06/11/2014
às 15:15
Na VEJA.com:
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, chamou na quarta-feira o encarregado de negócios da Venezuela, Reinaldo Segovia, para manifestar a insatisfação do governo brasileiro com as atividades do vice-presidente e ministro para o Poder Popular das Comunas e Desenvolvimento Social, Elías Jaua, no Brasil. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira.
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, chamou na quarta-feira o encarregado de negócios da Venezuela, Reinaldo Segovia, para manifestar a insatisfação do governo brasileiro com as atividades do vice-presidente e ministro para o Poder Popular das Comunas e Desenvolvimento Social, Elías Jaua, no Brasil. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira.
Figueiredo
afirmou a Segovia que o governo brasileiro viu com “estranheza” o fato
de Jaua ter vindo ao país sem informar e ter tido uma agenda de
trabalho, inclusive com assinatura de acordos, e que isso poderia
significar uma “interferência nos assuntos internos do país”. Figueiredo
cobrou explicações do governo venezuelano.
De acordo
com o ministro, o diplomata foi informado de que o Brasil considera que
“o fato não se coaduna com o excelente nível das relações entre os dois
países”.
A decisão de chamar o representante diplomático da Venezuela – o
embaixador está viajando – foi conversada com a presidente Dilma
Rousseff depois de ter virado notícia o fato de Jaua ter usado seu tempo
no Brasil, em que teoricamente estaria acompanhando a mulher em um
tratamento médico, para assinar um convênio com o Movimento Sem Terra
(MST), além de outras ações relativas a seu cargo de ministro.
A visita
silenciosa de Jaua, que não informou o Itamaraty sobre a sua viagem,
causou mal-estar no governo brasileiro. Apesar de não ser obrigatório no
caso de uma visita particular, seria de praxe um aviso. No caso do
ministro venezuelano, que ainda fez algumas atividades de trabalho, a
situação ficou ainda pior.
Na terça, a
Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou um convite para que
Figueiredo dê explicações sobre a passagem do venezuelano pelo Brasil.
De acordo
com o jornal, o ex-chanceler do governo Nicolás Maduro esteve no país na
última semana de outubro e não fez qualquer comunicado ao governo
brasileiro. A embaixada ainda negou que houvesse qualquer comitiva de
governo venezuelana no país. O Itamaraty foi informado da chegada dele
pela Polícia Federal.
Mal-estar
A situação causou mal-estar no Itamaraty, e diplomatas já falavam que o governo brasileiro questionaria a Venezuela em algum “encontro futuro”. Só ontem, no entanto, Figueiredo pôde conversar com a presidente a respeito de tomar alguma medida mais dura em relação ao caso. A convocação de um embaixador tem um significado forte nos meios, especialmente associada à cobrança de explicações do governo.
A situação causou mal-estar no Itamaraty, e diplomatas já falavam que o governo brasileiro questionaria a Venezuela em algum “encontro futuro”. Só ontem, no entanto, Figueiredo pôde conversar com a presidente a respeito de tomar alguma medida mais dura em relação ao caso. A convocação de um embaixador tem um significado forte nos meios, especialmente associada à cobrança de explicações do governo.
Depois de
buscar informações, o Itamaraty recebeu como resposta que Jaua teria
trazido a mulher para fazer exames no Hospital Sírio-Libanês, em São
Paulo, e os médicos decidiram operá-la imediatamente. Por isso, ele
teria decidido trazer para o Brasil os filhos, a sogra e a babá – que
acabou presa por trazer uma maleta de Jaua onde havia um revólver.
No
entanto, mais tarde, descobriu-se que o ministro venezuelano teve
encontros em Curitiba, sobre mobilidade urbana, e assinou um convênio
com o MST para “treinamento, organização e conscientização do povo” para
a revolução. Segundo o MST, o objetivo do acordo é trocar experiências
na área de agroecologia.
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