quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ONU critica o Governo de São Paulo pela falta de agua.


UOL


SP: Vendas sobem, e pedido por caminhão-pipa pode levar semanas

Motoristas deixam de lavar carros em postos em SP

Postos de combustível e estabelecimentos que oferecem o serviço de lava-rápido já registram prejuízos por causa da crise da água. Gerentes afirmam que motoristas estão abrindo mão da limpeza dos veículos e deixaram de aparecer. Gerente do Autoposto Limac, na Casa Verde, zona norte da capital, Fernando de Oliveira Sousa disse que notou uma diminuição no número de clientes que pedem a lavagem após o abastecimento. "Tem gente que, por causa da crise, prefere não fazer." Sousa conta que o posto reduziu em duas horas o período para realização do serviço, que agora funciona das 8 horas às 18 horas. O local usa água da rua. No lava-rápido Nobrecar, também na Casa Verde, o movimento está caindo gradativamente, segundo Antônio Gomes, gerente do local. "O problema começou há três meses e está piorando. O movimento está caindo porque os clientes acham que a gente usa água da rua e não vêm mais." Gomes diz que os proprietários planejam colocar uma faixa sobre a origem da água para atrair os clientes - ele usa caminhão-pipa. Localizado em Perdizes, na zona oeste, o posto Portal das Perdizes chegou a perder parte da clientela há três meses. Segundo o gerente Carlos Carneiro, eles se afastaram porque não queriam contribuir com o desperdício de água. "Tivemos de colocar um cartaz, divulgando que a gente tem poço artesiano, para o pessoal voltar." Foi também há três meses que a empresa M&F Full Quality, na Barra Funda (zona oeste), incluiu a lavagem ecológica na lista de serviços, que tinha como foco polimento e higienização de veículos. "Começamos por causa da crise. Nós usamos produtos para lavagem a seco e água de reúso", explica o gerente Wellington Duarte. A questão é vista com preocupação pelo presidente do Sincopetro, sindicato que representa os postos de combustível no Estado. "Estamos com um problema sério que é a mão de obra ociosa, que pode ser demitida. Vamos ter de lutar para evitar demissões em massa", afirma José Alberto Paiva Gouveia.

Nível de represa Jaguari cai 60% em dois meses

Dois meses após o acordo entre os governos federal e paulista para aumentar a liberação de água da Represa Jaguari para o rio Paraíba do Sul, o nível do reservatório que pode ser usado para socorrer o Sistema Cantareira caiu 60%. Desde 20 de agosto, quando a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) elevou de 10 mil para 43 mil litros por segundo a descarga de água na Usina Jaguari, em São José dos Campos, a represa perdeu 179 bilhões de litros, volume superior ao da represa do Guarapiranga (na capital) cheia, chegando ontem a 14,9% da capacidade. A represa Jaguari é de onde o governo Geraldo Alckmin (PSDB) quer fazer a transposição de até 5.000 litros por segundo para a represa Atibainha, do Sistema Cantareira. A ideia do projeto, orçado em R$ 500 milhões, é socorrer, a médio prazo, o maior manancial paulista. Leia Mais

Água de garrafa não é melhor que de torneira, diz professor

Um estudo recente feito em mananciais pelo Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA), da Unicamp, concluiu que a água no Brasil ainda precisa melhorar muito. A cafeína foi usada como indicador da presença de contaminantes, pois sua concentração permite determinar quanto de esgoto foi jogado nos mananciais. Responsável pela pesquisa, concluída em setembro, Wilson Jardim, doutor em Ciências Ambientais pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra, e professor do Instituto de Química da Unicamp, acredita que a população tem que pressionar as concessionárias responsáveis pelo tratamento para obter água de melhor qualidade.Em entrevista, ele explica por que a água engarrafada não é a solução.  Leia Mais

Desconto para quem economizar água em São Paulo

Começa a valer nesta quinta-feira (23) as novas regras do desconto concedido pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para quem economizar água. A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) aprovou na quarta-feira (22) a ampliação do bônus. A partir de agora, quem diminuir o consumo entre 10% e 15% terá um desconto de 10%. Se a economia for entre 15% e 20%, a bônus será de 20%. Desde fevereiro, quem reduz o consumo de água em 20% tem desconto de 30% na fatura. Segundo a Arsesp, o cálculo é feito com base na média de consumo dos 12 meses anteriores.
Desconto para quem economizar água em São Paulo - Marcelo Barbosa/Folhapress

Índice do sistema Cantareira cai para 3%

O nível do sistema Cantareira, que abastece um terço da população da Grande São Paulo (6,5 milhões de pessoas), caiu nesta quinta-feira (23) para 3%, o pior índice de sua história. Esse percentual é o que resta da primeira parte do volume morto --água que fica no fundo das represas--, que começou a ser captada em maio deste ano. Se não chover, a previsão é que essa cota do volume morto acabe ainda na primeira quinzena de novembro. Diante da estiagem e do baixo nível dos reservatórios, o governo do Estado pretende usar uma segunda parte do volume morto. Os órgãos reguladores do manancial concordam com o uso, mas precisam publicar uma resolução para regular a utilização dessa água. Só depois disso que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) poderá começar a usar essa segunda cota. 
Índice do sistema Cantareira cai para 3% - Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

'Não retiro nada do que falei', diz relatora da ONU

A relatora da ONU que criticou o governo paulista pela crise de abastecimento de água disse ter sido surpreendida pelo ofício enviado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, cobrando retratações da entidade. Em agosto, a portuguesa Catarina Albuquerque esteve em Campinas, quando declarou à Folha acreditar que o governo paulista não tinha feito os investimentos necessários para evitar a atual crise. Por telefone, de Nova York, Catarina declarou que não tem qualquer interesse político ou partidário no Brasil. "Minhas preocupações não são os governos, são as pessoas. Isso faz parte do cargo que ocupo", disse ela. "Eu não retiro nada daquilo que eu disse. O que eu disse, poderia dizer sobre qualquer país do mundo [que passe por um contexto de seca]". 

Segunda cota do volume morto

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) tem o aval dos órgãos reguladores do sistema Cantareira para captar uma segunda parte do volume morto do manancial. O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) concordou nesta quarta-feira (22) com o uso de 106 bilhões de litros de água do volume morto. Segundo a Sabesp,  essa água deve começar a ser utilizada em novembro, quando a primeira cota terminar, para abastecer um terço da capital paulista (6,5 milhões de pessoas). Leia Mais

Condomínio faz racionamento de água por conta própria

Sofrendo com interrupções no fornecimento de água, um condomínio na estrada Itaquera-Guaianases (zona leste) decidiu fazer um racionamento por conta própria. Das 13h30 às 17h30, todos os dias, os registros dos 11 prédios do local são fechados e os 362 apartamentos ficam com as torneiras secas. A medida é tomada para que o reservatório acumule o suficiente para a noite e o início da manhã. Entre as 18h e as 6h, não chega uma só gota da rua. A medida foi tomada pela síndica do Condomínio Chácara das Flores, a condutora escolar Nicilene da Silva Mendonça, 46. "Uma meia dúzia criticou, mas a maioria aprovou", diz. Cerca de 1.500 pessoas moram ali. Apesar do esforço, o reservatório de 120 mil litros não resistiu a três dias de desabastecimento semana passada. A Sabesp afirmou que o fornecimento de água no condomínio Chácara das Flores era normal nesta terça e que "não constam solicitações no sistema de atendimento da empresa para esse endereço". 
Condomínio faz racionamento de água por conta própria - Robson Ventura/ Folhapress

Represa Atibainha em estado crítico

Imagem aérea mostra represa Atibainha, em Nazaré Paulista (90 km de São Paulo), um dos reservatórios do sistema Cantareira. A falta de chuvas agrava ainda mais a situação do reservatório, que bateu novo recorde negativo nesta terça-feira (21), operando com apenas 3,3% de sua capacidade 
Represa Atibainha em estado crítico - Moacyr Lopes Junior/Folhapress

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