O plástico jogado nas praias se derrete e se mistura a sedimentos, fragmentos de lava basáltica e detritos orgânicos – como conchas – e resulta em algo inacreditável: um novo tipo de rocha.

É isso mesmo, e já tem nome complicado: plastiglomerate – algo como “aglomerado plástico”, em livre tradução. Ao se formar, fica permanentemente no registro rochoso da superfície terrestre e, no futuro, pode servir como um triste registro geológico, isto é, como um resultado do impacto da ação humana no planeta.

Poluição por plástico: um desafio mundial

 

 

Essa questão, já apontada repetidas vezes por diversos segmentos ambientalistas de diferentes países, tem atingido seu ponto máximo, nos últimos tempos, chegando a afetar os recursos hídricos – como mares e oceanos – pelo mundo afora.  

Produzido pela primeira vez na década de 1950, o plástico não se decompõe facilmente e tem uma estimativa de permanecer na natureza por, pelo menos, 200 anos. Entretanto, dependendo das condições, pode chegar a 500 ou até 1 milênio inteiro! 

Os resíduos plásticos são leves, o que os impede de ficar enterrados e, por isso, não poderiam vir a se tornar parte do registro geológico terrestre. 

 

Como acontece de o plástico virar rocha?

 Aí é que entra um grande diferenciador do processo: quando derretido, o plástico pode se fundir aos materiais apontados – detritos orgânicos, areia e resíduos de lava – formando o plastiglomerate.

 

 

No Havaí, uma praia de plástico

A questão é tão séria que, até mesmo em um local paradisíaco – sonho de todo surfista – o Havaí, tem uma praia considerada entre as mais sujas do planeta, chamada Kamillo Beach, localizada na região sudeste de Big Island, no Havaí. 
Essa quantidade de resíduos, que incluem equipamentos de pesca, recipientes de comida e bebida, alguns coloridos – tendo recebido até um nome “confete plástico”, ocorre por conta do fluxo das marés e das altas ondas da região. 


 

Dois tipos de plastiglomerate: In situ e sedimentar

 

Como temos de ter um olhar positivo mesmo diante dos piores cenários, esse local possibilitou um trabalho científico de destrinchar as diferentes formações de rocha plástica, a saber: In situ e sedimentares


As primeiras são mais raras e se formam quando o plástico se derrete na rocha e é incorporado à sua crosta. A plastiglomerate sedimentar, por outro lado, é uma estrutura solta rochosa, composta por uma combinação de coral, basalto, concha, restos de madeira  e areia que se aglutinaram pelo plástico derretido.
Que tal diminuirmos o uso desse material que insite a encrostar-se em nossa natureza?







Impacto das embalagens no meio ambiente

 





Embalagens

  Qual é o impacto das embalagens no meio ambiente?


Hoje, um terço do lixo doméstico é composto por embalagens. Cerca de 80% das embalagens são descartadas após usadas apenas uma vez! Como nem todas seguem para reciclagem, este volume ajuda a superlotar os aterros e lixões, exigindo novas áreas para depositarmos o lixo que geramos. Isso quando os resíduos seguem mesmo para o depósito de lixo...
Recentemente, foi descoberta uma enorme quantidade de lixo boiando no meio do oceano Pacífico - uma área igual a dois Estados Unidos. Esse grande depósito de entulho se formou com o lixo jogado por barcos, plataformas petrolíferas e vindos dos continentes, sendo reunido devido às correntes marítimas. Acredita-se que lá exista algo em torno de 100 milhões de toneladas de detritos .Uma boa quantidade é composta de embalagens e sacolas plásticas. Estima-se que resíduos plásticos provoquem anualmente a morte de mais de um milhão de aves e de outros 100 mil mamíferos marinhos (Fonte: Revista Istoé, edição 1997 - "A sopa de lixo no Pacífico").
No Brasil, aproximadamente um quinto do lixo é composto por embalagens. São 25 mil toneladas de embalagens que vão parar, todos os dias, nos depósitos de lixo. Esse volume encheria mais de dois mil caminhões de lixo, que, colocados um atrás do outro, ocupariam quase 20 quilômetros de estrada.
Ou seja, as embalagens, quando consumidas de maneira exagerada e descartadas de maneira regular ou irregular - em lugar de serem encaminhadas para reciclagem - contribuem e muito para o esgotamento de aterros e lixões, dificultam a degradação de outros resíduos, são ingeridos por animais causando sua morte, poluem a paisagem, causam problemas na rede elétrica (sacolas que se prendem em fios de alta tensão), e muitos outros tipos de impactos ambientais menos visíveis ao consumidor final (o aumento do consumo aumenta a demanda pela produção de embalagens, o que consome mais recursos naturais e gera mais resíduos).
Todo esse impacto poderia ser diminuído ou eliminado, basicamente, por meio da redução do consumo desnecessário e correta separação e destinação do lixo: compramos somente aquilo que é necessário, reutilizamos o que for possível e mandamos para reciclagem materiais recicláveis e para a compostagem os resíduos orgânicos.

Decomposição dos materiais
Material
Tempo de decomposição na natureza
Papel
De 3 a 6 meses
Tecidos
De 6 meses a 1 ano
Metal
Mais de 100 anos
Alumínio
Mais de 200 anos
Plástico
Mais de 400 anos
Vidro
Mais de 1000 anos
Fonte: "Manual de Educação - Consumo Sustentável" - MMA e IDEC.