15/10/2014 06h00
- Atualizado em
15/10/2014 06h00
Congresso Nacional não ratificou inclusão do país no Protocolo de Nagoya.
Objetivo é compartilhar benefícios dos recursos genéticos da biodiversidade.
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Entrou em vigor no último domingo (12) o Protocolo de Nagoya, acordo
que define regras internacionais para acesso e compartilhamento dos
recursos, sem que o Brasil ratificasse sua participação. O país foi um
dos primeiros a assinar o documento, em fevereiro de 2011.A confirmação da participação brasileira tinha que ser votada pelo Congresso Nacional, o que não aconteceu desde que a proposta foi enviada aos parlamentares, em 2012. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, houve um esforço do governo e pessoal da ministra Izabella Teixeira, responsável pela pasta, para a ratificação, o que não adiantou.
O fato é preocupante, já que o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo e que não está protegida por este arcabouço diplomático. O Protocolo de Nagoya estabelece regras para o acesso a recursos genéticos, como plantas tropicais raras usadas em medicamentos, e formas de compartilhar benefícios entre empresas, povos indígenas e governos.
Sem a inclusão do Brasil no acordo, a opinião do governo na discussão sobre o tema, no nível das Nações Unidas, não terá peso. Até o momento, 51 governos confirmaram a participação, incluindo os membros da União Europeia. Estados Unidos e Reino Unido também não fizeram a ratificação a tempo.
Qual a sua finalidade?
Imagem aérea do Rio Juruá, na Amazônia
Na prática, os países que ratificaram o protocolo se comprometem em compartilhar os benefícios vindos da exploração de recursos naturais, como plantas ou animais, com o país de origem desses recursos. Eles têm também a garantia de que recursos naturais retirados de seu próprio país serão submetidos à mesma regra.
O protocolo também pretende criar novos incentivos para a conservação da biodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais.
Em nota divulgada pela CBD, o secretário executivo do órgão, o brasileiro Bráulio Ferreira de Souza Dias, “o Protocolo de Nagoya é central para libertar o poder da biodiversidade para o desenvolvimento sustentável, através da criação de incentivos para a conservação e o seu uso sustentável, garantindo a equidade na partilha de benefícios”.
A primeira reunião para discutir o Protocolo acontece desde esta segunda-feira (13), simultaneamente à 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 12), na Coreia do Sul, e segue até 17 de outubro. Só participarão das decisões os países que já tiverem ratificado o protocolo.
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