9 de novembro de 2014 ESTAÇÃO DA NOTICIA
Carol Oliveira, Do R7
Com renda per capita próxima a de países europeus, avenidas de
desenho propício para a circulação de carros e transporte público
ineficiente, o Distrito Federal tem uma fórmula perfeita para
superlotação do trânsito. Com Brasília e outras 37 regiões
administrativas, a central do país exibe números de aquisição de
veículos acima de sua capacidade estrutural. Enquanto a média nacional é
de um carro para quatro habitantes (0,25 carro por habitante), o DF tem
um automóvel para dois moradores (0,5 carro por habitante). Nos
horários de pico, as conhecidas ruas largas viram vielas, tomadas por um
mar de carros.
Entre o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal está um dos pontos críticos da via. Os dados mostram que a situação não aponta para uma melhora. A previsão do Sincovid (Sindicato das Concessionários e Distribuidores de Veículos do Distrito Federal) é encerrar o ano com crescimento de 3% a 7% nas vendas de veículos em relação ao nao passado. Em 15 anos, a frota de veículos mais que triplicou. No ano 2000, o Distrito Federal tinha pouco mais de 585 mil carros. Até agosto de 2014, são mais de 1,5 milhão.
Uma das principais avenidas de ligação entre o centro de Brasília e
Ceilândia e Taguatinga, cidades que concentram a maior população do DF,
passou por reforma e recebeu duas faixas de vias marginais e três em
uma via expressa. O alargamento não foi suficiente para erradicar os
diários congestionamentos.
A jornalista Mariana Damasceno é protagonista diária da mesma cena. Sai de casa em Samambaia, a 30 km do trabalho às 7h para chegar às 8h se segunda a sexta. Um resultado de R$ 500 por mês de gasolina. Mas em trajetos curtos, ela também utiliza o carro. Para ir a casa da avó, que fica a cerca de 100 metros da sua. É praticamente uma daquelas pessoas que trocou os pés por rodas.
— Eu vou trabalhar de carro. Como tenho dois empregos é mais cômodo. Mas quando chego em casa e quero um pão ou coisa do tipo, pego o carro também. Mesmo que seja para atravessar uma quadra. Vou na minha avó, que é na rua de cima de carro. Uso por costume, por comodidade e por preguiça também.
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