Os líderes da oposição ironizaram nesta quinta-feira declarações da
presidente Dilma Rousseff, especialmente o fato de ter dito que, embora
não vá cortar ministérios, seu governo terá limites fiscais e irá olhar
com lupa onde pode haver redução ou corte de gastos. Tucanos e
democratas disseram que ela está praticando “estelionato eleitoral” e
que parece ter acordado de repente para o que não foi feito ao longo de
seu mandato.
— Somando tudo que aconteceu depois da eleição e o que a presidente
Dilma disse nessa entrevista, a impressão que se tem é que ela estava em
estado de coma. Três dias depois da eleição, o Banco Central descobre
que houve um aumento descontrolado de gastos e é preciso aumentar juros
para conter a inflação. Só depois da eleição se descobre que em um mês
houve um rombo de R$20 bilhões, o maior déficit da história nas contas
públicas. Sem contar que quem demitiu o Sérgio Machado da Transpetro,
denunciado no esquema do petrolão, foi a PricewaterhouseCoopers e a
Bolsa de Valores de Nova York. Se ela acordou mesmo do coma, só vamos
saber lá na frente — disse o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman
(PSDB).
MARKETING SE DESMONTA
O líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), afirmou que a
presidente Dilma não pode mais se esconder atrás do marketing do
publicitário João Santana, e que as “mentiras” ditas durante a campanha
serão agora desmascaradas. — A Dilma não tem mais o João Santana, que governou a campanha e suas
ideias, suas palavras e as mentiras que desferiu contra os outros. Sem
ele, Dilma começa a ter que falar e aparecer como é, e reconhecer a
realidade do governo fora da TV. Vai ter que fazer tudo ao contrário do
que disse na campanha — criticou Albuquerque.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), disse que ou
Dilma muda a forma de ser autossuficiente, “prisioneira do petismo”, ou
haverá um colapso também na arrecadação que vai acabar de travar o
governo. — Com o corte de gastos no plano das conjecturas líricas que ela
anuncia, é esperar a criação de mais impostos. Aí morre qualquer
proposta de diálogo — disse Agripino. — Agora a presidente começou a desmontar o marketing do PT. Isso é
inaceitável. É um atentado a inteligência do povo brasileiro — completou
o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE). (O Globo)
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