Em Belém do Pará, manifesto gigante de médicos e estudantes pró-Aécio (Foto: Estadão) |
O
descontentamento com o programa Mais Médicos, uma das bandeiras da
presidente Dilma Rousseff, já levou associações médicas, conselhos de
medicina e estudantes de dez Estados a declararem apoio ao candidato do
PSDB à Presidência, Aécio Neves. No caso dos conselhos, que têm
delegação pública, o apoio é indireto e se dá por meio de críticas ao
“descaso” com a saúde.
No
próximo sábado, Dia do Médico, profissionais de Pernambuco farão um
“adesivaço” no comitê de Aécio, no Recife. “Vamos mostrar que a gente
quer Aécio”, diz postagem na página #ForaDilma, criada por profissionais
ligados ao Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e curtida por
14 mil pessoas.
“Vamos
sair às ruas e mostrar indignação com o atual governo, que tanto aviltou
a classe médica.” O vicepresidente Tadeu Calheiros disse que, ao criar
o Mais Médicos, a presidente “desrespeitou a classe”.
Um
grupo de Feira de Santana, na Bahia, liderado pelo médico e escritor
Eduardo Leite, lançou o movimento “Feira Apoia Aécio”, num evento com
participação dos prefeitos José Ronaldo (DEM), do município baiano, e de
Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), de Salvador.
No Rio
Grande do Norte, um grupo de médicos resolveu bancar do próprio bolso
material de campanha próAécio. Profissionais de Caicó, no interior do
Estado, postaram fotos e o número do candidato em seus perfis pessoais e
profissionais.
A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) reafirmou a adesão a Aécio, que já havia sido assumida ainda no 1.º turno.
DENÚNCIA EM SP
Em São
Paulo, o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) vai lançar na próxima
semana o resultado de uma pesquisa feita na capital cujo objetivo é
mostrar que nem os protocolos mínimos definidos pelo Mais Médicos estão
sendo cumpridos.
A
pesquisa ouviu quase 100 intercambistas em 75 unidades de saúde. De
acordo com o presidente, João Ladislau Rosa, a principal constatação é
de que a maioria dos médicos faz atendimento sem supervisão, o que é
irregular. “O estudo será mostrado, não com objetivo eleitoral, mas para
alertar a sociedade”, disse.
O
presidente do CRM do Rio Grande do Sul, Fernando Matos, usou a página do
órgão na internet para dizer que a política federal “menospreza o
médico” e publicar frases como “não se deixe enganar” e “nossa resposta
deve ocorrer nas urnas”. À reportagem, Matos atacou o programa Mais
Médicos e disse que a posição da diretoria é “contra a continuidade
dessa política”. Ele afirmou que a categoria não é unânime e não há
recomendação do Conselho para “votar em A ou B”.
ESTUDANTES NAS RUAS
No
Pará, estudantes de medicina de três instituições Universidade Federal
do Pará, Universidade Estadual do Pará e Centro Universitário do Estado
do Pará declararam nesta terçafeira apoio a Aécio e à reeleição do
governador Simão Jatene, também do PSDB, e se manifestaram contra o Mais
Médicos. No Ceará, cerca de 70 estudantes do curso de Medicina da
Universidade de Fortaleza ocuparam com faixas uma avenida da cidade para
protestar contra o Mais Médicos e o “abandono da saúde”. No evento,
foram distribuídos adesivos de Aécio.
Em
Uberaba (MG), alunos de Medicina convidados a dar palestra sobre
prevenção do câncer de mama numa unidade do Centro de Referência de
Assistência Social (Cras), semana passada, compareceram usando pins de
Aécio e exibiram na tela de projeção foto com nome e número do
candidato. A prefeitura abriu sindicância para apurar o caso.
Segundo
relatos, os palestrantes disseram que, se Dilma fosse reeleita, haveria
exames de mama apenas para mulheres com mais de 60 anos. De acordo com
Carlos bracarense, da controladoria municipal, a lei proíbe propaganda
eleitoral em órgãos públicos as provas serão encaminhadas ao
Ministério Público Eleitoral.
REGIME CUBANO
Domingo
passado, em São Paulo, Aécio afirmou que vai manter o Mais Médicos, mas
não pretende “financiar a ditadura cubana com ele, como ocorre hoje”.
No dia 5 de agosto, Aécio disse que o programa era solução “paliativa” .
“O que pretendo é que não haja mais necessidade de médicos estrangeiros
no Brasil.”
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