz Rebeca. "Serviços de informação continuam sendo um dos setores que mais crescem, mas a parte de energia elétrica, água e esgoto não cresceu tanto.”
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o setor de agropecuária não teve variação; serviços sustentaram alta de 0,2%; e a indústria apresentou queda de 3,4%, na mesma base de comparação.
Previsão para o ano
Para 2014, a previsão de economistas do mercado financeiro é de alta 0,7%, segundo o boletim mais recente divulgado pelo Banco Central. A do governo é um pouco mais otimista: crescimento de 1,8%, segundo a divulgação mais recente, feita em julho. Ela foi revista em relação à expectativa de que a alta neste ano seria semelhante à de 2013, que foi de 2,5%.
Para Mantega, contudo, a culpa é do clima!
Cenário externo, seca e calendário prejudicam economia, diz Mantega
A economia brasileira encolheu 0,6% no segundo trimestre deste ano
A economia brasileira recuou no segundo trimestre deste ano devido a
uma combinação de cenário internacional desfavorável, seca e menor
número de dias úteis, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta
sexta-feira (30), durante coletiva de imprensa em São Paulo. "As causas
que levaram a isto não vão se repetir no segundo semestre."
“Tivemos problemas localizados , a questão da seca, que se traduziu num aumento de custo do setor energético, que afeta a expectativa. Não faltou energia e nem vai faltar, mas afeta a expectativa do custo. Outro fator que prejudicou o crescimento foram os dias úteis. No primeiro semestre, tivemos menos dias úteis em relação ao ano passado. É claro que todo mundo gosta porque tem feriado, mas acaba tendo repercussão na produção e no consumo”, explicou.
A economia brasileira encolheu 0,6% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no período chegou a R$ 1,27 trilhão.
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para medir a evolução da economia. Ele é calculado tanto pelo lado da produção quanto dos gastos (demanda) - os dois valores devem ser iguais.
Os principais impactos do resultado do PIB entre abril e junho, mês em que começou a Copa no Brasil, vieram do recuo nos investimentos (5,3%) e na indústria (1,5%).
Na comparação com igual período do ano passado, a queda do PIB foi de
0,9%. No acumulado em quatro trimestres encerrados no 2º trimestre de
2014, a atividade doméstica ainda registra alta, mas de apenas 1,4%.
Recessão técnica
O dado do primeiro trimestre de 2014 – que, ao ser divulgado, em maio deste ano, indicava expansão de 0,2% – foi revisado para queda de 0,2%.
Com a sequência de dois trimestres seguidos de queda, configura-se um quadro que os economistas chamam de recessão técnica. A última vez que o Brasil registrou uma recessão técnica foi no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial. O instituto, no entanto, diz considerar que houve estabilidade na economia no primeiro trimestre.
Menos investimentos
Os investimentos sofreram forte queda de 5,3% em relação ao trimestre anterior (1º trimestre de 2014), puxando o resultado negativo do PIB.
Na comparação com igual período do ano passado a baixa chega a 11,2%.
Os gastos do governo recuaram 0,7% em relação ao trimestre anterior. Na
comparação com igual período de 2013, houve expansão de 0,9%.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu a uma taxa de 0,3%, e, em relação ao 2º trimestre do ano anterior, a expansão foi de 1,2%.
Quanto ao setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 2,8%, enquanto as importações apresentaram queda de 2,1%, em relação ao primeiro trimestre de 2014.
Na comparação anual, as vendas para o exterior tiveram alta de 1,9%, enquanto as importações recuaram 2,4%, de acordo com o IBGE.
Setores
Dos três setores analisados pelo IBGE para o cálculo do PIB, apenas um mostrou variação positiva, o de agropecuária, que teve ligeira alta, de 0,2% no segundo trimestre ante o trimestre anterior.
O setor de serviços teve queda de 0,5%. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o setor de agropecuária não teve variação; serviços sustentaram alta de 0,2%; e a indústria apresentou queda de 3,4%, na mesma base de comparação.
Previsão para o ano
Para 2014, a previsão de economistas do mercado financeiro é de alta 0,7%, segundo o boletim mais recente divulgado pelo Banco Central. A do governo é um pouco mais otimista: crescimento de 1,8%, segundo a divulgação mais recente, feita em julho. Ela foi revista em relação à expectativa de que a alta neste ano seria semelhante à de 2013, que foi de 2,5%.
“Tivemos problemas localizados , a questão da seca, que se traduziu num aumento de custo do setor energético, que afeta a expectativa. Não faltou energia e nem vai faltar, mas afeta a expectativa do custo. Outro fator que prejudicou o crescimento foram os dias úteis. No primeiro semestre, tivemos menos dias úteis em relação ao ano passado. É claro que todo mundo gosta porque tem feriado, mas acaba tendo repercussão na produção e no consumo”, explicou.
A economia brasileira encolheu 0,6% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no período chegou a R$ 1,27 trilhão.
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para medir a evolução da economia. Ele é calculado tanto pelo lado da produção quanto dos gastos (demanda) - os dois valores devem ser iguais.
Os principais impactos do resultado do PIB entre abril e junho, mês em que começou a Copa no Brasil, vieram do recuo nos investimentos (5,3%) e na indústria (1,5%).
Recessão técnica
O dado do primeiro trimestre de 2014 – que, ao ser divulgado, em maio deste ano, indicava expansão de 0,2% – foi revisado para queda de 0,2%.
Com a sequência de dois trimestres seguidos de queda, configura-se um quadro que os economistas chamam de recessão técnica. A última vez que o Brasil registrou uma recessão técnica foi no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial. O instituto, no entanto, diz considerar que houve estabilidade na economia no primeiro trimestre.
Os investimentos sofreram forte queda de 5,3% em relação ao trimestre anterior (1º trimestre de 2014), puxando o resultado negativo do PIB.
Na comparação com igual período do ano passado a baixa chega a 11,2%.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu a uma taxa de 0,3%, e, em relação ao 2º trimestre do ano anterior, a expansão foi de 1,2%.
Quanto ao setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 2,8%, enquanto as importações apresentaram queda de 2,1%, em relação ao primeiro trimestre de 2014.
Na comparação anual, as vendas para o exterior tiveram alta de 1,9%, enquanto as importações recuaram 2,4%, de acordo com o IBGE.
Setores
Dos três setores analisados pelo IBGE para o cálculo do PIB, apenas um mostrou variação positiva, o de agropecuária, que teve ligeira alta, de 0,2% no segundo trimestre ante o trimestre anterior.
O setor de serviços teve queda de 0,5%. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o setor de agropecuária não teve variação; serviços sustentaram alta de 0,2%; e a indústria apresentou queda de 3,4%, na mesma base de comparação.
Previsão para o ano
Para 2014, a previsão de economistas do mercado financeiro é de alta 0,7%, segundo o boletim mais recente divulgado pelo Banco Central. A do governo é um pouco mais otimista: crescimento de 1,8%, segundo a divulgação mais recente, feita em julho. Ela foi revista em relação à expectativa de que a alta neste ano seria semelhante à de 2013, que foi de 2,5%.
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