Diante do cada dia mais
surpreendente escândalo de roubalheira desenfreada na Petrobras, é hora
de lembrar as fases do PT quando seu governo é pego roubando.
A primeira fase é bem óbvia e já passou:
desqualificação do agente da revelação do caso de corrupção. Foi um
político quem denunciou? Ele não presta. Foi um empresário com relações com o governo? Ele não presta. E mesmo se for um petista histórico que não vive mais (Celso Daniel), a regra é a mesma: não presta.
A segunda fase muitas vezes vem concomitada à primeira: desqualificação do agente de divulgação da denúncia. “Foi a VEJA? Não presta. Foi a Folha? Não presta. Foram agentes da Polícia Federal em uma operação televisionada? Não prestam. Foi a imprensa internacional? Não prestam.
Passadas as fases baseadas
na negação, parte-se para uma nova tática quando já está mais do que
claro que as denúncias são sólidas. Começa a guerra de versões. A
terceira fase é relativismo puro com a intenção de amenizar. Não é que está tendo roubo agora, eles sempre existiram. Mas por que agora surgem tantos? É que só agora eles são investigados.
Mas por que os criminosos estão cada dia mais abusados? É que só agora essas coisas são descobertas. Mas quem investiga não é o executivo, isto se dá de forma independente e geralmente a contragosto de quem está no poder. Este governo não compactua com malfeitos.
Um mergulho ao passado é costumeiro: Mas e aqueles casos de corrupção lá na década de 90? Há
também uma tentativa de pormenorizar os crimes cujo exemplo máximo é a
estapafúrdia entrevista de Lula a uma não-jornalista em Paris no auge do
Mensalão, onde lançou-se a tese de que foi “apenas Caixa 2″.
A quarta fase assenta-se nas bases solidificadas pela terceira para cravar: a culpa é do meio. Há muitos políticos ruins, não há o que fazer. Se
antes dizia-se que ruim mesmo eram os escândalos do passado, agora o
argumento é adaptado para dizer que aqueles que governaram no passado,
como os que estão agora no poder, são vítimas desses tais políticos
ruins e fisiologistas.
Como se o governo federal num país de poder
centralizado como o Brasil fosse refém de deputados paroquiais. Como se o
partido que tem domínio político de fato (presidência e legislativo),
além de importantes instrumentos de convencimento político como
universidades, sindicatos, ONGs e baixo jornalismo, estivesse abaixo
desses políticos ruins , muitos deles nomeados para o primeiro escalão do governo.
A quinta e última fase finge maturidade
política para criticar o sistema e, assim, desviar de vez o foco. Agora
não se diz mais que há políticos malvados, o sistema é que é ruim e
políticos malvados e malfeitos são inevitáveis. Ruins mesmo são os empresários que corrompem nossos políticos. Mas
como se os maiores escândalos dos anos do PT se originam de dentro para
fora, ou seja, da necessidade do PT de financiar suas campanhas e a
compra de apoios? É preciso acabar com o financiamento privado de campanhas.
As
táticas da quinta fase foram usadas de forma bem sucedida em outros
momentos quando as crises já estavam diminuindo justamente pelo já
mencionado domínio do PT no debate político mas, diante da interminável
série de revelações que estamos presenciando, tudo indica que só poderá
ser usada agora como movimento prévio para a radicalização e confronto
total.
Especialmente porque o domínio do PT nas universidades e
movimentos populares está em clara decadência, bem como a perda de
eficiência do baixo jornalismo está mais notável conforme mais exemplos
dessas práticas são desmascarados e expostos.
Creio que essas fases cobrem todo o arco
histórico dos escândalos que se sucedem de uma forma tão constante que
chega a parecer intencional esse volume, de forma a levar-nos à exaustão
e incapacidade de acompanhar todos os desdobramentos.
Porém, há uma
fase que não pertence necessariamente à história própria dos escândalos
petistas mas que faz a ligação entre muitos desses. Cada vez que se seca
uma fonte de financiamento de esquemas políticos, o governo e seus
agentes prospectam novos terrenos para continuar a máquina. Foi assim
que, por exemplo, passou-se dos intangíveis contratos firmados com
empresas de comunicação e publicidade que garantiam o Mensalão (ou seja,
compra da base parlamentar do primeiro mandato de Lula) para a
associação com empreiteiras que têm contratos com a Petrobras (compra da
base parlamentar e financiamento eleitoral no segundo governo Lula e no
primeiro mandato de Dilma).
Agora que esse sistema todo está ruindo e
sabendo que Dilma tem mais quatro anos de mandato com o país em crise e
sua popularidade derretendo, é de se pensar: de onde virão os novos
truques ilegais para manter a máquina do poder? E se não houver onde
mais fazer essa prospecção de apoios corrompidos, o que teremos?
O
mercado de capitais? O sistema financeiro? O impeachment que ainda é
apenas um pequeno ponto no horizonte parece ser, hoje, o destino mais
“barato” para um futuro próximo.
Com tantos e sucessivas lambanças, os petistas agora começam uma conversa ou comentário dizendo: – Não sou petista, mas…
Na sequencia vem alguma versão estapafúrdia de como essa roubalheira toda não tem nada a ver com o PT em si. Que o ParTido é a melhor coisa do mundo !!! Patético. E triste que essa gente siga no Poder.