sábado, 8 de novembro de 2014

Dois caixas eletrônicos em 24h

Desta vez, o alvo foi um terminal do Banco do Brasil no Grande Colorado. Houve troca de tiros e confronto resultou na morte de um dos suspeitos 

 
Em dois meses, quatro agências bancárias do DF foram explodidas por criminosos. Desta vez, o alvo foi um terminal   do Banco do Brasil no Grande Colorado.


Por volta das 4h de ontem, quatro homens colocaram explosivos em um dos três caixas eletrônicos. Eles aguardaram a detonação do artefato, mas foram surpreendidos por um policial. Segundo a Polícia Civil, houve troca de tiros e o confronto resultou na morte de um dos suspeitos.


Dois conseguiram fugir e apenas um foi preso.


Quem chegou ao terminal na manhã de ontem encontrou estilhaços espalhados pelo estacionamento e pela avenida, telhas caídas, paredes quebradas,  metais retorcidos por toda parte e um forte cheiro de pólvora. A um quilômetro dali, a área onde estava o corpo  do suspeito morto  foi isolada, no aguardo da perícia. Por conta disso, moradores enfrentaram transtornos. “Eu tinha que trabalhar, mas o meu carro foi fechado”, reclamou a  professora Luciana Teles, 35 anos.


Estrondo


Um morador do prédio  afetado pela explosão conta que tudo foi muito rápido e intenso. “Eu escutei o barulho e dei um pulo da cama. Foi um estrondo muito alto. Vi um homem atirando da janela do prédio vizinho. Os criminosos tentaram fugir em um carro, mas o motor não ligava. Eles tentaram mais alguma vezes e nada. Um pegou uma moto e fugiu, dois correram pela pista e outro ficou no carro”, relata.


Outro vizinho diz que escutou mais de dez disparos após a explosão. “Eu   vi a mão de um homem com uma arma para fora da janela. Ele estava metendo bala nos criminosos”, relembra.

Antes de explodirem o terminal, os ladrões tiveram o “cuidado” de avisar sobre a situação a  funcionários do  restaurante 24h  que fica ao lado da agência. “Eles vieram mascarados e armados, falando ‘fecha a loja que vamos explodir’”, conta uma funcionária do estabelecimento, que estava apavorada.


Busca por pista dos foragidos


Depois de o Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope)  fazer uma varredura no edifício, a perícia   procurou vestígios que indiquem a identidade dos criminosos. O Bope também fez a busca dos foragidos, com o auxílio de 18 policiais. A Defesa Civil avaliou as condições do prédio e garantiu que não há risco de desabamento.


O 13º Batalhão de Polícia Militar é responsável pelo patrulhamento do Grande Colorado. Comandante da unidade, o  tenente-coronel Ferrary garante que   a região é patrulhada constantemente, e credita a violência ao alto índice de reincidência dos criminosos, motivada pela falta de punição mais rigorosa. “Nós temos casos em que o suspeito foi preso três vezes no mesmo dia. Essa é uma das motivações dos criminosos: a impunidade”, argumenta.


Segundo o policial militar, das 687 pessoas detidas no mês passado pelo 13º BPM, 78% eram reincidentes, com  mais de quatro antecedentes criminais. “A segurança pública é a ponta do iceberg de um problema social”, defende.


Tremor e fumaça


O delegado-chefe da 35ª DP (Sobradinho II), Rogério Oliveira,   explica  que o agente que atuou na ocorrência  mora perto dali e também acordou com o barulho. “O prédio   tremeu. Ele viu uma   nuvem de fumaça próxima ao banco e percebeu que estava acontecendo um crime no Banco do Brasil. Nisso,  pegou a pistola e foi até a janela. Os homens perceberam a presença do policial  e efetuaram disparos contra ele,  que revidou.  Nós temos imagens desses ladrões”, revela. Segundo ele, o homem que está preso também foi atingido e “está andando com  dificuldade”.


Oliveira acredita que o grupo faz parte de   uma quadrilha que provavelmente cometeu outros roubos, mas há evidências da falta de técnica para lidar com explosivos. “Pela destruição a gente vê que a detonação foi descoordenada. Eles usaram explosivos muito além da necessidade” completa.


Memória
 
- No dia 16 de setembro último aconteceu o primeiro caso de explosão de caixa eletrônico no DF. Uma agência   da Caixa Econômica Federal foi totalmente destruída. 
 
- Dez dias depois, o alvo dos bandidos foi um terminal da Caixa em Planaltina. Testemunhas viram oito homens encapuzados explodindo o banco.
 
- Na quinta-feira passada, um banco em Samambaia Sul foi explodido.
 
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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