A presidente Dilma Rousseff vetou a "democratização da mídia" como tema
de seu programa de governo. Embora o PT insista em discutir o assunto,
que poderá entrar no site "O Brasil da Mudança", lançado ontem pelo
Instituto Lula, Dilma avalia que o debate pode ser mal interpretado na
campanha.
Vinte e cinco grupos setoriais discutem agora novos temas, que
devem ser ampliados na plataforma de Dilma em cadernos separados.
Política industrial e comércio exterior, desburocratização, reforma
urbana e desenvolvimento agrário fazem parte dessa lista, mas o controle
da mídia não está lá.
Atritos. Ex-ministro do governo de Luiz Inácio
Lula da Silva, Franklin Martins foi o autor do projeto de regulação dos
meios de comunicação, que acabou engavetado na gestão de Dilma. O
projeto sofreu duras críticas. Muitos viram nele uma forma de o
governo tentar cercear o trabalho da imprensa, aumentando seu poder
para influir no conteúdo dos veículos.
Integrante da coordenação da campanha petista, Franklin já
entrou várias vezes em atrito com a presidente e com o marqueteiro João
Santana por defender uma campanha mais "politizada", com mais
enfrentamentos aos adversários. Franklin é responsável pela área de imprensa do comitê e pelo
site "Muda Mais", que dá suporte à campanha da reeleição. O site foi
alvo de críticas, no mês passado, após publicação de texto com ataques
ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria
Marin, às vésperas da final da Copa do Mundo.
Conselheiro do Instituto Lula, Franklin também vai controlar
agora o site "O Brasil da Mudança", em que serão apresentados dados
sobre os "avanços sociais e econômicos" dos últimos 12 anos do PT no
Planalto. Santana assina a propaganda política de Dilma e tem divergências
com o estilo de Franklin. Em conversas reservadas, dirigentes do PT
dizem que "dois mundos" dividem o comando da campanha da presidente e só
Lula pode apartar a disputa. (Estadão)
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